Cultura - Música

Em homenagem ao Dia dos Pais, Sony Music lança raridade de Nelson Gonçalves, ainda inédita

8 de Agosto de 2025

Escute: https://ads.sonymusic.com.br/EternamenteNelson

Nelson Gonçalves foi um dos cantores mais populares de todos os tempos no Brasil, gravando ininterruptamente de 1941 a 1997, até nos deixar em abril do ano seguinte, às vésperas de completar 79 anos. E sempre na mesma gravadora, a RCA Victor, atual Sony Music. Recordista de vendas, o grande intérprete de canções românticas seresteiras e cabareteiras marcou a vida de muitas gerações. Sua voz máscula, grave e portentosa embalou muitos romances e criou uma identificação muito forte nos homens de sua geração. Por esse motivo, nada mais apropriado que o relançamento de Eternamente Nelson chegasse às plataformas de streaming, justamente na semana do Dia dos Pais. Trata-se de um produto audiovisual originalmente lançado no formato DVD em 2008, trazendo o especial que fez para a TV Globo em 1981 e diversos clipes do cantor no programa Fantástico, da mesma emissora.

Parte integrante do Projeto de Digitalização do Catálogo da Sony Music, que visa disponibilizar nas plataformas digitais de streaming (Spotify, Deezer, Apple Music, Amazon Music, YouTube) álbuns do catálogo local da gravadora, Eternamente Nelson reúne 23 canções do repertório do cantor. Do especial de TV dirigido por Augusto César Vanucci, há clássicos como o samba-canção “Negue”, o tango “Carlos Gardel” e o fado “Nem às paredes confesso”, e algumas novidades que lançava na época, como “O dono das calçadas”, presente de Nelson Cavaquinho – que participa do número, ao violão, e Guilherme de Brito; “A despedida” (Evaldo Gouveia/Jair Amorim) e “Mais um ano sem Noel” (Portinho/Wilson Falcão). Em grande forma, Nelson vivia uma fase tranquila, após passar por problemas graves de dependência química. “Eu sou um homem que voltou do inferno”, revelou em depoimento num ringue de boxe, evocando sua época de juventude, quando chegou a ser pugilista.

Do bloco sensacional de clipes do cantor no Fantástico, para começar, há um tributo a seu grande mestre, Orlando Silva, com “A última estrofe”, grande sucesso do Cantor das Multidões, e um samba que lançava na ocasião – 1979 – em sua memória, “Pedestal de lágrimas” (Adelino Moreira). Seguem outros clipes de faixas de trabalho de seus álbuns da década de 1980, como o bolero “Onde anda você” (Vinicius de Moraes/Ermano Silva) do CD “E por falar em paixão” (1988); “Auto-retrato” (1989), faixa-título autobiográfica de seu CD de 1989, de Ivor Lancelotti com letra de Paulo Cesar Pinheiro inspirada nele; um medley de sucessos do CD “50 anos de boemia” (1990), com “Fica comigo esta noite”, “Escultura” (ambas de Nelson e Adelino Moreira), “Meu dilema” (Adelino) e “Pensando em ti” (Herivelto Martins/David Nasser), além de uma faixa solo de um de seus diversos álbuns de dueto, “Ele & elas – vol. II” (1986), “Minha rainha” (Rita Ribeiro/Lourenço Cavalcanti).

A propósito, de seus dois primeiros discos de duetos há clipes de três excelentes encontros. De “Ele & elas” (1984) foram pinçados o samba “Louco (Ela é seu mundo)” (Wilson Batista/Henrique de Almeida), velho sucesso de Orlando Silva, bisado por Aracy de Almeida, ambos nos anos 1940, em que Nelson se une a Alcione, e a antológica gravação de “O negócio é amar”, parceria póstuma de Carlos Lyra e Dolores Duran, em explosivo duo com Fafá de Belém. Do álbum seguinte, “Ele & eles” (1985), outra belíssima gravação, desta vez com Martinho da Vila, no bolero “Lembranças” (Raul Sampaio/Benil Santos), hit de Miltinho na década de 1960, que nessa regravação ganhava ares renovados de samba-canção com um pé no choro, e chegou a entrar na trilha da primeira versão da novela Ti, ti, ti: “Lembro um olhar/ Lembro um lugar/ Teu vulto amado/ Lembro o sorriso e o paraíso que tive a seu lado...”. Realmente emocionante.

Por fim, o Fantástico produziu uma gravação de um medley de três clássicos de seu repertório em ritmo de samba-canção: “Folha morta” (Ary Barroso), “Deusa do asfalto” e a indefectível “A volta do boêmio” (ambas de Adelino Moreira).

Um presente para pai nenhum botar defeito, e o melhor: inteiramente gratuito.

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