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Conheça a história de Hussam, o Newton de Gaza, que desenvolveu sistema que gera eletricidade

19 de Fevereiro de 2024

Assista ao vídeo: https://tviplayer.iol.pt/programa/tvi-jornal/63ef5eb50cf2665294d5f87a/video/65c4c62d0cf25f9953990dbe

Hussam al-Attar, menino palestino de apenas 15 anos, ganhou o apelido de “Newton de Gaza” após construir um gerador de eletricidade por energia eólica com ferramentas rudimentares.

Al-Attar, que estudava no Colégio Jabel Mukaber, no norte de Gaza, até Israel lançar seus brutais bombardeios em 7 de outubro, viu-se desabrigado com sua família ao ter de deixar Beit Lahia à região de Al-Nasr, e então a Khan Yunis e Rafah, cada vez mais perto da fronteira com o Egito.

A família realizou a árdua jornada rumo ao extremo sul de Gaza, sob bombas e tempestades de inverno, basicamente a pé.

“Olhei a meus sobrinhos gêmeos e só vi medo em seus olhos. Sentiam-se sozinhos no escuro da tenda”, recordou Hussam à rede Quds Press. “Então pensei … para trazer alegria, precisava fazer luz”.

“A ideia de aproveitar os ventos de inverno, que causam cansaço e doença nas crianças, a nosso favor, de fato me inspirou a transformá-lo em uma fonte de calor e esperança. Consegui, apesar da falta de ferramentas, criar hélices para gerar eletricidade, mesmo que só um pouco, através de nossos geradores então parados”.

Sua mãe tem orgulho: “Hussam sempre foi talentoso. Ele amava brincar com tudo a seu alcance e construir coisas úteis do nada. Todo mundo pedia a Hussam para consertar seus eletrônicos”.

Sua mãe tem também esperança de que o filho estude para usar seu talento em benefício da sua comunidade. “Essa geração palestina não será derrotada. É uma geração que encontra vida no meio das trevas, no meio da morte”.

Hussam confirma: “Eu amo a vida, eu amo todos os detalhes. Quero inventar e descobrir coisas e é impossível matar a Palestina dentro de mim”.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 26.900 mortos e 65.949 feridos — em grande maioria mulheres e crianças. Mais de 85% da população de Gaza — dois milhões de pessoas — foi deslocada à força.

Escolas, hospitais, abrigos e mesmo rotas de fuga não foram poupados pelos bombardeios.

A ocupação mantém ainda um cerco militar absoluto contra Gaza desde então, sem luz, comida ou água.

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