Infectologista Dra. Keilla Freitas discute progressos no manejo da doença
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No complexo panorama das doenças virais, a AIDS tem ocupado um lugar de destaque há décadas. Conversamos com a respeitada infectologista Dra. Keilla Freitas, que nos guiou por meio dos avanços no entendimento, tratamento e prevenção dessa condição de saúde.
A AIDS, causada pelo vírus HIV, é uma enfermidade que afeta milhões globalmente, mas a clareza inicial sobre sua distinção do próprio vírus é fundamental. Como explica a Dra. Freitas, "o HIV é o agente infeccioso, enquanto a AIDS é o estágio avançado da infecção, caracterizado por uma deterioração severa do sistema imunológico."
Entender essa distinção é vital, uma vez que nem todos os indivíduos portadores do HIV desenvolvem AIDS. Com o tratamento adequado, aqueles que vivem com o HIV podem agora manter uma vida normal e ativa. "Medicações antirretrovirais, frequentemente em forma de 1 a 2 comprimidos diários, permitem que os pacientes alcancem seus objetivos e sonhos, requerendo apenas cuidados de saúde regulares", afirma a Dra. Freitas.
Entre 2011 e 2021, foram registrados mais de 52 mil casos de jovens com idades entre 15 e 24 anos que, após contrair o HIV, progrediram para a condição de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Essas estatísticas foram divulgadas pelo Ministério da Saúde.
A prevenção é igualmente crucial, mas é importante discernir entre infecções sexualmente transmissíveis e o HIV. Embora o uso de preservativos seja eficaz na proteção contra várias infecções, incluindo o HIV, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é especificamente voltada para a prevenção do vírus. Apesar dos tratamentos contemporâneos possibilitarem uma vida com HIV controlado, ainda não há uma cura definitiva, e as terapias podem acarretar efeitos colaterais.
No contexto brasileiro, a gama de opções de tratamento contra o HIV é ampla, incluindo abordagens orais e injetáveis. Entretanto, tratamentos injetáveis de primeira linha ainda não estão disponíveis localmente, embora haja opções de importação para profilaxia. A Dra. Freitas observa que, embora o Brasil disponha de diversas classes de antirretrovirais, nem todas estão disponíveis globalmente.
Diagnosticar o HIV precocemente é um ponto crucial na estratégia de combate à AIDS. "O tratamento iniciado precocemente não apenas controla a infecção, mas também previne a progressão para a AIDS e reduz o risco de comorbidades", enfatiza a Dra. Freitas. Com um tratamento precoce e adequado, a expectativa de vida dos portadores do HIV é comparável a daqueles sem o vírus. Adicionalmente, a carga viral indetectável não é transmissível, o que não somente beneficia o indivíduo, mas também ajuda a prevenir novas infecções.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) desempenha um papel crucial ao fornecer tratamentos modernos contra o HIV. A maioria dos medicamentos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está disponível no SUS, e, diferentemente de outros casos, não é possível adquiri-los no mercado privado ou importá-los, com algumas exceções para a PrEP.
Em um mundo em constante evolução, a luta contra a AIDS avança com notáveis conquistas. Embora uma cura global ainda não seja uma realidade, a pesquisa médica tem desbravado novos caminhos, tornando a esperança e a qualidade de vida acessíveis a todos que convivem com o HIV.
Fonte: Dra. Keilla Freitas – Infectologista
Site: www.regenerati.com.br