Versão fará parte do álbum “Recanto – Canções para morar em tempos difíceis, com versões pessoais de clássicos da MPB
Marcos Almeida re-canta Nelson Cavaquinho em releitura de “Juízo final” | Foto: Divulgação |
Quando Marcos Almeida iniciou o projeto “Recanto - Canções para Morar em Tempos Difíceis”, o cantor visava oferecer releituras de composições emblemáticas da MPB em nova roupagem, trazendo a poesia das canções para seu universo particular sem descaracterizar a obra original. Foi assim com “Paciência”, canção do pernambucano Lenine, “Tenho Sede”, da Rainha do Forró Anastácia e “O Vencedor”, do ícone indie Los Hermanos. Agora, Marcos conclui a primeira parte de lançamentos do projeto com “Juízo Final”, canção de Nelson Cavaquinho que ficou conhecida na voz de Clara Nunes. A faixa chega às plataformas nesta quarta, 3 de abril.
Como todas as faixas lançadas anteriormente por Marcos Almeida, “Juízo Final” põe em xeque a separação entre o nicho musical religioso e o secular. “O sol há de brilhar mais uma vez/ A luz há de chegar aos corações/ Do mal será queimada a semente/ O amor será eterno novamente”, diz o verso da música que se aproxima do tom emocional de uma oração. “Tanto as pessoas que estão comigo na espiritualidade cristã quanto o público que ganhei do secular, vão ouvir essa música e também sentirão como se fosse um hino e espero que alcancem vários tipos de emoção. Acho que o grande lance da arte é esse, você não fechar a obra, mas abrir a possibilidade de interpretação. Então eu acho que ela conversa muito com meu repertório”, reflete o cantor e compositor.
“Juízo Final” fez sucesso na voz da inesquecível Clara Nunes, sendo provavelmente a versão mais lembrada. Marcos Almeida não busca igualar a versão da cantora ou de Nelson Cavaquinho, mas respeitar o caminho traçado por esses grandes nomes da música oferecendo sinceridade na interpretação, se afastando completamente da possibilidade de fazer um mero cover. Se amarrando como uma jornada percorrida por um personagem em busca de redenção, o single ganhou arranjos mais solares, fechando a leve melancolia que marcou as três faixas anteriores lançadas por Marcos. “A gente usou a nova harmonia para mudar a ideia do que seria um juízo final. Então é uma coisa muito semiótica, uma coisa assim de enxergar o alvorecer após um período de escuridão”, aponta.
Para chegar nos singles recém-lançados, Marcos Almeida se debruçou em pesquisa sobre 150 músicas que, posteriormente, viraram, 50, 15, até chegar na configuração final do atual projeto.
Eu fecho os arcos narrativos com ‘Juízo Final’. Se ‘Paciência é uma crise interior que a pessoa está passando, uma reflexão interna, a câmera vai fechando dentro dele, aí vem a prece de ‘Tenho Sede’, a busca por propósito da vida. Depois, sigo com ‘O Vencedor’, que vejo como uma crítica a essa busca incessante por performance. O arranjo é catártico, pedindo um caminho de paz e resignação. Então chega o ‘Juízo Final’, que é o final no sentido do fim do sofrimento e chegada da felicidade. Não tem como fugir da alegria que vai chegar - Marcos Almeida
A positividade sensível de Marcos Almeida pode ser conferida na nova turnê, que se inicia em maio, passando por São Luís (2), Belém - PA (8), Belo Horizonte - MG (9), Goiânia - GO (10), Porto Alegre - RS (16), Curitiba - PR (17), Natal - RN (24), Rio de Janeiro - RJ (30) e em junho, o cantor estará dia 8 em São Paulo - SP, 20 Salvador - BA e dia 22 no Recife - PE.
Com um mix de canções novas e antigas no repertório. Sucessos da carreira farão companhia às faixas recém-lançadas de “Recanto”, incluindo “ O Vencedor”, que já tem mais de cem mil plays no Spotify e se encaminha para ser um hit na carreira do cantor. “O meu público é muito acolhedor, é muito generoso, eles querem me ouvir, ver as coisas que eu escrevi. Ao mesmo tempo, eu percebi que eles respeitam muito essas escolhas que eu faço, de regravar minhas influências, entender quem são os meus mestres. Eu estou revelando e a galera tá recebendo, eles cantam junto e fica um negócio muito bonito, mesmo”, conclui.
FICHA TÉCNICA:
Intérprete: Marcos Almeida
Captação, Arranjos, Violões, Viola Caipira, Guitarra, Baixo e Programações Eletrônicas (Synth): Wanderson Lopez
Bateria: Eduardo Szajnbrum
Edição, Mix e Master: Jordan Macedo
Arte: Daniel Brito