Por Camila Piva
Os desafios da divisão entre o público e privado
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| Foto: Divulgação |
A internet, que antigamente era ligada aos computadores, hoje passa para os smartphones, que são capazes de armazenar inúmeras informações. Apesar da internet ser pública, a troca de dados, conversas particulares, entre outras variáveis, são privados. Em meio à troca de informações pessoais, como localização, dados, conversas ou até mesmo fotos, paira a dúvida do que realmente é público e privado dentro desse ambiente.
Hoje existe uma transição cada vez mais sem volta da comunicação privada para a exposição pública. Isso afeta a privacidade, por causa da vigilância sobre interações na internet, envolvendo as que seriam particulares. Os entrosamentos dos usuários ocorrem a partir de espaços privados, mas em um ambiente que ao mesmo se caracteriza público, onde dados pessoais são usados em benefício de quem os controla, para a lucratividade das empresas de tecnologia.
“Nos dias atuais o celular faz parte do acessório indispensável no dia a dia das pessoas, ou seja, o acesso a internet está a um click de distância. Isso para uma simples e rápida pesquisa ou para uma longa exposição do que se faz no dia a dia, o que torna, para algumas pessoas, uma dificuldade em achar limites entre o viver, postar ou viver do que os outros postam. As redes sociais fazem parecer que tudo o que está ali realmente existe (da maneira como é apresentado) e que só fica ali, mas a realidade se mostra cada vez mais diferente disso. Uma vez postado, mesmo em sua conta privada, aquilo já não mais pertence a apenas você, outras pessoas terão acesso e poderão usar da maneira que acharem melhor. Portanto, todo cuidado na hora de compartilhar o que é pessoal é importante”, comenta Amanda Santos De Oliveira, Psicóloga.
Em razão da exposição na internet, corporações em busca de lucro utilizam o trabalho não remunerado de seus usuários, sempre que o indivíduo tem alguma interação nas redes sociais. Portanto as redes se tornam um ambiente privado, mas sem privacidade.
O homem, grande parte do tempo, viveu um momento em que não havia separação entre o público e o privado. Existia uma ideia de que tinha um Deus oniciente que estava dentro de cada um e sabia o que todos estavam pensando. Com isso não existia uma privacidade. A modernidade chega e divide o público e privado. Cada pessoa passa a ter a sua própria individualidade, onde só ela própria sabe do seu eu interior. Isso gera uma sensação de liberdade no indivíduo.
A intimidade de cada um e o que era mostrado para o mundo era separado, mas hoje com as redes sociais, os dois começam a se misturar, pois o ser-humano quebra essa barreira do privado, mostrando a sua intimidade para o mundo. O interesse público acaba se perdendo e sendo confundido com o que é individual de cada um.
“Em tempos de exposição como termômetro para auto-estima, satisfação pessoal, demonstrações de afeto e inúmeras outras auto-afirmações, as pessoas se expõem de uma maneira sem crítica, sem consciência e algumas vezes até sem padrões éticos ou morais, levando com que, quem a assiste, a veja somente como informações a serem monetizadas e por outro lado a mesma passa a ter uma sensação incessante de não plenitude. Estes são apenas alguns dos males de estar submetido ao poder das mídias eletrônicas”, diz Bete Villalobos, psicanalista.
O homem perde a sua identidade e começa a mostrar uma parte nem tanto verdadeira de si mesmo em detrimento de aprovação de outros cidadãos, que hoje em dia se tornaram os novos deuses.
O objetivo principal do Público e Privado é tentar resolver conflitos que afetam a sociedade e no respeito dos indivíduos, se orientando na justiça. Com as novas tecnologias é possível ver a evolução do Direito Internacional que permite a união da sociedade para resolver desavenças no Direito Público e Privado.
