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Como Municípios Brasileiros Podem Liderar a Ação Climática Global

26 de Novembro de 2024

Os grandes desafios climáticos e sociais enfrentados pelo mundo são amplamente debatidos em eventos globais como o G20 e as Conferências das Partes (COPs). No entanto, a chave para transformar esses compromissos em ações concretas que impactem a vida das pessoas está no protagonismo local. As conferências municipais e intermunicipais, que devem ser realizadas até o final de janeiro de 2025, colocam os municípios brasileiros no centro desse debate global. Essa é uma oportunidade única para o Brasil demonstrar sua força e liderança na construção de um futuro sustentável. Em 2025, o país marcará dois momentos históricos: a realização da 5ª Conferência Nacional do Clima (em maio) e a sediação da COP30, reafirmando seu protagonismo na agenda climática internacional.

 Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante 3ª Sessão da Reunião de Líderes do G20: Desenvolvimento Sustentável e Transição Energética. Rio de Janeiro - RJ
 
Foto: Ricardo Stuckert/PR - Agencia Brasil.ebc
 

Para fortalecer o papel dos municípios na ação climática, o Instituto Repense, uma organização sem fins lucrativos dedicada a promover transformações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), liderado por Roberta Alvarenga, tomou a iniciativa de incluir Lençóis Paulista no Programa Cidades Sustentáveis, em parceria com o Instituto Cidades Sustentáveis. A plataforma é uma ferramenta que incentiva os municípios a integrar a sustentabilidade em seus planos de desenvolvimento, utilizando indicadores concretos para monitorar avanços em áreas como mobilidade, educação, saúde e meio ambiente.


Roberta se reuniu com todos os candidatos a prefeito de Lençóis Paulista para explicar a importância de aderir ao programa. Como resultado, todos assinaram o compromisso. Esse passo coloca Lençóis Paulista no radar de boas práticas em sustentabilidade, servindo de modelo para outras cidades do Centro-Oeste Paulista. [imagens]

O ano de 2024 trouxe importantes marcos para a agenda climática global.

  1. Fórum Econômico Mundial em Davos: Realizado em janeiro, discutiu a necessidade de acelerar a transição para uma economia verde e soluções para crises sociais e climáticas.
  2. Assembleia Geral da ONU: Em setembro, adotou o "Pacto para o Futuro", reforçando compromissos com a reforma da governança global e aceleração da Agenda 2030.
  3. COP29 em Baku: Apesar de avanços em financiamento climático e regulação do mercado global de carbono, foi marcada por lacunas nos compromissos financeiros e críticas à falta de definições sobre combustíveis fósseis. António Guterres destacou: "Precisamos de um grande esforço para entregar um pacote ambicioso e equilibrado. O fracasso não é uma opção."
  4. G20 no Brasil: Sob o tema "Construindo um mundo justo e um planeta sustentável", reuniu líderes globais em novembro no Rio de Janeiro. Apesar de iniciativas como a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, houve baixa participação de municípios brasileiros, expondo a necessidade de maior engajamento local.

Ação Local no Centro-Oeste Paulista

O Instituto Repense notou a baixa adesão dos municípios da região centro-oeste paulista à convocação para as conferências municipais preparatórias da 5ª Conferência Nacional do Clima.

"Não estamos mais na fase da conscientização. É hora de ação. Todos temos que nos mobilizar", enfatiza Roberta.

Diante da necessidade urgente de mobilização, o Instituto Repense tomou a iniciativa de agir rapidamente. Entrou em contato direto com as prefeituras da região centro-oeste paulista para oferecer suporte técnico e organizacional. Essa mobilização gerou resultados promissores: diversos municípios se comprometeram a participar, e o Instituto assumiu a liderança na organização da 1ª Conferência Intermunicipal do Centro-Oeste do Estado de São Paulo.

Marcada para o dia 20 de janeiro de 2025, a conferência conta com o apoio do CIESP Botucatu e de várias prefeituras da região, unindo esforços regionais para garantir uma representação forte no debate nacional. O evento será aberto a todos os interessados e busca, neste momento, parceiros e patrocinadores.

Mais informações sobre como participar e contribuir com a iniciativa podem ser encontradas no site (www.institutorepense.org), reforçando o compromisso do Instituto Repense em engajar a sociedade e fortalecer o protagonismo local na agenda climática.

Conferências do Clima: Etapa Fundamental

As conferências municipais e intermunicipais são essenciais para incluir as demandas locais no debate nacional e global. Com o prazo prorrogado até 26 de dezembro de 2024, as prefeituras e a sociedade civil têm uma janela ampliada para garantir sua participação.

Por que as conferências são importantes?

  • Mapeiam desafios locais: Propostas específicas refletem as realidades de cada território.
  • Engajam a sociedade civil: Tornam o processo mais inclusivo e representativo.
  • Fortalecem a colaboração regional: Especialmente em municípios menores, a união de esforços gera mais impacto.

Os relatórios dessas conferências serão consolidados em etapas estaduais e apresentados na COP30, garantindo que a voz das comunidades chegue ao debate global.

COP30: Liderança Brasileira em Foco

Com a Amazônia no centro das discussões, a COP30 no Brasil será um marco histórico para o país:

  • Liderança climática global: O Brasil pode propor soluções concretas para desafios climáticos globais.
  • Fortalecimento da economia verde: Atraindo investimentos internacionais e criando empregos sustentáveis.
  • Protagonismo local: Municípios brasileiros terão a chance de demonstrar a força de suas ações na construção de um futuro sustentável.

António Guterres enfatizou na COP29: "Esta é uma COP para entregar justiça diante da catástrofe climática e ajudar a garantir um planeta decente para toda a humanidade. Intensifiquem seus esforços, acelerem o ritmo e entreguem resultados. O tempo é curto."

O Papel do Setor Privado

O setor privado é fundamental para o sucesso das ações climáticas e a construção de um futuro sustentável. Empresas e indústrias precisam:

  • Integrar riscos climáticos: Incorporando a sustentabilidade em seus modelos de negócios.
  • Investir em soluções de baixo carbono: Liderando a transição para energias renováveis.
  • Atender às demandas dos investidores: Que exigem relatórios claros sobre sustentabilidade.

Roberta Alvarenga reforça: "A mudança deve ser financiada por empresas e indústrias. Todos os setores precisam transformar seus modelos de negócios para enfrentar as mudanças climáticas."

Transformação que Começa Localmente

A participação dos municípios é indispensável para que as metas globais se tornem realidade. O trabalho do Instituto Repense no centro-oeste paulista é um exemplo claro de como a mobilização local pode transformar o cenário nacional.

O futuro é agora, e ele começa com cada um de nós.

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