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Festas, álcool e TDAH: especialista alerta sobre cuidados

22 de Dezembro de 2023

Dra. Juliana Fonseca explica que drogas agravam sintomas e prejudicam tratamento do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

Foto: Divulgação

O período das festas de fim de ano pode ser desafiador para quem possui Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), por conta dos estímulos e a exposição a bebidas alcoólicas. A Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA) estima que os casos atingem entre 5% e 8% da população mundial.

O TDAH é uma condição neurobiológica que impacta crianças e persiste na vida adulta, caracterizado por desatenção, hiperatividade e impulsividade, segundo a psiquiatra Dra. Juliana Fonseca.

Destacando a influência do álcool, Dra. Juliana adverte que, além de ser uma substância depressora do sistema nervoso central, pode agravar sintomas do TDAH, interferindo na eficácia dos tratamentos. Ela enfatiza a importância do cuidado durante festas, especialmente para indivíduos suscetíveis.

Uma das estratégias é se oferecer para ser motorista, o que reforça o compromisso de não beber, ou se foi em alguma festa em família, você pode levar a bebida não alcoólica, que seja da sua preferência, como suco, algum coquetel sem álcool. Você pode avisar a sua família, seus amigos sobre a sua decisão de não beber, pedindo apoio deles, que você deseja se manter sóbrio no final do ano e se manter ocupado quando você ajuda ali na organização da festa, focando nas conversas, nas atividades relacionadas ao final do ano”, sugere a especialista.

Ainda mais perigosas, as substâncias ilícitas são uma preocupação adicional. “Os estimulantes, como a cocaína e as metanfetaminas, exacerbam os sintomas de hiperatividade e de impulsividade, enquanto as substâncias depressoras, a maconha e o álcool, podem aumentar a desatenção e ainda prejudicar a memória. E pessoas com TDAH são mais propensas ao uso de substâncias. Então muitas vezes esses pacientes, como uma forma de automedicação, acabam usando essas substâncias a fim de atenuar esses sintomas”, adverte a Dra. Juliana.

O diagnóstico do TDAH não é simples, requerendo avaliação detalhada e considerando sintomas persistentes e intensos. A Dra. Juliana destaca a variação do TDAH ao longo da vida e a necessidade de busca por diagnóstico com um médico psiquiatra.

É muito comum que esses sintomas sejam confundidos com outros transtornos, como ansiedade, depressão, transtorno bipolar ou até uso de cannabis. Então, o profissional de saúde mental, o psicólogo, psiquiatra e o neurologista geralmente conduz o diagnóstico através de entrevistas, de avaliação com os pais, através dos professores e quando aplicável, nos casos adultos, com o próprio paciente”, descreve.

Segundo a Dra. Juliana, o  TDAH é uma condição neurobiológica que afeta crianças e pode persistir na vida adulta. Caracterizado por três grupos principais de sintomas, incluindo desatenção, hiperatividade e impulsividade, o transtorno apresenta desafios como dificuldade de concentração, agitação constante, impulsividade e problemas na tomada de decisões.

O tratamento do TDAH é multifacetado, incluindo remédios e terapias comportamentais. “Os medicamentos estimulantes - os mais conhecidos são Venvanse e Ritalina - são comumente usados para melhorar a concentração e reduzir a hiperatividade e impulsividade. Em alguns casos, medicamentos não estimulantes ou antidepressivos, eles podem ser prescritos também, quando os pacientes não toleram cicloestimulantes”, explica.

Terapias comportamentais, incluindo a TCC, ajudam o indivíduo no desenvolvimento de habilidades de organização, no gerenciamento de tempo, no uso de agenda e técnicas também de enfrentamento”, complementa a médica, que também reforça a importância do apoio familiar.

Dra. Juliana Fonseca enfatiza a essencialidade do acompanhamento regular com profissionais de saúde mental para ajustes no tratamento conforme necessário, concluindo sua abordagem abrangente sobre o TDAH e sua gestão.

Fonte: Dra. Juliana Fonseca - Psiquiatra | www.instagram.com/drajupsiquiatra/

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