Arte e Sustentabilidade: Projeto no coração de São Paulo fará um convite à reflexão sobre a importância da preservação da fauna e flora brasileira
Foto: Épik Comunicação/ Divulgação |
A cidade de São Paulo se prepara para receber uma obra monumental intitulada "O Chamado da Floresta", uma pintura de 2.100 m² na empena do Edifício Garagem, localizado no coração da capital: a Rua 25 de Março.
O projeto, uma criação exclusiva de Denilson Baniwa, artista indígena com destaque no Brasil e no mundo, é uma iniciativa da Colecta Produções e apresentado pelo Ministério da Cultura via Lei Federal de Incentivo à Cultura (Rouanet). “A inspiração veio do Mestre das Onças, que é um dos mais poderosos seres do Cosmo. O tempo passou e os animais e humanos passaram a viver no mesmo mundo e deixaram de se compreender. Essa onça do Universo passou a viver no mundo primordial junto com outros Seres poderosos. Agora os pajés mais fortes, que passaram por muita sabedoria, são chamados de pajé-onça. Trago esse ser para compreender este mundo”, explica Baniwa.
Nesta obra, que será pintada em um icônico edifício de São Paulo, a onça, um símbolo da fauna brasileira, ruge na cidade, convocando-nos a agir em prol da preservação e contra os atos de destruição da natureza.
Como principal proposta, o mural artístico transcende a simples preservação, ao trazer à tona a necessidade urgente de proteger o meio ambiente através da fauna e da flora.
Já a execução, fica por conta do renomado artista Alexandre Puga. “Eu penso que a arte indígena está presente na essência do povo brasileiro e nossa pintura em grande escala ajudará a democratizar e ampliar o discurso de preservação da identidade e cultura dos povos indígenas, além de destacar a luta urgente em relação a preservação das espécies e da floresta, temas que precisamos cada vez mais lutar, debater e expor, para que ações efetivas do poder público e iniciativa privada aconteçam. Um tempo que urge resoluções no presente para que possamos ter um futuro como espécie e planeta”, acrescenta Puga.
A escolha da empena, localizada em uma das áreas mais movimentadas de São Paulo, busca provocar uma catarse coletiva e a reflexão urgente sobre a preservação da fauna e flora brasileira. Este local, anteriormente conhecido pela imagem criada por Tim Burton e executada por Luna Buschinelli, agora abrigará uma poderosa mensagem de sustentabilidade e conservação dos animais.
Mas o projeto vai além, e é parte de um esforço maior, que inclui também ações com a NEX – No Extinction, uma ONG dedicada há mais de 23 anos à reabilitação e preservação de felídeos no Brasil. A obra artística exclusiva de Denilson contará com um exemplar físico de tiragem única que será leiloado em prol da organização.
Paralelo à obra, outro artista brasileiro, Alexandre Orion, conduzirá uma série de debates com jovens da rede pública de ensino, ONGs e intuições que trabalham com jovens em situação de vulnerabilidade social.
Os encontros acontecem em São Paulo nos dias 11 de setembro, data em que é comemorado o Dia Nacional do Cerrado, na Unibes Cultural, a partir das 13h; e no dia 19, no Lar Sírio Pró-Infância, com turmas no período da manhã e tarde.
Entre os temas que serão abordados estão: a arte, grandes cidades, consumo consciente, sustentabilidade e a preservação de felídeos da fauna silvestre no Brasil. Alexandre pretende apresentar intervenções artísticas e incentivar o desenvolvimento de propostas criativas com os jovens e professores.
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Execução em parceria
A partir do dia 13 de agosto, iniciam-se os trabalhos para concretização do projeto artístico. A pintura está prevista para ser iniciada no dia 20 de agosto, com a atuação da equipe de Alexandre Puga, e finalizada para inauguração no dia 8 de setembro, revelando a imponente imagem que simboliza a luta pela preservação ambiental e a defesa dos felídeos da fauna silvestre do Brasil.
