Estudo recente da SBACV revelou que 38% da população enfrenta problema das varizes
Um recente estudo da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) revelou que 38% da população enfrenta as varizes, um problema vascular que vai além da estética. A cirurgiã vascular Dra. Letícia Costa esclarece diversos aspectos sobre essa condição e destaca a importância de compreender seus sinais desde o início.
Segundo a especialista, as varizes são veias dilatadas e tortuosas com funcionamento inadequado. “As varizes são uma doença genética, mas existem outros fatores que podem favorecer o aparecimento e até o agravamento da doença. Dentre eles, o sexo feminino e aí conseguimos ver quem são as pessoas mais propensas. Além de obesidade, sedentarismo, hormônios, gestação, idade e períodos prolongados na mesma posição”, explica.
Apesar de todas as veias dilatadas serem popularmente chamadas de varizes, existem diferenças entre elas, segundo a cirurgiã vascular. “Os vasos de até um milímetro, bem superficiais e de coloração azulada ou avermelhada recebem o nome de telangiectasias. Veias de até quatro milímetros são chamadas reticulares e são esverdeadas, numa camada um pouco mais profunda. Já as varizes propriamente ditas são veias varicosas de calibre maior que quatro milímetros e que fazem relevo na pele, são salientes” diferencia a Dra. Letícia.
A médica enfatiza que, mesmo nas fases iniciais sem sintomas evidentes, a presença dos primeiros vasinhos já indica a necessidade de consultar um vascular. “Em casos sintomáticos a consulta é imprescindível. Normalmente a paciente apresenta dor, peso ou cansaço nas pernas que piora com a posição, no calor e no período menstrual associada a inchaço, cãibras e coceira”, complementa.
O diagnóstico, segundo a Dra. Letícia, é clínico, com a visualização das varizes, e é confirmado por meio de ultrassom com Doppler, que avalia o fluxo sanguíneo, calibre das veias, localização e funcionamento vascular. “Os tratamentos hoje são dos mais variados. Vai desde a famosa e mais antiga aplicação de vasinhos até tratamentos modernos com laser”.
E destaca: “Esses tratamentos minimamente invasivos vem ganhando espaço por serem realizados em regime ambulatorial, sem necessidade de anestesia ou repouso. É muito comum a associação de laser e escleroterapia para vasos de menor calibre. Para a safena, o padrão ouro é a termoablação com endolaser ou radiofrequência, conhecida como cirurgia sem corte.”
A Dra. Letícia ressalta que embora as varizes tenham componente hereditário, mudanças no estilo de vida, como exercícios físicos regulares, controle do peso, cessação do tabagismo e movimentação ao longo do dia, contribuem para prevenir a doença e retardar sua evolução. Por fim, ela enfatiza que as varizes não têm cura, mas há tratamentos eficazes. “Vasinhos não são só estética, é o início de uma doença crônica e evolutiva. Quanto antes fizer o tratamento, menores os riscos de complicações como flebite, trombose, dermatite ocre e úlcera”, conclui.