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Exclusiva: Léo Lins revela os bastidores de sua turnê europeia e da vida pessoal

6 de Março de 2024

O comediante Léo Lins abriu o coração e também falou sobre carreira, polêmicas, haters e processos, em entrevista exclusiva realizada durante a sua turnê “Peste Branca”, que lotou teatros em Portugal, Espanha, Irlanda e Reino Unido.

Humorista Léo Lins | Foto: Reprodução/ Youtube

Com seu humor considerado por muitos como ácido e politicamente incorreto, Léo Lins aborda temas delicados, coleciona processos e desafetos, mas também tem milhões de seguidores nas redes sociais e tem se apresentado em teatros lotados no Brasil, América do Norte e também aqui na Europa, para onde o humorista trouxe seu mais recente espetáculo, intitulado “Peste Branca”, que carrega tanto no figurino do artista como na comunicação visual uma evidente inspiração nos tempos de inquisição medieval, onde as pessoas que não se encaixavam na sociedade, por motivos diversos, eram levadas à fogueira e consideradas como bruxas.

Acompanhamos dois de seus shows, nas cidades do Porto e Coimbra, em Portugal. Exploramos os bastidores de Peste Branca” em busca de tentar entender as motivações do humorista, além de ouvirmos o público que esteve presente e perceber os desafios de se fazer comédia nos dias de hoje, em uma conversa franca e reveladora.

Entrevista com Léo Lins | Foto: Acervo pessoal

Acompanhe esta entrevista exclusiva com Léo Lins, realizada no camarim do Grande Auditório do Conservatório de Música de Coimbra. Ele apresenta seu mundo irreverente e provocativo, ficando à critério do leitor formar opinião sobre a obra e o próprio humorista, que apesar de “cancelado” tem mais de 3 milhões de seguidores nas redes sociais e chega a passar horas atendendo seus fãs após as apresentações que faz em vários países. Confira:

Para começar, quero saber quem é você genuinamente. Quem é o homem por trás das piadas, dos processos e da polêmica. Como é que você se define? Quem é o Léo Lins de verdade?

Bom, pra conhecer a pessoa por trás dos processos eu vou tirar essa roupa. Na verdade, eu sou uma mulher asiática. Tirar o zíper aqui (risos).

Cara, eu sou uma pessoa que eu me considero muito abençoado, em todos os sentidos. Família, saúde, colegas, pessoas ao meu redor, etc.  A vida que eu levo eu me considero muito feliz por poder viver de fazer as pessoas sorrirem. Isso, pra mim, é muito gratificante mesmo.

A melhor piada do mundo sem alguém pra rir não tem graça. Então a comédia é feita pro próximo. E eu poder ter a benção de viver, de fazer as pessoas sorrirem, pra mim é muito gratificante, sabe? Tem vezes que termina o show e, sempre que dá, eu atendo a plateia. E tem pessoas que até se emocionam me contando coisas de suas vidas e agradecendo pelo show.

Na semana que uma página de fofoca chamada Choquei se envolveu numa polêmica que, infelizmente, terminou com a perda de uma vida… dois dias depois eu tinha um show e uma pessoa veio falar comigo após a apresentação, dizendo que antes pensava em tirar a própria vida, mas que mudou de ideia depois de assistir o meu show. Eu me emocionei junto com aquela pessoa, genuinamente. Veja que curioso: uma página onde eu já fui taxado como um monstro, como um preconceituoso protagonizou um acontecimento como esse… só que eu nunca vi ninguém se suicidar ou tirar a vida depois de nenhum show de comédia, não apenas do meu, como de nenhum comediante.

Você acha que piadas matam?

Ah, poxa, eu acho que fake news matam. Ainda não vi piadas matarem e espero não ver.

As pessoas que convivem contigo dizem que, na verdade, no palco você tem uma personalidade mais extrovertida mas que fora do palco você é totalmente diferente. Como é que é essa “dupla personalidade”?

