Cultura - Música

Em entrevista exclusiva, Ana Laura Lopes revela detalhes do novo single Meu endereço

26 de Março de 2025

A cantora e compositora Ana Laura Lopes deu o pontapé inicial de uma nova fase em sua carreira com o single “Meu endereço”, faixa que mistura leveza, bom humor e uma dose de frustração amorosa — tudo com uma sonoridade pop marcante e referências que vão de Lily Allen a Billie Eilish. A canção já está disponível em todas as plataformas digitais e conta com videoclipe no YouTube da artista. 

O novo som autoral expressa a insatisfação da artista com o amor, mas também um desejo renovado de encontrar um novo alguém. Na canção, ela traz o cupido, que é retratado como um personagem falho, que desperdiça flechas com quem não se interessa, deixando a protagonista à espera de um encontro que nunca chega. Ela utiliza a metáfora de entregar seu endereço ao cupido, na esperança de que, dessa vez, ele finalmente a encontre e acerte a flecha.

A faixa surgiu em um momento de grande desilusão da artista com o amor. Após algumas decepções amorosas, incluindo um episódio de ghosting - que resultou no hit "Fantasma", que já conta com mais de 15 milhões de plays apenas no Spotify e a versão MTG que alcançou o Top 10 Brasil -, ela sentiu-se desmotivada a tentar novos relacionamentos, pois já esperava que dariam errado.

Em entrevista exclusiva, Ana fala sobre a inspiração por trás da música, conta como o cupido virou um personagem perdido nessa narrativa cheia de ironia e esperança. Ela também conta compartilha detalhes dos bastidores do clipe — que, cheio de easter eggs, já antecipa o próximo lançamento previsto para abril — e revela como a construção de seu primeiro álbum completo a fez amadurecer artisticamente. 

Confira o bate papo exclusivo e fique atento às redes sociais da artista para os próximos lançamentos:

Ana, seu novo single “Meu endereço” é uma mistura leve e bem-humorada de frustração e esperança no amor. Como surgiu a ideia de usar o cupido como esse personagem “meio perdido”?

A letra de ‘Meu endereço’ é um pouco ácida ao mesmo tempo que ela é bem humorada. Eu trato o cupido como se ele fosse esse personagem realmente meio perdido. E essa ideia veio quando eu estava com essa desilusão do amor e pensando: Meu Deus, se realmente existe um cupido, ele deve está muito perdido mesmo. Ele deve estar procurando nos lugares errados, acertando as pessoas erradas, porque não é possível, quem quer se apaixonar não encontra ninguém e as pessoas que não estão a fim de se apaixonarem encontram pessoas incríveis. E isso está errado, não é possível, o cupido não tá sabendo trabalhar direito. Mas ao mesmo tempo eu entendo ele porque essa geração que não ama ninguém não facilita.

A letra fala de alguém que ainda acredita no amor, mas vive num mundo de “conexões vazias”. Acredita que esse sentimento é vivido por muitas outras pessoas atualmente?

Quando eu escrevi a letra era um desabafo, era exatamente o que eu estava sentindo no momento e senti necessidade de colocar aquilo para fora através de uma composição, que é o que eu normalmente faço. Compor é um ato muito terapêutico para mim e quando eu escrevi, praticamente não pensei se realmente seria um sentimento compartilhado por muitas pessoas, mas depois que eu lancei a música tive certeza de que sim, as pessoas têm se identificado muito com a canção. Tenho tido um retorno muito positivo com a letra dessa música no geral e é muito gratificante poder dar voz a esse sentimento que é compartilhado por tantas outras pessoas além de mim.

A canção tem uma pegada pop marcante. Quais foram suas referências musicais para criar essa sonoridade?

Uma das minhas primeiras referências para criar ‘Meu endereço’ foi a Lily Allen. Na musicalidade no geral, na harmonia do piano, deixei o piano bem presente, com notas muito específicas. E quando a gente foi fazer a produção da música, o Rafa trouxe referências atuais, como a Billie Eilish, a Gracie Abrams... E aí a gente criou esse instrumental da faixa, que é tão pop e tão marcante. Mesmo sendo uma música que é emocionante, é um pouco triste ao mesmo tempo. E virou uma mistura linda. Eu tenho muito orgulho do que a gente fez com essa música.

O clipe de “Meu endereço” está cheio de easter eggs e referências. Tem alguma cena ou detalhe especial que você acha que o público ainda não percebeu, mas que tem um significado pra você?

O maior easter egg para mim, que as pessoas ainda não estão comentando tanto sobre, é o final do clipe de ‘Meu endereço’. Ele mostra um grande spoiler da próxima música que vem por aí. Tem uma parte da melodia, praticamente mostra o nome da música e a história do clipe começa no final de ‘Meu endereço’. Então, praticamente já mostrei o que vai ser a nova música que eu vou lançar no início de abril e poucas pessoas prestaram atenção nisso. Acho isso muito engraçado porque elas vêm me perguntar, me pedirem pra falar mais sobre a música nova, e na verdade é só assistir o clipe de ‘Meu endereço’ até o final. Muito fácil.

“Meu endereço” é o pontapé inicial do seu primeiro álbum. O que podemos esperar dessa nova fase da sua carreira? 

‘Meu endereço’ é a porta de entrada para o universo do disco, onde eu vou mostrar uma versão de mim que nunca mostrei antes. Vou mostrar a minha personalidade de forma muito mais completa, contar histórias que eu nunca contei, falar sobre assuntos que eu nunca falei. Então o público pode esperar quem eu realmente sou nesse disco. Espero que as pessoas se identifiquem e que o disco toque nelas da forma como ele me toca. E eu gostaria muito de gerar emoções nas pessoas, emoções distintas, mas muito, muito intensas.

Você mencionou que, pela primeira vez, vê sua carreira de forma integrada a um álbum completo. Como foi a experiência de pensar cada detalhe – da música à identidade visual – como parte de uma história única?

A experiência de criar o conceito do disco como um todo foi uma experiência que me amadureceu muito como artista. Eu sinto que entreguei algo muito maior do que esperava quando comecei a compor as músicas do disco e comecei pela composição, trazendo assuntos que gostaria de falar, desabafando e escrevendo as músicas com os meus sentimentos mais reais. E quando a gente criou o conceito, buscamos mostrar muito da minha personalidade nele e tudo conversa em uma história única que tem início, meio e fim, como sempre faço nas minhas músicas. É algo que vivi e gostaria de compartilhar com as pessoas, gostaria que as pessoas se identificassem e que diz muito sobre mim tanto como pessoa quanto como artista.

Como vem sendo o feedback deste novo single? 

O feedback do primeiro single tem sido muito gratificante. As pessoas estão se identificando muito com a letra da música, estão gostando muito da melodia, do ritmo, e fico muito feliz com isso como compositora, porque quando eu criei essa canção, eu realmente estava desabafando, falando sobre algo que estava dentro do meu coração. E é muito acolhedor saber que as pessoas se sentem da mesma forma que eu me sinto. Isso me deixa cada vez mais confiante também com as músicas que ainda vêm por aí, com as músicas do disco. Sinto que as pessoas vão se identificar muito com as histórias que tenho para contar e com tudo que tenho para falar nessas próximas canções.

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