Dr. Ervin Cotrik | Foto: Divulgação |
Como reduzir as taxas de suicídio?
Essa é uma pergunta que o Dr. Ervin Cotrik se faz todos os dias.
Infelizmente, o suicídio no Brasil cresce ano a ano, sendo os jovens a população de maior preocupação no momento.
É sabido que, em quase 100% dos casos, o indivíduo estava com algum transtorno mental na hora do ato fatal e, infelizmente, a grande maioria não estava em tratamento. Ou seja, mortes que poderiam ter sido evitadas.
“Além de psiquiatra, sou pai, e não existe um dia mais difícil no meu trabalho do que quando recebo pais que perderam um filho por suicídio. A população que mais preocupa hoje são os jovens. Entre 15 e 29 anos, o suicídio é a terceira maior causa de morte”.
E continua: A psiquiatria é “a política” — não podemos ficar só aguardando mais investimentos. Precisamos usar a criatividade junto da ciência para fazermos algo objetivo na melhoria desses tristes índices.
O Psiquiatra cita um exemplo:
O cyberbullying é um dos principais fatores de risco relacionados ao suicídio (principalmente entre os jovens). Recentemente, foi sancionada uma lei que o configurou como um crime hediondo, com pena de 2 a 4 anos de prisão.
“Como coordenador do programa de prevenção em saúde mental do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e vice-coordenador nacional da comissão da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), junto com o apoio de representantes dessas importantes instituições, assinamos recentemente uma parceria de combate, fiscalização e denúncia de cyberbullying”.
“Estudos mostram um aumento de até 11 vezes no risco de suicídio em indivíduos que estão passando por isso. Se conseguirmos reduzir o cyberbullying, indiretamente estaremos diminuindo os casos de suicídio.”
O psiquiatra ressalta que a união entre as instituições é de extrema importância para enfrentar esse grave problema de saúde pública.
E finaliza: “Não vou descansar até conseguir, de fato, ver melhoras objetivas na saúde mental da nossa população.”