Médico também detalha as principais causas e formas de tratamento da doença, que atinge milhões de brasileiros
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Dr. Vinícius Terra, urologista | Foto: Divulgação |
Popularmente conhecida como pedra nos rins, a nefrolitíase – ou cálculo renal – é caracterizada pela formação de massas sólidas nas vias urinárias, compostas por cristais de minerais como ácido úrico e cálcio.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, a incidência da doença aumenta no verão. Como o Brasil possui clima predominantemente tropical, a atenção à hidratação deve ser constante ao longo de todo o ano, com ênfase especial nas estações mais quentes.
Segundo o urologista Dr. Vinícius Terra, três fatores estão diretamente relacionados à formação dos cálculos: a ingestão insuficiente de líquidos, o consumo elevado de sal – presente em alimentos industrializados, fast food e refrigerantes – e a alta ingestão de proteínas, especialmente a carne vermelha.
“Além desses fatores culturais, há também uma predisposição genética. Pacientes com histórico familiar têm maior risco de desenvolver a doença”, alerta o especialista.
Sintomas geralmente são silenciosos no início
O cálculo renal costuma se desenvolver de forma assintomática até o surgimento da cólica renal, caracterizada por dor intensa na região lombar, com irradiação para o abdômen. Nos homens, a dor pode se estender até os testículos; nas mulheres, até a região vaginal. Vômitos, náuseas, sangue na urina e infecção urinária são sintomas que podem surgir durante as crises.
“Nos casos em que o cálculo obstrui o ureter, impedindo a passagem da urina até a bexiga, pode ser necessário recorrer à cirurgia. Também avaliamos a intervenção cirúrgica em pacientes com episódios recorrentes de cólica renal e que não respondem à analgesia”, explica Dr. Vinícius Terra.
Estudos indicam que cerca de 50% dos pacientes que passam por cirurgia para remoção dos cálculos podem apresentar nova crise em até quatro anos. Por isso, o acompanhamento médico é essencial.
“Exames como perfil metabólico e coleta de urina de 24 horas ajudam a identificar a causa da formação dos cálculos. O acompanhamento com um nutricionista também é recomendado para prevenir novas ocorrências”, orienta o médico.
Alimentação e hidratação como ferramentas de prevenção
A hidratação adequada e uma dieta com baixo teor de sódio e consumo moderado de proteína animal são fundamentais na prevenção da doença. Segundo o urologista, os cálculos renais são, em grande parte, consequência de uma alimentação rica em sal e proteínas, associada à ingestão insuficiente de água.
Nos casos já diagnosticados, há medicamentos que auxiliam na eliminação dos cálculos, principalmente quando compostos por ácido úrico, substância que pode ser dissolvida com controle medicamentoso.
“A prevenção é sempre o melhor remédio. O acompanhamento médico regular é fundamental para controlar os sintomas, eliminar os cálculos e evitar novas formações”, finaliza Dr. Vinícius Terra.
Dr. Vinícius Terra - Urologista | @drviniciusterra