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Câncer de Mama: Dr. Ailthon Takishima fala sobre prevenção, tratamento e cura

24 de Outubro de 2024
Celebridade Xuxa Meneghel | Foto: Blad Meneghel

O movimento OUTUBRO ROSA surge na década de 90, nos Estados Unidos, com o intuito de compartilhar informações e alertar as pessoas quanto ao câncer de mama, que hoje é a doença que mais acomete as mulheres. Celebridades como Xuxa Meneghel, Ana Lucia Torre, Clarisse Derzié e profissionais de saúde como Dr. Ailthon Takishima, impulsionam e contribuem com este movimento.

O objetivo principal é conscientizar as pessoas sobre a prevenção do câncer de mama.

Este histórico está relacionado ao fato de Suzan G. Komen, criadora da Fundação Susana G. Komen for the Cure, ter sido diagnosticada com câncer de mama numa época em que ainda não havia a cura para a doença (1970).

O movimento atingiu rapidamente o âmbito internacional pela importância e intensidade das ações em vários países, além da seriedade da doença e suas consequências.

Atriz Ana Lucia Torre | Foto: Arquivo pessoal

O movimento atingiu rapidamente o âmbito internacional pela importância e intensidade das ações em vários países, além da seriedade da doença e suas consequências.

A Fundação Susana G. Komen for the cure criou o laço cor-de-rosa como símbolo da campanha, que foi distribuído em Nova Iorque na corrida pela cura em 1990. Esse foi o início da divulgação do OUTUBRO ROSA, om laços dessa cor sendo distribuídos em diversas ocasiões, áreas públicas e em qualquer lugar que fosse possível a visualização. Muitos eventos foram realizados nos Estados Unidos e concentrados principalmente no mês de outubro. Com isso, o congresso americano reconhece o mês de outubro como o mês oficial da conscientização e prevenção ao câncer de mama.

Aqui no Brasil, a primeira ação aconteceu na cidade de São Paulo, em 2002, quando o obelisco do Ibirapuera (Monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista) ganha a iluminação na cor característica.

A campanha foi disseminada pelos estados brasileiros em 2008 e, 10 anos mais tarde, a lei de número 13.733 se torna oficial em nosso país.                                                                      

Vale ressaltar que a iluminação de edificações, prédios e monumentos públicos como o Cristo Redentor no Rio de Janeiro e tantos outros, tornaram o Outubro Rosa muito popular e respeitado.

Outros meses foram ganhando cores e denominados meses de conscientização e prevenção de outras doenças, como o Novembro Azul (conscientização e prevenção ao câncer de próstata).

O mais importante é o diagnóstico precoce de uma doença, pois as chances de cura são muito maiores.

O trabalho de conscientização da prevenção do câncer de mama não é só para as mulheres. Profissionais de saúde, familiares, parceiros e amigos podem alertar e incentivar a prevenção e diagnóstico precoce. Muitas mulheres, na correria de suas vidas, pela desinformação ou até por descuido, precisam ser lembradas de que a doença existe e têm que se prevenir, fazendo do autoexame uma rotina, visitando frequentemente o ginecologista e realizando exames quando necessário.

Devemos lembrar que a doença não acomete só as mulheres. Homens, a partir de 50 anos, também podem desenvolver o câncer de mama, de acordo com estatísticas que relatam até 1% de incidência nos homens.

Objetivos do movimento internacional Outubro Rosa

  •  Conscientizar sobre a gravidade do câncer de mama;
  •  Conscientizar sobre a importância da prevenção da doença;
  •  Divulgar os meios corretos para prevenção;
  •  Incentivar o diagnóstico;
  •  Evitar a desinformação;
  •  Divulgar os caminhos para receberem auxílio e informações;
  •  Informar sobre os direitos legais que a paciente tem direito;
  •  Esclarecer meios de evitar a doença (vida saudável, prática regular de exercícios, evitar sobrepeso,    

             consumir menos agrotóxicos, não ter vícios como cigarros, bebidas alcoólicas e drogas ilícitas;       

  •  Amamentar também protege as mamas.

A rotina do autoexame deve ser instituída a partir dos 18 anos de idade, mensalmente e de 3 a 5 dias após a menstruação. A mulher que não menstrua deve escolher um dia fixo do mês, fazer seu auto exame das mamas e visitar regularmente o ginecologista.

Ultrassom até os 34 anos e mamografia após os 35 anos de idade são excelentes meios de diagnóstico para a prevenção do avanço de um câncer.

Outros exames mais específicos devem ser realizados caso seja identificado um nódulo, cisto ou uma área da mama sob suspeita.

