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Tem lei para criptomoedas no Brasil? Entenda a regulação

27 de Agosto de 2024

Saiba como a legislação brasileira está moldando o mercado de criptomoedas e o impacto nas operações de empresas e investidores

Foto: Freepik/ Divulgação

Nos últimos anos, as criptomoedas passaram a desempenhar um papel significativo no mercado financeiro global. No Brasil, o crescimento desse mercado motivou debates legislativos que culminaram na criação de uma lei específica para regular o uso e a negociação de ativos digitais.

Em dezembro de 2022, o Projeto de Lei 4.401/2021 foi aprovado, trazendo um marco regulatório importante para o setor de criptomoedas no país. Mas, afinal, o que isso significa para investidores e empresas? Vamos explorar as principais implicações dessa legislação.

O que diz a Lei das Criptomoedas?

A Lei das Criptomoedas, como ficou popularmente conhecida, estabelece diretrizes regulatórias para o mercado de ativos digitais no Brasil. A lei define o que pode ser considerado um ativo digital e traz regras específicas para empresas que atuam na negociação, custódia, emissão e transferência desses ativos. Entre os principais pontos, estão a proteção do consumidor, a segurança das operações e o combate a fraudes financeiras.

A nova legislação impõe a necessidade de que todas as empresas que atuam com criptoativos estejam registradas e autorizadas pelo órgão regulador, que recentemente foi definido como o Banco Central do Brasil, em conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Este marco representa um avanço significativo na segurança e transparência das operações com criptomoedas no país.

Impacto para as exchanges e empresas

Com a lei, as exchanges e outras prestadoras de serviços de ativos virtuais devem se adequar às novas exigências, como o registro no Brasil e a manutenção de registros detalhados das operações. Para os investidores, a legislação traz maior proteção jurídica, especialmente em casos de fraudes ou práticas abusivas, que agora contam com penalidades específicas no Código Penal.

Empresas que não cumprirem as exigências estarão sujeitas a penalidades, incluindo o cancelamento da autorização para operar. Isso traz um impacto significativo, especialmente para aquelas que atuam de forma irregular ou em jurisdições com menos regulamentação.

Mudanças para os investidores

Para os investidores, a nova lei traz mais segurança ao permitir que consumidores lesados por operações fraudulentas possam acionar juridicamente as empresas responsáveis. Isso é uma mudança importante, já que, anteriormente, muitos investidores encontravam dificuldades em reivindicar seus direitos, especialmente quando lidavam com empresas estrangeiras sem representação no Brasil.

Outra mudança relevante é a obrigatoriedade de declarar as operações com criptomoedas no Imposto de Renda. A legislação já exigia que bens digitais acima de R$ 5 mil fossem declarados, mas agora há uma estrutura mais clara para a tributação dos ganhos de capital obtidos com a venda de criptoativos, incluindo a necessidade de emitir o Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF) para regularizar esses rendimentos.

A criação de uma legislação específica para criptomoedas, como o Bitcoin (BTC), no Brasil é um passo fundamental para a consolidação desse mercado no país. A Lei das Criptomoedas busca trazer mais transparência, segurança e proteção tanto para investidores quanto para empresas, colocando o Brasil em um caminho de maior regulação e confiabilidade no cenário global de ativos digitais. 

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