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Os desafios da Inteligência Artificial

1 de Setembro de 2023

Por Camila Piva

Como as tecnologias vão afetar o cotidiano de cada um

Foto: Divulgação

No século XXI, o desafio apresentado ao gênero humano pela tecnologia da informação e pela biotecnologia é indubitavelmente muito maior do que o desafio que representaram, na época anterior, os motores a vapor, as ferrovias e a eletricidade. E, considerando o imenso poder destrutivo de nossa civilização, não podemos mais nos dar ao luxo de ter mais modelos fracassados, guerras mundiais e revoluções sangrentas. Desta vez, os modelos fracassados podem resultar em guerras nucleares, monstruosidade geradas pela engenharia genética e um colapso completo da biosfera. Portanto, temos de fazer melhor do que fizemos ao enfrentar a Revolução Industrial” (Harari, Yuval Noah- 21 lições para o século 21).

O trecho acima retirado do livro de Harari demonstra o momento em que vivemos hoje. A Inteligência Artificial (IA) é uma realidade que não se pode negar e por isso é necessário o conhecimento sobre esse tema e sua aplicação. Tem-se pela frente um mercado novo que exigirá das pessoas dominação desta IA para que possam se servir dela. Os estudos sobre essa área se iniciaram durante a Segunda Guerra Mundial. Sendo que a partir disso estudiosos estiveram progredindo no entendimento dessa nova inteligência.

A Inteligência Artificial é a capacidade da máquina de pensar como seres-humanos. Isso acontece quando ela consegue aprender e decidir caminhos igual a um indivíduo. A IA permite que os sistemas possam ser independentes em suas decisões apoiadas em dados digitais. Aos poucos esse sistema absorve, analisa e organiza os dados para identificar objetos, pessoas, padrões e reações. À medida que essa máquina vai evoluindo, será capaz de tomar decisões mais herméticas.

Pode-se pensar que essa inteligência aparecerá um dia, mas na verdade, ela já faz parte da vida das pessoas sem que elas percebam. A IA já aparece em coisas do dia a dia como GPS, corretor ortográfico, buscas personalizadas na internet, entre outros. Para entender melhor as partes de uma máquina, Hardware é a parte física de uma máquina, software é a sua programação. A Inteligência Artificial é o cérebro que comanda o Hardware. A ciência da computação explica a IA e o desenvolvimento dos algoritmos é importante nessa área. Os algoritmos são uma sequência de instruções, operações e raciocínio que orientam o funcionamento do software.

Esses termos às vezes podem causar dúvidas, como a diferença entre machine learning (organização dos algoritmos) e deep learning (faz uso dos algoritmos reproduzindo a rede neuronal do cérebro humano). Eles são a base da IA. O site GPT, por exemplo, bastante conhecido, é também um exemplo de IA. Ele consegue reunir diversos dados colhidos da internet. Ele age de forma rápida gerando respostas de textos. Mas existem questionamentos no mercado que levam alguns seres-humanos a ter mais cuidado.

O que será dos empregos? O fato de o ser-humano poder perder o controle assusta. O futuro da IA aponta para uma nova tecnologia que deve ser mais transparente e que fará parte do cotidiano. Dispensar a IA não seria a melhor ideia, pois seria como não aproveitar as melhorias que essa inteligência pode dar.

Marcelo Succi, professor da Faap, fala um pouco sobre os empregos em relação à IA: “A automação/inteligência artificial vai afetar os empregos mais simples, repetitivos. Na realidade, já está afetando, que vem experimentando a concorrência de robôs. E quanto aos outros tipos de empregos, com certeza, haverá mudança também. Por exemplo, as profissões que envolvem tarefas criativas já são perturbadas pelas IAS generativas (mas “perturbação” não é necessariamente ruim, pode ser um fator para uma mudança benéfica no final”.

“Não podemos esperar que a crise irrompe com toda a força antes de começarmos a buscar as respostas. Será tarde demais. Para lidar com as rupturas tecnológicas e econômicas inéditas do século XXI, precisamos desenvolver novos modelos sociais e econômicos o quanto antes. Esses modelos deveriam ser orientados pelo princípio de que é preciso proteger os humanos e não os empregos. Muitos empregos são uma faina pouco recompensadora, que não vale a pena salvar. Ser caixa não é o sonho de ninguém. Deveríamos nos focar em prover as necessidades básicas das pessoas e em proteger seus status social e sua autoestima” (Harari, Yuval Noah- 21 lições para o século 21).

De acordo com Marcelo, os empregos que exigem mais qualificação também serão afetados. “Da mesma forma que já aconteceu na Revolução Industrial, alguns tipos de empregos serão destruídos, outros serão modificados, mas outros também serão criados. Esta minha crença está alinhada a um estudo bem recente da OIT (Organização Mundial do Trabalho), uma agência da ONU, que indica que é mais provável que o uso da IA aumente os empregos no final,” diz Marcelo.

O ser-humano precisaria se reinventar e com isso seria necessário ter novos empregos, o que vai acabar acontecendo, fazendo com que o ser-humano se torne cada vez mais produtivo, liberando os profissionais das tarefas mecânicas e usando o máximo da sua capacidade para criar e inovar em todos os setores.  

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