Para realizar o autoexame, recomenda-se que a paciente esteja em pé, deitada ou faça durante o banho. Se optar por ficar em pé, coloque-se de frente para um espelho e observe o formato das mamas, verificando se há diferenças entre elas. Examine a pele, os mamilos e as aréolas, procurando por qualquer alteração em relação ao que você já conhece.

Faça também uma pequena e cuidadosa pressão nos mamilos verificando se alguma secreção é eliminada.

Modelo: @caetannasantos | Fotografia: @marcoscanoas Assist. Cristine Busch
Beleza: @juniorronaldomakeupp

Essas análises devem ser realizadas com braços levantados e também abaixados.

Quando deitada, coloque uma almofada ou travesseiro embaixo do ombro esquerdo e apalpe a mama com a mão direita, repetindo do outro lado da mesma forma.

Quando estiver no banho apalpe a mama com a mão contralateral e estenda até a axila, isso se aplica para os dois lados.

A palpação deve ser realizada com movimentos suaves e firmes com um pouco de pressão, tentando sentir se há algo diferente, sempre com as pontas dos dedos e em movimentos circulares.

Se identificar qualquer alteração, um profissional médico deve ser consultado.

No caso do diagnóstico positivo em uma avaliação médica, os tratamentos devem ser iniciados o quanto antes.

Durante todo o período de pesquisa desse nódulo já deve ser instituído o apoio psicoemocional, devido à instabilidade de pensamentos e sentimentos que possam ocorrer ou, até mesmo, a negação da doença, o que dificulta ou impede o tratamento. Um luto antecipado também pode vir à tona pela suposta perda da feminilidade e de seus valores.

O mesmo trabalho de orientação deve ser feito com o parceiro e a família, pois enfrentarão momentos árduos e de muita instabilidade. A maioria das mulheres já imagina que irá se deparar com períodos de tristeza, dores e dificuldades após a descoberta da doença.

Queda de cabelo, quimioterapia, radioterapia, alterações do corpo, baixa auto- estima, afastamento do trabalho e tantas outras mudanças de sua rotina também podem influenciar e alterar o comportamento da mulher.

Os profissionais de saúde devem ter muita habilidade para conduzir bem a paciente, incentivando, abordando as reais expectativas, as chances de cura e o sucesso dos tratamentos. Humanizar o atendimento faz toda a diferença porque a paciente se sente acolhida e cuidada.

Os familiares devem proceder da mesma forma, fazendo parte dos tratamentos e oferecendo todo o suporte até o final dos procedimentos.

Mudanças acontecerão e afetarão a autoestima, autoimagem e autoconfiança da mulher.

Todo o processo pode levar à depressão, isolamento, negação da doença e do tratamento, se não houver o devido acompanhamento psico-oncológico. Podem ocorrer limitações físicas e emocionais, dificuldade do convívio social, queda da qualidade de vida e perda do vínculo com o símbolo da feminilidade que são os seios.

A paciente pode entender a doença como castigo, punição e destruição de seus sonhos de vida ou de formar uma família. A orientação aos familiares para que tenham um comportamento normal diante do problema é fundamental, assim como não falar demais sobre o assunto, mas conversar de forma ponderada para que ela não pense que as pessoas mais próximas não dão o devido valor à doença, ao tratamento e aos seus sentimentos.

A família pode ajudar a criar estruturas de enfrentamento positivo diminuindo dúvidas e incertezas, lembrando que o apoio psicológico é essencial e proporciona também conforto, além de reduzir os conflitos internos, como medo da morte e negação da cura.

O tratamento consiste na retirada do nódulo e a extensão da cirurgia depende do tamanho de cada um, do tipo histológico e da agressividade do tumor. Porém, se há maior comprometimento desse tumor, poderá ser retirada toda a mama e até os linfonodos da axila (esvaziamento ganglionar). Nos casos de retirada total da mama (mastectomia) é ideal que seja realizado o procedimento de reconstrução, com prótese de silicone ou tecidos do próprio corpo (retalhos de músculo grande dorsal ou do músculo reto abdominal).
A pele pode ser preservada na mastectomia, mas caso tenha comprometimento da mesma e perda do complexo aréolo mamilar, este pode ser reconstruído com pele das pálpebras ou virilhas ou então com pigmentação 3D, que tem um efeito estético bem natural.

É importante salientar que, após o movimento de conscientização e prevenção, muito mais vidas foram salvas e as esperanças renovadas.

Dr. Ailthon Takishima e a Atriz Clarisse Derzié (Foto: Arquivo pessoal)
 
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