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Giu Meneguini usa música para combater o machismo e a homofobia em “Tacar o Terror”

12 de Março de 2024

Faixa e clipe dançantes celebram força e espontaneidade de quem não abre mão de ser o que se é

Foto: Reprodução/ Youtube

Quase metade das mulheres brasileiras sofreu algum tipo de assédio em 2022. A cada três minutos, uma pessoa homossexual sofre violência no Brasil. Homicídios crescem para mulheres negras e caem para não negras. Estatísticas como essas são facilmente localizadas na internet. Mas é através da alegria e celebrando as dores e as delícias de ser quem é que Giu Meneguini lança o novo single “Tacar o Terror”. A música chegou às plataformas digitais dia 08 de março. O videoclipe aborda a temática social do não pertencimento de pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ em contextos machistas, sexistas, patriarcais, moralistas e preconceituosos.

Eu precisava fazer uma música que fosse gostosa de dançar, que pudesse ser tocada numa balada e nas festas de família. A comunidade LGBTQIAPN+ brasileira ainda sofre com taxas altíssimas de homicídio em pleno 2024. Além de me juntar na luta contra a homofobia, ‘Tacar o Terror’ também é sobre combater machismo, gordofobia, racismo, discursos de ódio e fazer uma revolução pelo amor”, conta Giu sobre a música que traz um sentimento de pertencimento e proporciona um forte estímulo à luta que cada indivíduo deve travar.

No clipe de “Tacar o Terror”, Giu dá vida a uma garçonete de um bar na periferia frequentado majoritariamente por homens hetero cisgênero. A personagem sofre vários ataques machistas, o que a deixa constrangida. Em determinado momento, um dos homens passa a mão em seu corpo sem a devida permissão. A garçonete tem uma reação intempestiva, expulsa os homens misóginos deste bar e abre espaço para mulheres e pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ poderem frequentar o mesmo lugar e serem quem são, mas de forma segura. 

Assista:

Toda a estética do videoclipe é voltada para representar, de maneira eficaz, como seria um bar brasileiro numa periferia. Então a ideia é incorporar referências de filmes nacionais como ‘Amarelo Manga’”, explica o diretor Pietro Godinho que, assim como Giu Meneguini, nasceu em São Roque e já sofreu ataques homofóbicos em casas noturnas de sua cidade. 

Godinho também comenta que, para além do trabalho visual em “Tacar o Terror”, a narrativa é reflexo de tristes episódios vividos por ele longe das metrópoles. “Nas cidades pequenas, hoje em dia, discutimos muito sobre empoderamento feminino e da comunidade LGBTQIAPN+. Mas tudo ainda no âmbito muito virtual. Pertencer à comunidade queer e morar no interior significa crescer com poucos amigos, quase nenhum lugar para frequentar e lidar com o preconceito de pessoas conservadoras”, revela.

Sobre a artista

Giu Meneguini nasceu em São Roque, interior de São Paulo, e despontou para a música em 2021, quando lançou seu primeiro single “Uma Música Pra Você”. No ano seguinte foi a vez da faixa “Um Porre de Você”. Mas para 2024, a artista de 24 anos promete alçar voos mais altos e se prepara para compor novas músicas com temas que dialogam com sua geração, mas sem deixar de lado a alegria e seu alto astral marcante.
Cantora, compositora, dançarina e atriz. É assim que Giu se define e ela quer explorar todas as suas facetas neste novo momento. A artista, que é parte da comunidade LGBTQIAPN+, se diz pansexual e quer ser mais uma voz a lutar pelo direito de ser quem nós somos. “Mas sem perder a ternura, jamais”, garante. 

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