Vale enfatizar que o projeto tem o apoio e parceria da PremieRpet. “É uma satisfação para a PremieRpet estar junto a esse projeto pela preservação da fauna silvestre no Brasil. Somos conscientes de que o equilíbrio ambiental depende diretamente da preservação e do bem-estar das espécies, tanto selvagens quanto domésticas. Essa parceria gera um resultado de valor inestimável: a contribuição não só com um projeto, mas com o propósito de conscientização e transformação por meio da arte. Como líderes no segmento de pet food, priorizando sempre o bem-estar animal e o consumo consciente, abraçamos mais essa causa para gerar impacto positivo na sociedade”, afirma Felipe Mascarenhas, head de marketing da PremieRpet.
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Sobre Denilson Baniwa (o artista criador)
Denilson Baniwa é amazônida de origem na nação Baniwa. Artista visual, publicitário e defensor dos direitos indígenas. Através de palestras, oficinas, cursos e diversos meios como revistas, filmes e séries de TV, ele contribui para a construção de uma imagética indígena.
Expôs seu trabalho em diversas instituições ao longo da carreira. Tem como base de trabalho a pesquisa sobre aparecimentos e desaparecimentos de indígenas na História Oficial do Brasil, ao mesmo tempo em que busca nas cosmologias indígenas e suas representações artísticas um possível método de compartilhar conhecimentos ancestrais, criando um banco de dados com essas cosmologias como modo de salvaguardá-las.
Sobre Alexandre Puga (o artista executor)
Alexandre Puga é um artista negro nascido no recôncavo Baiano e criado na periferia da zona sul de São Paulo, mais especificamente, no distrito do Grajaú.
Ele é educador social e iniciou o seu contato com o universo do Grafitti no final da década de 90. Pai da pequena Ana Clara, designer gráfico e pesquisador, formou-se em Artes Plásticas em 2008 e, em 2012, cursou História da Arte na FAAP (Fundação Armando Alves Penteado).
Desde muito cedo, compartilhou seus aprendizados como educador de artes e atuou nos principais eventos que envolvem o Graffiti no Brasil e no continente europeu. O artista é pesquisador há anos das diversas técnicas de pinturas, costura e bordado, e hoje é um dos grandes ativistas na cena do Graffiti paulistano.
Talento da nova geração de artistas contemporâneos, Puga começou a desenhar aos quatro anos de idade e deu seus primeiros riscos com spray na rua do bairro, com os amigos de escola.
Seus personagens de tintas coloridas costumam chamar a atenção para questões que ainda não foram ditas, mas que precisam ser interpretadas, sempre marcadas de originalidade, estilo, técnica e ousadia.
Puga traz na pintura a representação dos temas que envolvem os seres humanos, universo e a natureza. O conceito, ritmo e textura, também são fortes características nas obras do artista. Ele já desenvolveu inúmeros murais, encomendas e exposições para diversas cidades brasileiras, além de algumas no exterior.
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Sobre Alexandre Orion (o artista interlocutor)
Alexandre Orion nasceu em 1978 e é um artista multimídia. Sua atividade artística teve início em 1992 sob influência da cultura urbana e do universo do graffiti. Em pouco tempo, Orion se destacou do movimento do qual fazia parte e passou a interagir com a cidade de uma maneira muito singular. Nas palavras do próprio artista, “a cidade é carregada de significados”.
É exatamente com esses significados, muitas vezes sutis, que o artista trabalha, pesquisando técnicas e explorando o que a cidade oculta, interagindo com os passantes, criando embates com o poder público, tornando-os parte de sua obra artística.
Orion realizou exposições individuais nas principais capitais do mundo. No Brasil suas obras foram exibidas em espaços como Centro Cultural Banco do Brasil, Itaú Cultural, Centro Cultural da Caixa e Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Tem entrevistas e textos publicados em mais de dez línguas, nos principais veículos de imprensa do mundo, além de obras publicadas por diversas editoras e expostas em acervos culturais.
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