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Tumores cerebrais: médico neurocirurgião aponta os sintomas e as principais causas

5 de Abril de 2025

Entende-se por tumor cerebral qualquer massa ou nódulo dentro do crânio ou cérebro de uma pessoa. Os casos mais graves são os chamados de câncer cerebral como o glioblastoma ou as metástases, mas pode ser benigna como no caso dos meningeomas. Essa aglomeração anormal de células, se não tratada a tempo, pode comprimir ou destruir a regiões do cérebro, causando sintomas graves ao paciente.

Dr. César Cimonari
 

Segundo estatísticas do INCA (Instituto Nacional do Câncer), os tumores do sistema nervoso central representam aproximadamente 4% dos cânceres diagnosticados somente no Brasil. São cerca de 11 mil novos casos que devem surgir a cada ano.

O neurocirurgião César Cimonari, especialista em tratamento de doenças do cérebro, coluna e dor, PhD em neurocirurgia oncológica revela que os sintomas ocasionados por tumores cerebrais vão depender não só do seu tamanho, mas também da localização e da velocidade com que ele cresce. “Além das dores de cabeça, algumas delas progressivas em frequencia e intensidade, o paciente pode sofrer com náuseas, vômitos, mudanças visuais, perdas de audição e equilíbrio, paralisias e limitações de raciocínio, inclusive na capacidade de falar.”

Tumores cerebrais em condições mais avançadas são os que tendem a adentrar em áreas mais sensíveis do cérebro, ocasionando danos nas funções motoras, por exemplo, além das cognitivas e sensoriais.

Outro assunto a ser esclarecido são as denominadas metástases, onde o câncer surge em outra parte do corpo e tem o poder de migração. “Na metástase, as células se deslocam de seu órgão de origem e se espalham pelo corpo, incluindo o cérebro. Uma atenção redobrada é necessária quando um paciente em tratamento de câncer apresenta sintomas neurológicos, mas há casos em que a metástase pode surgir antes da descoberta do tumor original”, explica o doutor César Cimonari.

Diante de tantas variações de tumores no cérebro, não são conhecidas causas claras em relação aos agentes causadores dos tumores no cérebro. Em alguns casos, fatores de predisposição genética podem aumentar a chance, mas não são obrigatórios. Nos extremos de idade – crianças e idosos – apresentam uma tendencia maior de apresentar tumores cerebrais, embora no caso dos idosos habitualmente os casos sejam mais agressivos e malignos.

Algumas situações como o histórico familiar de múltiplos tumores; pacientes que já possuem câncer em qualquer parte do corpo; e mulheres em realização de reposição hormonal por menopausa ou estética apresentam uma maior chance de ocorrência de tumores, e devem ser avaliados por um neurocirurgião com experiencia em neuro-oncologia.

Quanto ao tratamento, tudo vai depender de uma série de fatores. Qual a localização do tumor dentro do cérebro? Qual é o comprometimento da função neurológica? Em que estágio está a doença? “Ao responder tais perguntas, conseguimos determinar se o paciente necessitará de um procedimento cirúrgico, quimioterapia e radioterapia, em muitos casos, todas estas opções são utilizadas sequencialmente”, esclarece o neurocirurgião.

E quando não há opções de tratamento da doença? “Nesse caso, trata-se os sintomas do paciente. Por isso que é preciso avaliar caso a caso para determinarmos o que se pode fazer de tratamento com objetivo curativo ou ainda  terapia de suporte, que é o tratamento paliativo dos sintomas e melhora a qualidade de vida do paciente mesmo em casos graves”, finaliza o doutor César Cimonari.

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