Colaboradores -

As dificuldades das empresas de Marketing em administrar as várias gerações existentes atualmente

25 de Abril de 2024

Por Camila Piva

Será que as companhias estão preparadas para lidar com as novas gerações?

Foto: Divulgação/ Internet

No que diz respeito ao marketing de conteúdo e à criação de conteúdo, acredito de verdade que esta seja a maior dificuldade que a gente enfrenta hoje em dia, administrar as diferentes gerações”, afirma Dani Queiroz.

Nos últimos anos tem se encontrado um desafio em lidar com as diferenças referentes ao degrau que existe entre  as várias gerações existentes: os Baby Boomers, às gerações X, Y,  Z e a geração alfa.  

Em relação ao abismo entre as gerações, eu diria que o segredo está sempre no 'como' e nunca no 'o quê'. E aqui eu tenho uma saída que funciona muito bem: adaptação. É óbvio que uma rede social (ex. TikTok) não vai concentrar apenas usuários das gerações Z e alphas, até porque vejo muitos millennials entrando cada vez mais nesse mundo. No entanto, o próprio fluxo dessas gerações têm se adaptado ao novo, e digo isso por experiência própria, eu entrei nesse mundo do TikTok e adaptei completamente minha linguagem e eduquei meu algoritmo para a linguagem que prevalece na rede social. Então, no geral, está muito mais em COMO vamos adaptar nossa linguagem e nossa comunicação para estarmos exatamente onde cada geração está”, comenta Dani Queiroz.

Ao fim da Segunda Guerra Mundial , com a segurança em relação à economia, as pessoas começaram a ter filhos, que foram o principal mercado-alvo do marketing na época, os Baby Boomers. Eles costumam estar relacionados ao movimento de contracultura nos Estados Unidos.  Em razão do pós-guerra, eles se tornaram uma das maiores potências da economia e com isso foram o foco dos profissionais de marketing. Muitos ainda atuam no mercado. 

A geração X, por exemplo, passou por mudanças muito rápidas com a tecnologia. Por isso eles são mais aptos a mudanças. A internet foi a parte principal de suas carreiras. Muitos trocaram seus originais empregos durante o tempo para abrir o próprio negócio. 

A Y já surgiu para contestar tudo. É a primeira geração ligada fortemente com as redes sociais. Essa geração já nasceu com a internet, mas não por motivos de trabalho como a geração anterior e sim para uso pessoal. Eles se conectam uns com os outros pelo virtual e dão importância para a exposição na internet e a comparação com os outros, além de darem preferência por compras on-line e pela experiência do que pelo produto em si. São abertos às mudanças e acabam sendo mais propícios a discussões com as gerações anteriores, por questionarem suas ideias.

Já os descendentes da Z, não vêem sua vida sem a internet por já ter nascido com ela como uma principal corrente. Estão sempre conectados às redes e basicamente tudo o que fazem é on-line. Gostam muito mais do que é realista do que do filtrado, principalmente na hora de comprar um produto, diferente da  Z que se preocupa mais com a sua própria imagem. Essa geração está mais ligada em questões culturais,  sustentabilidade e com o meio ambiente e espera que as marcas façam o mesmo. 

 A Alfa é bastante influenciada pelos pais da geração Y, completamente inserida no mundo tecnológico desde a infância. Fazem tudo on-line e muitos até tem contas e canais nas redes sociais administradas pelos pais. Aceitam com muito mais facilidade a tecnologia, por verem ela como parte de suas vidas. Por muitas já  se tornarem até influenciadoras nas redes sociais, tem grande participação no que diz respeito à decisão de gastos em casa, por exemplo, de outras gerações. Uma pesquisa do Google/Ipsos revela que 74% dos pais consultam os filhos dessa geração nas medidas de casa. 

A maioria dos baby boomers hoje em dia estão se aposentando mais tarde para continuar desfrutando da vida. O sucessor X tenta equilibrar sua vida pessoal com o trabalho. A Y muda seus objetivos de uma forma muito rápida, trocando de empregos ou abrindo sua própria empresa. A maioria está casada e com filhos. Apesar da tecnologia, ainda priorizam a interação humana. Se preocupam com pautas sociais. 

Apesar da compreensão e das necessidades distintas de gerações diferentes, a maioria das empresas não se encontra bem posicionada para atender a todas. Muitas vezes as companhias estão presas a um portfólio rígido de produtos e serviços, que não permite customização para cada geração. Isso as força a atender apenas duas ou três gerações ao mesmo tempo” (Kotler, Philip- Marketing 5.0 Tecnologia para a Humanidade, 2021).

Em 1950 surgiu o marketing focado no produto, onde os produtos eram feitos para executar o valor mais alto na mente do cliente. Os produtos tinham preços mais elevados e o foco era que o cliente estivesse satisfeito. Mas com isso as pessoas começaram a comprar muito mais além do que elas precisavam de fato. Por volta de 1960 o marketing começou a focar mais no cliente. 

As empresas começaram a buscar entender melhor o que o cliente estava precisando, em vez de criar um produto que fosse ideal para todo mundo. O foco começou a ser na necessidade de cada mercado alvo e em uma relação melhor com o seu cliente para não perdê-lo para o concorrente. Em seguida surge o marketing focado no ser-humano que se preocupa em como sua marca vai impactar a sociedade, dando mais importância para responsabilidade social. 

A seleção de mercados-alvo também cria um dilema, já que a maior parte do valor continua a ser criada quando as marcas atendem os baby boomers e a geração X- com sua abundância de recursos e elevada disposição para gastar. Mas a maior parte do valor das marcas é criada quando estas são endossadas pelas gerações Y e Z- com o fator da influência e do conhecimento digital. E, o mais importante, as gerações Y e Z estão começando a influenciar os pais baby boomers e a geração X em muitas decisões de compras” (Kotler, Philip- Marketing 5.0 Tecnologia para a Humanidade, 2021).

 Com a geração X e alfa, o marketing começa a focar em avanços tecnológicos, como forma de facilitar a vida dos indivíduos. As gerações mais novas se importam com a tecnologia a fim de melhorar a vida de cada um, trazendo mais facilidades. As empresas necessitam de obter confiança da geração Z e Alfa para conseguir prevalecer  na disputa do marketing digital. 

Dani também afirma que há sim uma dificuldade em lidar com as diferentes gerações no mercado, mas diz que o marketing de influência é uma boa saída para espalhar a comunicação para determinadas audiências que, talvez, de forma orgânica, seria mais difícil de conseguir. “Existem criadores de conteúdo de absolutamente todas as gerações (por incrível que pareça) e também para diferentes gerações. Então é mais fácil trazer a audiência dessa galera (influenciadores) e unificar a nossa comunicação como marca em um só canal (ex. Instagram)”, diz Dani Queiroz.

Comentários
Assista ao vídeo