Eu sou bem introvertido. Eu preciso de um meio de conexão. Ali no palco, eu estou contando piadas. Então, isso pra mim se torna um meio no qual eu consigo me expressar muito bem. Terminou o show, eu fico quieto, me recolho no meu canto. Eu não sou uma pessoa expansiva, de chegar nos lugares… Não, não, eu sou mais quieto na minha. Acho até que boa parte dos comediantes são assim. Mas tem também as pessoas que são mais expansivas, mas eu não, eu realmente sou mais introvertido.

Me fala sobre cancelamento, em especial a sua piada que causou mau estar com o Teleton… Por que você acha que repercutiu tanto a sua fala se você nem foi ao programa?

Eu entendo que o meu show não é para todas as pessoas. Eu tenho plena consciência e eu deixo isso claro. Eu nem tenho interesse em fazer um humor para todas as pessoas, porque eu teria que abaixar muito o grau de provocação das piadas e eu não quero fazer isso. Mas ai que está: a piada que deu problema, eu não contei lá (no Teleton) porque eu sei que lá não é o lugar para isso. Eu jamais contaria uma piada assim no Teleton. Eu contei num palco, num show de stand-up, em um show com nome e cenário que remetem a esse tipo de piadas… estava tudo muito claro.  O show estava lotado com gente que veio sabendo o que lhes esperava.

Então, eu fiz a piada no ambiente que, para mim, permitia aquilo. Para mim o mundo não tem limite, o ambiente sim. O próprio ambiente da rede social, do Instagram, ele vai mudando. Tem piadas que antigamente eu podia postar e hoje eu não posso.

E qual é a linha divisória entre o “pode e o não pode”?

O problema é que não tem uma linha divisória. Não tem uma classificação ou censura definida. Vamos supor que era de um programa da madrugada, mas agora passou para um programa de horário nobre… Na TV você sabe. Exemplo: bom, é oito da noite, eu sei que tem coisas que eu posso falar e coisas que eu não posso.Se você vai num programa dez da manhã, pode ter criança vendo, você vai moderar o seu discurso. Então, você tem essa noção na TV mas rede social, não. Então, essa linha, ela é muito confusa...

Hoje em dia, o Instagram me pergunta “tem certeza que quer postar esse comentário?”… mas os critérios não estão explícitos. Se tiver um comediante que está começando hoje, tem várias piadas que ele vai poder fazer na rede social dele. Ele até pode, mas é arcar com as consequências. Só que é o que eu falei, é uma coisa muito cinzenta. Não é preto no branco, é cinza. Aí você só vai saber se fizer… ai fez e se deu mal.

Como é que era a convivência com o pessoal do The Noite? Explica pra gente um pouco do por trás das câmeras, o que você puder falar.

Poxa… o pessoal via que no palco era um ambiente muito agradável, mas por trás era extremamente tóxico, muita gente egoísta… Brincadeira! Nada disso. Muito pelo contrário. O ambiente do The Noite era uma família, dos melhores possíveis. Tanto que, quando eu saí do programa eu falei que o que eu mais vou sentir falta é o camarim. A gente, claro, mantém contato até hoje, mas, obviamente se vê menos por conta da rotina… eu passei a viajar mais com o meu show de stand-up, etc.

A imagem que o pessoal tem de televisão é que no camarim tem droga e prostituta. E no caso do The Noite é zero, zero isso. Nenhuma. Nada, nada. Às vezes ficávamos falando de quadrinhos, de livros, etc. Mas o ambiente, excelente, excelente.

Eu só tenho a agradecer. Todo o tempo que eu estive lá foi muito, muito bom. O Danilo Gentili, acreditou em mim desde o início e foi ele que fez o convite pra eu fazer o teste de elenco, quando começamos lá na Band em 2011. O Danilo é um irmão pra mim.

Alguma namorada ou algum relacionamento em algum nível já acabou por causa de piadas feitas por você ou pela quantidade de processos que você recebe? Já foi processado por ex-namorada?

Não, não, não. Nada disso. Eu não sou tóxico, por isso nunca tive problema. Eu sou muito tranquilo, cara. Pra tirar minha paciência tem que se esforçar muito, muito, muito.

