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Com uma letra repleta de sensibilidade, a cantora e compositora Júlia Levy estreou recentemente, pela Alma Music e em todas as plataformas digitais, seu mais novo single de trabalho, a faixa "For My Child". A canção foi lançada na véspera do Dia das Mães, trazendo à tona um tema delicado e ainda pouco discutido: a perda gestacional.
Influenciada pelo soft rock alternativo e com uma sonoridade sofisticada e minimalista, “For My Child” reforça a autenticidade da interpretação de Júlia, através de um tributo íntimo a uma experiência pessoal de luto e transformação.
A canção emociona ao abordar sentimentos intensos de dor, saudade e esperança, como evidenciado em versos como "You came so fast, it didn’t last / But in my heart, you’ll stay forever" (“Você chegou tão rápido, não durou / Mas no meu coração, você ficará para sempre”) - em tradução livre.
Em um momento em que a sociedade ainda silencia muitas histórias de luto gestacional, For My Child chega como um convite à conversa, à cura e à empatia.
Com vocais carregados de sentimento e produção atemporal, For My Child valoriza cada palavra cantada, criando uma atmosfera que abraça e acolhe quem ouve. O lançamento chega para acolher, principalmente mulheres que já passaram por experiências semelhantes, e destaca-se também pela profundidade artística e pela coragem de abordar um tema tão pouco explorado na música.
Em entrevista, a artista revela mais detalhes sobre o novo som. Confira agora na íntegra:
“For My Child” trata de um tema muito delicado e invisível. Em que momento você sentiu que transformar essa dor em arte era necessário?
Não foi algo planejado. Poucos dias depois da perda a música simplesmente veio. A melodia e a letra chegaram juntas, como se estivessem guardadas em mim, esperando para sair.
No dia seguinte eu já estava no estúdio gravando. Foi escutando a primeira versão que percebi o quanto criar For My Child estava me fortalecendo. Sem dúvidas foi o ponto inicial do meu processo de cura.
Como foi o processo emocional de compor e gravar uma música tão íntima? Houve algum receio de se expor dessa forma?
Foi intenso, mas muito natural. Eu senti que não estava exatamente me expondo, estava me curando. Gravar essa música foi uma forma de dar lugar àquilo que eu estava sentindo, sem precisar explicar racionalmente. É claro que existe uma vulnerabilidade em dividir isso com o mundo, mas senti que era maior do que eu. Era sobre mim, sim, mas também sobre muitas outras mulheres que já passaram por isso e se sentiram sozinhas.
Como vem sendo o retorno do público em relação à faixa?
Tem sido muito emocionante. Recebi mensagens de mulheres que viveram situações parecidas, que nunca tinham se sentido à vontade para conversar sobre o assunto, e se sentiram acolhidas pela música.
É como se For My Child tivesse aberto um espaço seguro, onde a dor não precisa ser escondida.
A música chegou às vésperas do Dia das Mães. Qual é a sua relação com essa data hoje, depois de tudo?
Hoje eu vivo essa data com mais delicadeza e respeito. Não vejo apenas como uma celebração, mas um dia que carrega camadas. Um dia de lembrança, de silêncio e de muito amor.
Sei que muitas mulheres vivem o Dia das Mães de um lugar invisível. Decidi lançar essa música justamente para que essas histórias também fossem reconhecidas e validadas.
Como você vê a importância de trazer temas como maternidade, perda e cura para de canções?
A arte tem esse poder de tocar o que é difícil dizer. Quando a gente coloca essas experiências em forma de música, elas deixam de ser só nossas e passam a dialogar com quem escuta.
Falar de dor, de maternidade, de perda e de cura é necessário. E a perda gestacional, em especial, ainda é um tabu. Muitas mulheres passam por isso, mas poucas têm espaço para falar.
Eu acredito que a música pode abrir essa conversa com delicadeza e empatia.
O que vem por aí nos próximos passos da carreira?
Venho explorando novas camadas da minha identidade como artista. Tenho trabalhado em músicas que mostram outras facetas minhas: algumas mais solares e outras nem tanto. Mas todas com a mesma verdade emocional.
Canções que falam sobre libertação, amadurecimento e sobre o nosso lado sombra. Quero continuar me desafiando criativamente, tanto na sonoridade quanto na estética, e aprofundar ainda mais a conexão com quem me escuta.
Tem muita coisa linda (e forte) vindo por aí.