Performance é resultado de projeto criado por Luciana Bortoletto e representa o encontro da dançarina com três rios do Estado de São Paulo: Embu-Mirim, Pirajussara e Turvo, parte de suas memórias familiares
Créditos: Silvia Machado |
Um percurso autobiográfico e familiar às margens de três rios desvela o momento presente, a infância e memórias de antepassados. A partir desta premissa, a dançarina e pesquisadora Luciana Bortoletto, do …AVOA! Núcleo Artístico, apresenta Olho D’água – dança solo, fruto de uma pesquisa acerca do encontro com três rios do Estado de São Paulo, suas memórias e das comunidades que habitam seus entornos. A performance será apresentada de forma gratuita para o público em Bebedouro-SP (dias 25, 26 e 27/04) esta semana, e depois segue para a capital, São Paulo (VEJA ABAIXO ONDE E COMO ASSISTIR EM BEBEDOURO). A dança é resultado do Projeto Deságua, contemplado pelo PROAC Editais nº 03/2022 – Dança e Performance – Produção de espetáculo inédito.
Para elaborar Olho D’água, Luciana Bortoletto realizou pesquisas nos territórios nos quais estão localizados os rios: Embu-Mirim, rio Pirajussara e rio Turvo, situados respectivamente nos municípios de Embu das Artes, São Paulo – capital, no bairro Jardim Jussara e o último, em Bebedouro, no distrito de Turvínia. A escolha coloca em perspectiva memórias pessoais e também do encontro com outros habitantes, coletadas em cada uma das localidades por meio de uma escuta social e organizadas em inventários participativos, propondo uma interlocução com o campo da museologia social. “Foi muito interessante realizar esta escuta social, pois chegamos a um dissenso. Para cada pessoa uma coisa diferente devia ser preservada, por isso trago também para a dança estas narrativas não-oficiais. O que as pessoas consideram como memórias relevantes”, explica Luciana Bortoletto, dançarina e criadora do projeto.
Para compor o projeto, a dançarina realizou as experiências de caminhar, coletar, escutar pessoas e rios que cortam três cidades: o rio de atual morada da performer, o rio e o córrego localizados no lugar vivido na infância e o rio que originou o povoado onde sua avó materna nasceu. A dança, com base na linguagem de improvisação, estabelece a interação entre o corpo e elementos de cada território dispostos em cena, produzindo imagens, gestos, sonoridades, sentidos e elaborando composições em tempo real. “O processo é transdisciplinar. Quase tudo vira material para a improvisação. Poemas, gravuras, fotografias, coletas de elementos naturais e da flora de cada localidade, pesquisas sonoras e musicais, gestos observados e experimentados nas diferentes topografias, paisagens, contextos, margens de rios. As memórias sensíveis de cada local”, coloca.
Videodança e dossiê
Todo o processo e apresentações irão se transformar em uma videodança produzida em parceria com o videomaker Marcos Yoshi. No Museu da Pessoa, algumas histórias de vida de pessoas que deram seus depoimentos serão compartilhadas com o público, com o intuito de preservar suas memórias e ampliar o alcance de suas vozes.
Boa parte dos materiais produzidos e coletados também será retornada às comunidades, por meio de um dossiê e também das apresentações. Em uma parceria firmada com o Portal MUD - Museu da Dança, têm sido compartilhados textos produzidos ao longo do processo e o dossiê também ficará disponível para consulta.
Ficha Técnica - Projeto Deságua
Idealização, pesquisa e performance: Luciana Bortoletto / …Avoa! Núcleo Artístico
Dramaturgismo: Élder Sereni
Coreógrafa convidada: Vanessa Macedo
Figurino: Telumi Hellen
Aprendiz/Auxiliar de figurino: Thiemy Maria
Pesquisa de cantos de trabalho (domínio público): Luciana Bortoletto
Edição de trilha sonora e percussão: Luciana Bortoletto e Carlos Ávila
Consultoria de Inventários Participativos: Cecília Machado
Videodança: Marcos Yoshi
Fotografia: Silvia Machado
Produção: Júnior Cecon - Plural Produções Artísticas e Culturais
Produção de campo: Vitória Savini
Assistentes de Produção: Raissa Bagano
Designer Gráfico: Rafael Markhez
Comunicação Digital: Portal MUD
Assessoria de Imprensa: Márcia Marques - Canal Aberto
Articuladores locais: Rogério Carlos (Bebedouro-SP) e Marcel Moreno (Embu das Artes/SP)
Parcerias: ETEC de Artes/Parque da Juventude, Encena Companhia de Teatro, Parque Chácara do Jóquei
Apoios: Cooperativa Paulista de Dança, Templo Budista Zen Enkoji e Prefeitura de Embu das Artes
Agradecimentos: Suzana Aguiar e Rede Borborema de Agroecologia (PB), Otacílio Alacran, Kasulo Espaço de Arte, Cia Fragmento de Dança, Cláudia Huertas, Orias Elias e Walter Lins.
Projeto contemplado pelo PROAC Editais nº 03/2022 - Dança e Performance - Produção de espetáculo inédito - Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
SERVIÇO
OLHO D’ÁGUA
Dança solo com Luciana Bortoletto
Bebedouro/SP
25/04 às 7h45 – Escola Estadual Abílio Alves Marques (Av. Quito Stamato, 190 – Jardim São João)
25/04 às 19h30 – CEEJA Professor Hernani Nobre (R. Lucas Evangelista, 1670 – Centro)
26/04 às 9h30 – Escola Estadual Abílio Manoel (Praça Valêncio de Barros, 186 – Centro)
27/04 às 9h – Artsol (Alameda Atílio Fávero, 1714 - Jardim Alvorada)
Apresentações abertas ao público;
Retirada de ingressos com até 15min de antecedência do início da apresentação.
São Paulo/SP
03 e 04/05 às 15h – Parque Chácara do Jockey (Av. Prof. Francisco Morato, 5300 - Vila Sônia)
19/05 às 16h – Sede da Encena Companhia de Teatro (Rua sargento Estanislau Custódio, 130 Jardim Jussara - Butantã)
Apresentação aberta ao público;
Retirada de ingressos com até 30min de antecedência do início do espetáculo.
Embu das Artes/SP
11/05 às 10h – Em frente ao Museu da Arte Sacra dos Jesuítas (Largo dos Jesuítas, 67 - Centro, Embu das Artes)
12/05 às 10h – Centro Cultural Mestre Assis (Largo 21 de Abril, 29 - Centro, Embu das Artes)
Apresentações abertas ao público.
Classificação indicativa: Livre
Duração: 40 min