Aliás, eu vejo isso até quando vejo alguns colegas passando, às vezes, algum problema, um cancelamento, um processo. E muitos, às vezes, já se desestabilizam. Eu sei que mexe, né? Mas nessas horas eu vejo, caramba, realmente eu tenho um controle emocional muito bom, que já foi colocada à prova em diversas vezes… pelo Ministério Público, por ex-namoradas (risos).

Falando em Ministério Público, o risco de ir pra cadeia é real? Você tem medo de ir preso por causa das suas piadas e da sua postura pública?

É real. O processo é criminal e com pedido de prisão. Se você me perguntar se eu quero ir pra cadeia, obviamente a resposta é não. Eu não quero. Embora os shows vão estar lotados, porque as cadeias estão sempre mega lotadas e certamente serão os maiores shows que eu poderia fazer (risos). Mas, não, obviamente que eu não quero.

Eu faço piada com a situação mas há o risco real de eu ser preso e eu penso sempre nisso. Porém, acho um absurdo… acho que se trata de abuso de poder. Acho algo até inconstitucional. Inclusive juristas da área já deram essa opinião. Um jurista se pronunciou publicamente falando que o caso é uma aberração jurídica, porque não há precedente. Você, por conta de piada, estar proibido de sair do Estado de São Paulo sem uma autorização judicial? Eu acho um completo exagero.

Pra vir pra cá para a Europa fazer os seus shows você teve que pedir a autorização do MP?

Essa restrição de viagens ficou válida por uns sete meses, mais ou menos. Um pouco antes de eu fazer uma turnê no final do ano passado, que eu fiz Estados Unidos e Canadá, nós estávamos com toda papelada já pronta pra entrar e pedir autorização, porque aí como eu já tava com o show marcado no Brasil tinha como mostrar que eu não ia fugir. Eu vou voltar, tenho uma agenda de compromissos profissionais no país, não vou sumir.

Nós entramos também com uma ação no STF, que foi julgada pelo ministro André Mendonça. Ele derrubou essa liminar que me proibia de viajar, porque não teve nem julgamento nesse pedido. Isso foi tudo acatado sem sequer ter o julgamento. Agora, daqui em diante, o processo vai seguir com o trâmite normal e irá a julgamento. E aí eu não precisei pedir autorização pra vir pra essa turnê.

Com tudo isso no Brasil contra você, em algum momento houve o pensamento de aproveitar que está aqui e tentar tirar uma dupla cidadania e pedir algum tipo de asilo?

Olha, se eu fizesse isso já ia acender um alerta, como se eu estivesse me preparando para fugir e tal. Não, não fiz e não tenho intenção nenhuma de fugir nem de tirar dupla cidadania com esse intuito.

Como tem sido a aceitação do público português e europeu de um modo geral nessa turnê?

Acredito que muito boa, com base nos feedbacks que tenho recebido. Uma coisa que eu confesso me surpreendeu é ver a quantidade de portugueses que acompanham meu trabalho. Muitos deles depois dos shows tem vindo falar comigo e tirar fotos.

O Porto foi a primeira cidade e tivemos duas sessões lotadas. Hoje nós estamos na terceira cidade, Coimbra e ainda vai acontecer o show. No Porto foram duas sessões e acho que mais de 1.500 pessoas assistiram, sendo 35% do público português, mais ou menos isso. Em Guimarães, que foi no dia seguinte, também um show esgotado, acho que tinha 60% portugueses e 40% de brasileiros. Então foi uma coisa que me surpreendeu. Hoje, aqui em Coimbra, acho que vai ter um bom número de portugueses na plateia também. Depois vamos fazer em Albufeira e a despedida vai ser em Lisboa, que já tá chegando em 2.000 pessoas. Acho que vamos ter muitos portugueses lá também.

Estivemos na fila do show do Porto e de hoje, aqui em Coimbra, e eu entrevistei alguns portugueses. Perguntei se eles se sentem ofendidos com o que você diz. O que você acha que eles responderam?

