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Clube de Leitura CCBB 2024 reúne autora indígena e documentarista sobre a Amazonia no mês de abril

14 de Março de 2024

Eliane Potiguara e Eliane Brum testemunham caminhos e descaminhos indígenas através de suas obras

Escolha dos livros a serem debatidos acontece dias 14 e 15 de março

Eliane Potiguara | Foto: Divulgação

Duas escritoras e o testemunho da situação do indígena no Brasil de hoje e, de sempre, desde que as primeiras caravelas aportaram no país. O Clube de Leitura CCBB 2024 recebe, na edição de abril, Eliane Potiguara e Eliane Brum, a primeira, precursora na luta pelos direitos das mulheres indígenas, a segunda uma jornalista, escritora e documentarista que há mais de 20 anos se dedica a estudar e documentar a real situação da Amazônia e seus habitantes.

Nos dias 14 e 15/3, o público escolhe, em votação aberta, no perfil do CCBB RJ no Instagram (@ccbbrj), entre duas obras de Eliane Potiguara e de Eliane Brum. A sessão de abril trará aos presentes, portanto, um livro de cada uma das autoras para o debate.

Eliane Brum | Foto: Divulgação

Entre os livros a serem votados estão: Tembetá e O vento espalha minha voz originária, de Potiguara; e Banzeiro Ókòtó: uma viagem à Amazônia, centro do mundo  e A menina quebrada de Brum.   
Segundo Suzana Vargas, curadora e mediadora do evento, ambas possuem livros essenciais para a sociedade melhor entender, ou melhor sentir, o modo de ser e de estar dos  indígenas num mundo e num país que não  os reconhece como raiz, parte estruturante desse quebra- cabeças chamado Brasil.

Eliane Potiguara, indígena desaldeada, vem de uma época em que sua condição era praticamente uma maldição. Seu trabalho junto a outros companheiros de geração, em defesa de seus direitos de cidadãos, permitiu o surgimento de uma literatura indígena. Já Eliane Brum, percorreu as diferentes amazônias existentes no país, mergulhando literalmente na cultura dos diferentes povos que ali habitam, a ponto de em 2017 mudar-se de São Paulo para Altamira, cidade das mais violentas do Brasil. Desse lugar assiste e resiste com um ativismo quase heroico a devastação da floresta e a dizimação desses povos”, reforça Suzana Vargas sobre a escolha das autoras para a segunda edição de 2024 do Clube.
 
Para ela, as escritoras são duas guerreiras que o Clube de Leitura traz até os leitores. “Elas irão ajudá-los a melhor compreender as razões de suas lutas contra a ameaça constante de desenraizamento pelo direito à terra, onde estiveram desde sempre”.
 
Em abril, o evento conta, ainda, com a participação especial do artista e gestor de empreendendorismo indígena  Anapuaka Tupinambá que vai contribuir para o enriquecimento do debate a partir de questões concernentes à contemporaneidade indígena e seus meios de produção. 

SOBRE OS LIVROS

Tembetá: Reúne seis entrevistas realizadas com grandes lideranças e pensadores indígenas: Ailton Krenak, Álvaro Tukano, Biraci Yawanawá, Eliane Potiguara, Jaider Esbell e Sônia Guajajara. É o primeiro volume de uma série que busca traçar um panorama do pensamento indígena contemporâneo, explorando temas plurais que extrapolam as questões indígenas, como cultura, educação, política, direitos humanos e ecologia. 

O vento espalha minha voz originária: A arte é uma divindade que se manifesta na alma humana. A ancestralidade acessa várias formas de existência e de se apresentar ao mundo. Ela nutre a vida e as artes por meio da essência dos rios, montanhas, alimentos, fauna, flora, mares, consciências. Os textos desse livro de Eliane Potiguara se conectam aos desejos mais profundos dos leitores, nas casas, escolas, universidades, instituições e na comunicação de massa.

Banzeiro Ókòtó: A partir de rigorosa pesquisa, Eliane Brum denuncia a escalada de devastação que leva a floresta Amazônica aceleradamente ao ponto de não retorno. E vai mais além ao refletir sobre o impacto das ações da minoria dominante que levaram o mundo ao colapso climático e à sexta extinção em massa de espécies. Neste percurso às vezes fascinante, às vezes aterrador, a autora cruza com vários seres da floresta e mostra como raça, classe e gênero estão implicados no destino da Amazônia e da Terra.

A menina quebrada: Nas colunas da repórter Eliane Brum, a vida pode ser tudo, menos rasa. A cada segunda-feira, os leitores encontram um olhar surpreendente sobre o Brasil, sobre o mundo, sobre a vida – a de dentro e a de fora. Eliane pode escrever sobre a Amazônia profunda, como alguém que cobre a floresta desde os anos 90; ou pode provocar pais e filhos, com uma observação aguda das relações familiares marcadas pelo consumo; ou pode refletir sobre a ditadura da felicidade, que tanta infelicidade nos causa. O que não muda são a seriedade e a profundidade com que ela trata cada tema. Um talento para enxergar além do óbvio. Por isso, sua coluna de opinião, transformou-se em fenômeno de audiência. Este livro, reúne seus melhores textos e dá ao leitor uma fotografia do nosso tempo, vista pelo olhar de uma repórter que observa as ruas do mundo disposta a ver. E que escreve para dsacomodoar o olhar de quem a lê.

O encontro com Eliane Potiguara e Eliane Brum acontecerá no dia 10 de abril, às 17h30, na Biblioteca Banco do Brasil, 5º andar, do CCBB RJ, com entrada gratuita. O Clube de Leitura CCBB 2024 conta com o patrocínio do Banco do Brasil.

Os vídeos dos encontros ficam disponíveis, na íntegra, no YouTube do Banco do Brasil. O projeto vai até dezembro de 2024, sempre nas segundas quartas-feiras do mês. Entre os autores já confirmados estão Eliane Brum e Itamar Vieira Júnior. Na abertura do Projeto, em março de 2024, participaram Viviane Mosé; Eliana Alves Cruz e Marilene Felinto.

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