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Dr. Jonas Rodrigues Menezes defende tratamento individualizado

5 de Junho de 2025

Cirurgias para câncer de próstata de baixo risco caem mais de 80% em 14 anos e urologistas destacam os benefícios da vigilância ativa.

Foto: Divulgação

Entre 2010 e 2024, o número de homens submetidos a cirurgias para câncer de próstata de baixo risco diminuiu mais de cinco vezes no Brasil e em diversos países ocidentais. Esse declínio expressivo reflete uma mudança profunda nas diretrizes médicas e na prática clínica, com destaque para a crescente adoção da chamada "vigilância ativa" — uma abordagem que prioriza o acompanhamento rigoroso da doença em vez da intervenção imediata.

Segundo especialistas e membros da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), essa tendência representa uma evolução importante no manejo do câncer de próstata:

Durante muitos anos, o diagnóstico de câncer de próstata levava automaticamente à cirurgia ou radioterapia, mesmo em casos de tumores indolentes. Hoje, para pacientes com tumores de baixo risco, a vigilância ativa pode oferecer os mesmos resultados em termos de sobrevida, com muito menos efeitos colaterais.

A vigilância ativa consiste no monitoramento constante do paciente por meio de exames periódicos — como o PSA, ressonância magnética multiparamétrica e biópsias —, intervindo clinicamente apenas se houver sinais de progressão tumoral. Essa estratégia busca evitar o "overtreatment", ou seja, o tratamento excessivo de doenças que poderiam nunca causar sintomas significativos durante a vida do paciente.

Os avanços tecnológicos também desempenharam papel fundamental nesse cenário, afirma o  Dr. Jonas Rodrigues de Menezes Filho , da Fundação Hospital Adriano Jorge e professor assistente de urologia da Universidade do Estado do Amazonas.

Hoje existem exames muito mais precisos para identificar o perfil do tumor e avaliar o risco real que ele representa. Isso permite tomar decisões mais seguras e personalizadas, priorizando a qualidade de vida dos pacientes.

De fato, entre os principais motivos para evitar cirurgias desnecessárias estão os efeitos colaterais associados à prostatectomia radical, como incontinência urinária, disfunção erétil e impacto psicológico. A vigilância ativa, ao preservar a função do paciente sem comprometer sua segurança, é vista por muitos especialistas como o novo padrão ouro para casos de baixo risco.

Com a adesão crescente dos próprios pacientes à vigilância ativa — antes vista com desconfiança por alguns —, os urologistas vêm notando também uma mudança cultural importante: homens mais informados, participativos e conscientes sobre as implicações de cada decisão clínica. O acompanhamento psicológico e a boa comunicação entre médico e paciente são componentes essenciais nesse processo.

A queda de mais de 80% nas cirurgias para tumores de baixo risco, portanto, não indica negligência, mas sim uma medicina mais racional, sensível e centrada no paciente

Dr. Jonas Rodrigues de Menezes Filho , urologista e professor assistente de urologia na Universidade do Estado do Amazonas, é um defensor da abordagem personalizada no tratamento do câncer de próstata. Com mais de duas décadas de experiência clínica e acadêmica, ele enfatiza a importância de considerar as particularidades de cada paciente ao optar entre vigilância ativa e intervenção cirúrgica. Segundo o Dr. Jonas, a decisão terapêutica deve levar em conta não apenas os parâmetros clínicos, mas também o estilo de vida, as preferências e o contexto social do paciente. Ele acredita que essa abordagem centrada no indivíduo contribui para melhores resultados clínicos e maior satisfação dos pacientes.

Saiba mais sobre Dr. Jonas pelo Instagram: @dr.jonasmenezes

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