Eu acredito que disseram que não se sentem ofendidos. Penso que eles têm até dificuldade em entender o motivo de tanto cancelamento e censura ao meu conteúdo. Recentemente, quando eu fiz uma turnê nos Estados Unidos e Canadá a gente traduziu algumas piadas para o público que não fala português entender e a reação deles era de espanto. Eles perguntavam se era sério esse negócio de eu ser processado por contar piadas, se isso não era mais uma piada, marketing para vender shows… Eles tiveram muita dificuldade em entender o porquê. Perguntaram se eu fiz alguma coisa fora do palco, se eu matei alguém… e aqui na Europa é a mesma coisa, pelo menos que eu tenho percebido. Já me perguntaram se eu bati alguém, se assediei alguém… mas eu digo a verdade, que é só a piada no palco. É, é só a piada mesmo. É tão distante da realidade deles que eles têm dificuldade aqui também. Gera até uma dificuldade para entender isso. É triste ver o nível que está a liberdade de expressão.

Tem um filme de 1996 que fez muito sucesso no Brasil, do Eddie Murphy, que é o Professor Aloprado (The Nutty Professor, no original), que tem um momento de stand up comedy com piadas com gordos, politicamente incorretas, etc.. esse momento no filme é protagonizado pelo David Chappelle, que inclusive tem um especial na Netflix considerado controverso por alguns. Você acha que se Eddie Murphy ou o David Chappelle vivessem no Brasil ou se esse filme fosse ao ar nos dias de hoje, eles seriam cancelados da mesma maneira que você ou haveria uma exceção para eles?

O Eddie Murphy como não está fazendo stand-up atualmente então talvez não, embora me falaram que ele deve voltar. O David Chappelle recentemente teve um problema com a comunidade trans nos EUA. Teve um dia que os funcionários trans da Netflix não foram trabalhar por causa dele, em protesto… mas o presidente lá da Netflix dos EUA falou que não ia tirar do ar, que o show ia continuar na plataforma. Agora, se o David Chapelle fosse um comediante brasileiro o especial dele não teria nem sequer entrado no catálogo. Isso eu acho lamentável, porque eu sou a favor de que hajam vários produtos na prateleira e que cada um consuma o que quer, senão cade a diversidade?  Eu acho que isso seria terrível, seria chato, sem graça, ter somente uma opção disponível. Tem que ter diversos tipos de conteúdo e de produtos. Tem que ter espaço para todo tipo de humor. Agora, no Brasil, se um tipo entra o outro não entra. No Brasil, né? Aqui em Portugal não funciona assim.

Vejo por parte de alguns comediantes brasileiros também uma grande hipocrisia, quando dizem que o David Chapelle é genial, mas se fosse um comediante brasileiro falando a mesma coisa, a opinião mudaria. Quando é gringo é genial. Embora sim, tem piadas dele que são grosseiras, eu acho que mandar prender por causa disso é demais.

Você sempre seguiu essa linha do humor mais ácido ou foi se encontrando com o tempo? Como é que foi essa descoberta?

A primeira vez que eu subi num palco para fazer stand-up foi em novembro de 2005, e já tinha umas duas piadas ali, que seriam de humor ácido. Claro que meu show não era inteiro de humor ácido e nem hoje é só isso. Aliás, eu considero que esse show, o Peste Branca, é o show mais crítico que eu tenho… acho que eu não teria a capacidade de fazer esse show quando eu estava começando.

Na profissão de comediante a gente tem essa vantagem… conforme você vai estudando e se dedicando, ao longo do tempo você vai melhorando. É o contrário de um atleta, que tem uma carreira bem curta pelo caso do desgaste físico e da idade. Eu sempre dei risada desse tipo de humor mais agressivo e sempre tive algumas no repertório.

O que eu falo para todo mundo e coloco até nos meus livros teóricos sobre stand-up é que você tem que fazer o tipo de piada que você acha engraçado, não o que você acha que a plateia vai achar engraçado. Se tiver uma piada que as pessoas riem, mas eu não tenho vontade de contar, não conto, por mais que vá funcionar muito. Eu acho que se você fizer o que você acha engraçado, naturalmente vão aparecer pessoas que também acham aquilo engraçado. E você vai estar sendo autêntico e autenticidade tem faltado muito hoje em dia.

