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Estado de São Paulo deve registrar mais de 181 mil novos casos de câncer em 2025

18 de Fevereiro de 2025

Tumores de mama, próstata e cólon e reto são os mais incidentes; De acordo com projeção da OMS, a doença atingirá cerca de 35 milhões de pessoas no mundo até 2050

Dr. Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto

Considerado o principal problema de saúde pública no mundo, o câncer, somente no Estado de São Paulo,      deve atingir mais de 181 mil pessoas em 2025. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) destacam que os tumores mais incidentes nesta região são, os de mama e de próstata, com previsão de 20.470 e 16.830 novos casos respectivamente, além de cólon e reto, que seguem como a terceira causa, com estimativa de 14.980 diagnósticos.

“O crescimento da incidência de casos de câncer é esperado devido ao envelhecimento e crescimento da população, mas principalmente ao aumento da exposição a fatores de risco, como o tabaco, o álcool e a obesidade. Outro possível fator relacionado a alta dos números é a poluição do ar, que tem atingido níveis cada vez mais alarmantes nos últimos anos”, comenta Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto.

Em nova projeção, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a doença deve atingir cerca de 35 milhões de pessoas no mundo até 2050, uma alta de 77% em relação a 2022, ano em que foram registrados cerca de 20 milhões de casos. 

Em Ribeirão Preto, dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde afirmam que, somente em 2024, mais de 1.700 pessoas foram diagnosticadas com neoplasias na cidade.  A estudante de medicina Gabriela Souza, de 25 anos, foi uma delas.

Portadora da síndrome de Li-Fraumeni - causada por uma variação genética no gene TP53 de caráter hereditário, que enfraquece a habilidade das células de controlar diversos sistemas vitais –, a jovem teve o diagnóstico de câncer de mama confirmado há poucos meses.

“Eu pensei que teria um tempo para me acostumar com a ideia da queda capilar, que faria cirurgia e depois a quimioterapia, mas o caminho precisou ser o inverso, devido o tumor estar muito maior do que eu imaginava e isso foi um choque”, contou a estudante. 

Apesar de toda mudança em sua rotina, Gabriela se manteve positiva diante do diagnóstico. “É claro que o câncer nunca será bem-vindo, mas eu acredito que quanto mais jovem você descobre a doença, maior é o susto. Entretanto, levei em consideração que, devido a minha idade, meu corpo se restabeleceria mais rápido, principalmente por sempre ter levado uma vida saudável e com a prática de atividade física, o que faz toda a diferença na luta contra a doença”, conta.

Cheia de esperança para as últimas sessões de quimioterapia, que se encerram em março, Gabriela já se prepara para o próximo passo: a cirurgia. “Conviver com o câncer é como estar em uma montanha russa. Tem dias que você está bem e esperançosa, e tem outros que está debilitada, seja emocionalmente ou fisicamente, devidos às medicações. Não é fácil, mas estou ganhando maturidade e um olhar amplo para vida. Hoje sou grata e penso que por trás de tudo isso tem um propósito maior, que me levou a querer ajudar outras pessoas”, completa.

Hoje, a estudante compartilha sua história e rotina como paciente oncológica por meio das redes sociais. Nos vídeos, Gabriela dá detalhes de como se sente em cada processo do tratamento e apoio para as pessoas que estão passando pela mesma situação. 

Estudante de medicina, Gabriela Souza é portadora da síndrome de Li-Fraumeni e luta contra o câncer de mama

Importância da prevenção

Indo além do caso de Gabriela, Diocésio Andrade alerta para uma questão pertinente: vários tipos de tumores podem ser prevenidos com mudanças de hábitos. “É necessário que a população se conscientize sobre a importância dos cuidados com a saúde, como a alimentação saudável e a prática de atividade física regular. Também é fundamental estar em dia com as vacinas contra o papilomavírus humano (HPV) e a hepatite B, além de evitar a exposição prolongada ao sol e às radiações ionizantes”, afirma.

Detecção precoce

O médico reforça ainda que, quando descoberto em estágio inicial, o câncer pode responder melhor ao tratamento, resultando em uma maior probabilidade de sobrevivência e menor morbidade. 

“Muitos dos tipos mais comuns de tumores, como o de mama, colo do útero, oral e colorretal, têm altas taxas de cura quando detectados precocemente e tratados de acordo com as melhores práticas.”, conclui o oncologista.

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