‘Sala de Reboco’ contará com a presença da cantora Anastácia, compositora de sucessos de Dominguinhos e Luiz Gonzaga
Foto: Divulgação |
O Bando de Régia existe para fortalecer duas coisas que, a princípio, parecem antagônicas: a tradição e o novo. A tradição por manter contato com as raízes do Forró, homenageando sua história e mantendo viva sua sonoridade, e o novo por propor a quebra de fronteiras do gênero ao trazer influências do samba, jazz, pop e MPB em releituras de clássicos do forró e nas canções autorais. É com este espírito que o grupo leva ao Theatro Municipal, em São Paulo, de 26 de setembro a 31 de outubro, a Residência Artística Sala de Reboco, apresentando uma série de 6 concertos didáticos que visam levar ao público a história do Forró e a jornada diaspórica dos nordestinos no sudeste. O projeto traz para um lugar historicamente erudito a música popular de Luiz Gonzaga, Anastácia, Jackson do Pandeiro e Dominguinhos
Formado por Kelly Marques (Voz), Lucas Coimbra (Sanfona/Coro), Lello Araújo (Triângulo/Coro) e Vitor Coimbra (Zabumba/Coro), o Bando de Régia já é veterano em reverenciar seus influenciadores musicais. Em 2021, lançaram o Forróbook Anastácia, álbum e livro com releituras de músicas de Anastacia, a Rainha do Forró. “A Anastácia é uma força da natureza. Ela já compôs para Luiz Gonzaga, Dominguinhos e está aí, viva, produzindo. Como uma grande referência para nós, ela estará conosco participando do último dia da Residência na aula Heroína Nordestina, idealizada justamente em sua homenagem”, conta Kelly Marques.
Com trabalho de pesquisa minucioso, a Residência Artística Sala de Reboco promete uma viagem poética sobre o Forró desde sua gênese que abarca origens pretas e indígenas até o piseiro, gênero derivado que tem como grande expoente atual o cantor pernambucano João Gomes. “Vamos fazer uma reflexão sobre a diversidade sonora existente nas obras de lendas como Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Dominguinhos e João do Vale. Artistas que beberam da musicalidade dos povos originários e africanos. O nosso expoente mais conhecido do Forró é negro, né? Então não tem como dissociar a história do gênero da história do negro no Brasil”, aponta Vitor Coimbra, se referindo à Gonzagão.
A proposta dos musicistas do Bando de Régia é tão intrigante e cheia de camadas, que funciona como peça de teatro, show musical e artigo acadêmico. Sem preconceitos com as transformações naturais da música, o grupo vai ocupar durante seis semanas seguidas o saguão do Theatro Municipal, à exceção do dia 31/10, cujo palco será o Salão Nobre. Nesta data, Marinês, Anastácia, Carmélia Alves e artistas da atualidade como Janayna Pereira e Mariana Aydar ganham a importância devida em um evento feito para exaltar suas contribuições marcantes para o Forró. “Contar com a presença da Anastácia é realmente um presente e também poder falar ao público sobre o papel da mulher na construção do Forró. Muita gente acha que “Eu Só Quero um Xodó” é do Gilberto Gil, mas é da Anastácia, além de “Sanfona Sentida”, “Contrato de Separação” e outros vários sucessos. Será emocionante”, conclui Kelly Marques.
Serviço: SALA DE REBOCO
Período: De 26/9 até 31/10 – Terças, às 14h30
Duração 120 minutos
Capacidade 100 participantes
Classificação indicativa livre
Entrada livre e gratuita, por ordem de chegada
Antes de participar desta atividade, conheça os protocolos recomendados e consulte a classificação indicativa disponível no Manual do Espectador.
*Programa sujeito a alteração
Agenda
26/9 | De onde vem o baião?
O encontro apresenta um panorama dos ritmos e da história das tradições musicais do Nordeste no início do século XX até chegar em Luiz Gonzaga.
3/10 | O Último Pau de Arara
Este encontro proporciona uma reflexão sobre o tema da diáspora nordestina nas canções e na construção poética das letras de forró com enfoque em como esta temática se relaciona com a cidade de São Paulo e a história do Theatro Municipal.
10/10 | Ancestralidade negra e indígena no forró
A proposta deste encontro é uma reflexão sobre a diversidade sonora de Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Dominguinhos e João do Vale e como estes ícones da música nordestina foram influenciados pelos ritmos presentes na musicalidade dos povos originários e dos povos africanos.
17/10 | Uma viagem pelos ritmos na música e na dança
Participação de Felipe Trizi
Neste encontro será abordada a relação intrínseca entre forró-música e forró-dança como elementos indissociáveis na tradição da cultura forrozeira. A abordagem trata o forró como um supergênero que envolve: xote, baião, xaxado, arrasta-pé, forró, coco, ciranda, rojão, embolada dentre outros ritmos. A discussão contará com a participação do professor e pesquisador de dança Felipe Trizi.
24/10 | Forró de sangue novo
O encontro busca refletir sobre as transformações do forró, seja no ritmo, nos arranjos, nas temáticas ou na instrumentação. A análise será realizada através de um panorama do forró pé-de-serra, forró universitário, o forró eletrônico, o piseiro (encontro virtual entre João Gomes e Luiz Gonzaga) e artistas contemporâneos do forró.
31/10* | Heroína Nordestina
Participação de Anastácia
No encontro será apresentado um cenário do forró sob a perspectiva da mulher intérprete, compositora e instrumentista. Serão abordadas artistas que abriram os caminhos com suas presenças marcantes dentro do gênero, como Marinês, Anastácia e Carmélia Alves e artistas da atualidade, como Janayna Pereira e Mariana Aydar. Para este encerramento contaremos com a presença de Anastácia, recifense conhecida como a rainha do forró e compositora de clássicos como Eu Só Quero um Xodó, Sanfona Sentida, Contrato de Separação e tantos outros sucessos da música nordestina.
*Excepcionalmente nesta data, o evento será realizado no Salão Nobre.
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