Por isso que quando aparece alguém autêntico, seja em que área for, chama a atenção, porque tá todo mundo entrando numa mesma caixinha. Quando aparece alguém que é fora da caixa muita gente acaba gostando. É por isso que meus shows estão sempre lotados mesmo eu estando “cancelado”.

Usando a referência que você faz à inquisição europeia da idade média com o figurino e tema do seu show, você acha que no futuro quando forem estudar os tempos atuais o seu nome vai aparecer entre os que foram para a fogueira? Como você acha que a história vai te julgar?

Como a história vai me julgar? Depende de quem escrever o livro. Toda pessoa acaba exprimindo um pouco da sua visão de mundo no seu relato. No momento, a “história” me coloca como um vilão, um preconceituoso, porque a ideologia atualmente dominante no poder me coloca dessa forma, mas muita gente discorda disso e entende o que eu faço, então eu acho que lá na frente vão me entender. Pelo menos eu preciso acreditar nisso, porque senão eu vou ver um futuro muito ladeira abaixo. Então vamos acreditar que ao longo do tempo as coisas vão melhorar.

Hoje, por exemplo, se você faz uma piada com pautas conservadoras você tem todo o apoio da mídia. Você vai ter um cancelamento? Vai! Onde? Na corrente de WhatsApp da dona Madalena, do grupo Patriotas do Garden Residence… e não vai acontecer nada de muito grave pra você profissionalmente falando. Agora, se fosse na década de 60, você fazer piada com o Exército, com pautas conservadoras, eu acho que o risco era maior… logo, tudo depende da corrente ideológica e política dominante.

Comediantes que, inclusive trabalham usando a ironia, que é uma ferramenta cômica, muitos acham que estão sendo transgressores, mas estão na verdade fazendo exatamente o que a ideologia dominante quer que seja feito, estão reforçando o status quo. Eu acho que alguns não percebem por ignorância. Outros, se eles têm o conhecimento, aí é mau caratismo mesmo.

Você acha que vale a pena o preço que você paga por fazer o que faz? Vale a pena pelo resultado ou você acha que se meteu numa furada e agora não tem como sair? Quantos processos você tem?

Perdi a conta. O que eu digo é, eu sei que meu advogado mora numa casa maior. São bastantes processos.

Mas eu só quero contar piadas. É só isso. Eu quero fazer as pessoas sorrirem. No primeiro show da turnê, do Porto, uma mulher me contou que por muito tempo sofreu com um fantasma do passado, como vítima de violência doméstica e, pela primeira vez ela conseguiu se ver livre daquele peso através das piadas, lidar com a situação de outro modo…. Para mim isso não tem preço.

Você pegar um trauma e jogá-lo numa escuridão, pra não olhar mais pra aquilo, isso é um terreno fértil pra aquele trauma crescer e uma hora te dominar. Carl Jung falava isso, se eu não me engano, que você tem que olhar a sua sombra e dominá-la. E a piada é um jeito de te distanciar do problema, de fazer você deixar de lado um pouco a emoção e olhar com a razão e assim vencer aquele medo.

Eu sempre digo que quem não gosta do meu trabalho ou se sente ofendido, não deve vir ao meu show. Do mesmo modo: se você tem alergia a amendoim, não coma amendoim. Mas aí as pessoas hoje preferem reunir um grupo de alérgicos a amendoim e lutar pelo final do amendoim, para que ele não exista mais. Mas e quem gosta? É isso.

Eu vi isso numa entrevista, do Abujamra, e achei fantástico. Ele sempre encerrava assim… acho que a gente tem que fazer também: Léo Lins, o que é a vida?

(Risos) mas você precisa estar mais careca, mais gordo para a gente poder fazer o meme. Parece até o entrevistador com Alzheimer, a pessoa responde, a vida é bela. O que é a vida? A vida é uma caixinha de surpresa… O que é a vida? E fica repetindo… você está com Alzheimer? (Risos).

Respondendo… A vida, para mim, é um presente de Deus e a gente está aqui para evoluir. Não devemos desperdiçar isso.

Vídeo: O que é a vida, Léo Lins? 

Bastidores da entrevista | Foto: Acervo pessoal

Autor: Hebert Neri

Colaboração: Rafael Alcântara e Jilvan Ferreira

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