Com curadoria da geóloga Daniela Gomes Pinto e do artista plástico e paisagista Fernando Limberger, esta mostra, que apresenta obras jamais vistas pelo público, aborda a afinidade poética da artista com a natureza.
Obra: Gambiarra | Foto: Divulgação |
O MuBE - Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia inaugurou, em abril, a exposição “Amelia Toledo: Paisagem Cromática”, que parte de uma sugestão de Paulo Mendes da Rocha, arquiteto responsável pelo premiado edifício-sede do museu, dada em 2019. Esta mostra traz para o público um novo recorte da obra produzida ao longo de toda a extensa e profícua carreira da artista, cuja poética aborda, entre outros temas, os principais assuntos de interesse do MuBE: a escultura e a natureza. Com entrada gratuita, a exposição conta com mais de 100 obras, muitas das quais interativas, e estará em cartaz no MuBE até 4 de agosto de 2024.
“Percebemos, na arquitetura do MuBE, muitas referências metafóricas à ideia de construção primordial: a galeria subterrânea como gruta, o pórtico de concreto como releitura de Stonehenge... Já no trabalho plástico de Amelia Toledo, justamente, a força mineral da natureza comparece como elemento decisivo, tanto na materialidade quanto na lógica de ordenamento das coisas. Mas se combina, ao mesmo tempo, a uma trama artesanal do fazer que dota suas pedras de afeto e fantasia, convertendo-as em moléculas estranhas, colmeias, conchas, bolhas de sabão e energia”, afirma Guilherme Wisnick, consultor curatorial do MuBE, responsável pela indicação dos curadores da mostra Daniela Gomes Pinto e Fernando Limberger.
Algumas das obras presentes nesta exposição serão vistas pelo público pela primeira vez, como é o caso de “Cachoeira de Amor” e “Praça do Céu”, instalações criadas originalmente para uma residência em São Paulo. Com de 3 metros de altura e 9 metros de diâmetro, a obra “Marco para a cidade de São Paulo”, que será apresentada na área externa do MuBE, é também inédita.
A expografia, assinada por Anna Helena Villela, contribui para ressaltar a questão dos elementos da natureza presentes na obra de Amelia Toledo, ao cobrir o piso do museu temporariamente com areia.
“Se a matemática é a linguagem fundamental da natureza, a natureza, para Amelia Toledo, precede a matemática, se sobrepõe a ela, a ultrapassa. São a inteligência e a intuição da pedra que orientam os materiais, as estruturas, as cores, as coisas, e até os seres humanos”, comentam os curadores da mostra.
Serviço:
Exposição “Amelia Toledo: Paisagem Cromática”
Exibição: Até 4 de agosto de 2024
Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE)
Rua Alemanha 221, Jardim Europa, São Paulo-SP (terça a domingo).
Av. Europa 218, Jardim Europa, São Paulo-SP (quarta a domingo)
Horário de funcionamento: 11h às 18h. Última entrada às 17h30
Entrada gratuita
Sobre o Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia
O MuBE, ou Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia, foi criado a partir da concessão do terreno, situado entre a Avenida Europa e a Rua Alemanha, pela Prefeitura de São Paulo à Sociedade dos Amigos dos Museus (SAM), no ano de 1986, para a construção de um Centro Cultural de Escultura e Ecologia.
Para a escolha do projeto do prédio da instituição cultural, foi realizado um concurso vencido por Paulo Mendes da Rocha. Nascia, então, o MuBE e seu prédio, que é um marco da arquitetura mundial e que conta também com o jardim projetado por Roberto Burle Marx.
O Museu tem como objetivo divulgar os mais diversos segmentos da arte, priorizando a escultura e os suportes tridimensionais.
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