A atriz Karin Rodrigues nasceu em São Paulo, em 03 de fevereiro de 1936. A paixão pela cultura e a vontade de ser atriz surgiu em sua vida já na adolescência, logo após ter feito um pequeno papel em uma peça apresentada no Theatro Municipal, de uma companhia alemã. O sonho de entrar na Escola de Artes Dramáticas, no entanto, foi colocado de lado por seu padrasto, que dizia que teatro não era coisa para moça de família. Por isso, precisou esperar para realizar o sonho de ser atriz.
O seu primeiro passo não foi a busca pelos palcos. Como era muito bonita, apresentou-se a um fotógrafo e, depois disso, começou a fazer propagandas. Suas fotos começaram a aparecer nas revistas Manchete, Cruzeiro e Cláudia. Assim, enquanto a vontade de atuar não a deixava, ela foi tecendo seus contatos. Dentre eles, estava o produtor de teatro Abílio Pereira de Almeida. Eles costumavam jogar tranca e foi em uma dessas partidas que ele perguntou se ela gostaria de fazer uma peça dele. Karin aceitou, estreando em "Deusa Vencida", no teatro que na época se chamava Paramount.
Uma das parceiras de Paulo Autran, a atriz fez do teatro o seu veículo preferido, mesmo construindo uma longa carreira na televisão - estreou em novelas em 1965, atuando em cerca de quinze produções. Seu primeiro trabalho no cinema foi em 1962 numa co-produção França/Itália/Brasil, em 'Copacabana Palace', de Steno.
Os anos 60 são o período em que a atriz marcou presença nas telas de forma mais constante, dirigida por Milton Amaral, Fernando Campos e Antunes Filho - esse último, o consagrado e polêmico diretor de teatro em seu único filme como cineasta, 'Em Compasso de Espera'. Em 1978, Karin Rodrigues foi escalada por Walter Hugo Khouri para o elenco de 'Filhas do Fogo'. Khouri explorou o lado enigmático de Karin nesse filme, onde ela interpreta uma pesquisadora misteriosa, compondo uma dobradinha cinematográfica interessante com Selma Egrei. O mais recente trabalho da atriz nas telas é 'Felicidade É...', filme em episódios de A.S. Cecílio Neto, Jorge Furtado, José Pedro Goulart e José Roberto Torero.
No teatro, fez várias peças e, a partir da década de 1980, foi presença constante nos espetáculos do marido, Paulo Autran. Com ele fez "Pato com Laranja", "Dr. Knock", "O Homem Elefante", "Rei Lear", "Traição", "Feliz Páscoa", "O Céu Tem que Esperar" e "Vestir o Pai", "Dia das Mães", entre outras, e mais recentemente Duas Mulheres que Dançam.
Na Televisão
Na TV, fez novelas importantes como "Anjo Marcado", "A Rainha Louca", "A Gata de Vison", "A Grande Mentira", "Super Plá", "Nossa Filha Gabriela", "Camomila e Bem-Me-Quer", "Os Inocentes", "Roda de Fogo", "Memórias de Amor" e "Sabor de Mel". A relação com o falecido ator Paulo Autran começou no teatro. Ficaram amigos e, desde 1974, mantinham uma cumplicidade muito grande. Casaram-se formalmente 25 anos depois, em parte para garantir que ela herdasse seus bens. Não fosse a união, as beneficiadas seriam as cinco meio-irmãs com quem o ator, que nunca teve filhos, mantém pouco contato. Karin e Autran sempre moraram em casas separadas, mas viam-se diariamente. Treze anos mais jovem, Karin afirma que as afinidades foram o segredo para que a relação desse certo. Em 2006, Karin Rodrigues esteve em cartaz na peça "O Avarento", ao lado de Paulo Autran.
No ano de 2008, Karin voltou aos palcos pela primeira vez após a morte do marido para encenar "Mãe é Karma" em turnê nacional. O espetáculo, escrito e dirigido por Elias Adreato, era um projeto escolhido pelo ator Paulo Autran para a esposa. Ainda hoje continua uma mulher bonita, talentosa e atuante.
Esta é a nossa pequena homenagem à grande atriz Karen Rodrigues.