Novas terapias apresentam melhores resultados e menos efeitos colaterais durante tratamento
Dr. Carlos Fruet, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto |
Conhecido como um tumor agressivo e de difícil tratamento, o câncer de bexiga surge quando parte das células do órgão começa a crescer e a se multiplicar de forma desordenada, podendo inclusive, invadir órgãos vizinhos e se disseminar para outras partes do corpo. A boa notícia é que o avanço da medicina vem apresentando opções modernas e que viabilizam melhores resultados no tratamento da doença.
O oncologista Carlos Fruet, da Oncoclínicas Ribeirão Preto explica que alternativas menos agressivas que as opções já existentes, como a quimioterapia e a cirurgia estão surgindo graças não somente aos avanços da medicina, mas também da tecnologia e, destaca algumas opções. “Entre os novos tratamentos temos a imunoterapia, que visa combater o avanço da neoplasia pela ativação do próprio sistema imunológico do paciente; o tratamento com droga-alvo, que foca em combater mutações genéticas específicas do tumor e; a terapia do tipo anticorpo conjugado a droga (ADC), a mais recente entre os medicamentos aprovados no Brasil, que tenta atingir apenas células tumorais, diminuindo a chance de acometer tecidos saudáveis.”, comenta.
O médico acrescenta ainda que, os ADCs são anticorpos que chegam ao tumor de forma silenciosa. “Atualmente este tratamento é recomendado apenas após a doença progredir com outras alternativas como quimioterapia e/ou imunoterapia, mas as perspectivas são boas para que venha para a primeira linha de tratamento em algumas ocasiões”, completa Fruet.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2022 foram diagnosticados mais de 11 mil novos casos da neoplasia no Brasil, acometendo principalmente os homens.
Alerta e sintomas
De acordo com Carlos Fruet, apesar do câncer de bexiga não estar entre as neoplasias com maior incidência, este é um tumor bastante agressivo e sua origem, além de genética, relaciona-se ao tabagismo em 50% a 70% dos casos, ou seja, o hábito de fumar é um dos maiores fatores de risco.
O sangue na urina é o principal sinal de alerta para a doença. “Entre os sintomas, o sangue na urina é o primeiro indicativo para uma investigação mais aprofundada. Sentir dor ao urinar também pode ser um sinal de alerta”, comenta o oncologista.
O médico reforça ainda que, estamos progredindo para um novo cenário no combate ao câncer. “Estamos caminhando para novas possibilidades de combinações de tratamentos, que visam maior tempo e qualidade de vida para os pacientes com câncer, especialmente os mais agressivos, como o de bexiga. Podemos dizer que é o início de um novo cenário da doença, que sempre foi sinônimo de um prognóstico desfavorável.”