Especialista ressalta a necessidade de prevenção constante dentro dos lares, mesmo fora da estação chuvosa
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Ribeirão Preto registrou um aumento de 32,9% nos acidentes com escorpiões no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) da Secretaria Municipal da Saúde, foram notificados 888 casos entre janeiro e junho de 2025, ante 668 no primeiro semestre de 2024.
Embora o verão costume ser o período de maior risco, os escorpiões seguem ativos durante o inverno, especialmente em locais urbanos com frestas, áreas úmidas e acúmulo de materiais. Crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas estão entre os grupos mais vulneráveis às picadas, que podem provocar vômitos, dificuldade respiratória, dor intensa e, em situações raras, complicações graves.
Camila Alvim, docente de biomedicina na Estácio, alerta que o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) é o responsável pela maioria dos casos mais graves nestas áreas. Ela destaca que esses animais não atacam por instinto, mas reagem quando ameaçados. “Ao buscarem abrigo dentro das casas, em ralos, frestas e pilhas de objetos e eles inevitavelmente entram em contato com os moradores”, explica.
Camila reforça ainda que medidas simples têm grande efeito na prevenção. Vedação de ralos, manutenção de terrenos e quintais limpos, eliminação de entulhos e controle de insetos como baratas, principal fonte de alimento dos escorpiões, são ações eficazes. Ela ressalta também que não há comprovação da eficácia de inseticidas para controle desses animais, e o uso indiscriminado pode provocar maior agitação, elevando o risco de acidentes.
No Estado de São Paulo, mais de 220 unidades de saúde estão habilitadas a atender vítimas de acidentes com animais peçonhentos, todas com estoque de soro antiescorpiônico. Em Ribeirão Preto, o Hospital da Santa Casa e a Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (PESA) são referências nesse atendimento. Em caso de picada, a recomendação é procurar atendimento médico imediato, sem tentativa de tratamento caseiro, para avaliação e, se necessário, aplicação do soro (ribeiraopreto.sp.gov.br, coderp.sp.gov.br).
Se um escorpião for encontrado dentro de uma residência, deve-se evitar qualquer contato e acionar a Secretaria Municipal da Saúde ou o Centro de Controle de Zoonoses, que possuem equipes capacitadas para capturar e manejar o animal com segurança.
Com o expressivo crescimento de casos em Ribeirão Preto, especialistas reforçam que a vigilância constante e a adoção de medidas preventivas dentro dos lares são essenciais durante todo o ano, mesmo em estações de menor incidência.