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Julho das Pretas no Rio

10 de Julho de 2023

Especialista afirma que mulheres negras no Brasil não empreendem porque querem

Tema integra painel sobre Carreira e Empreendedorismo pelo Grupo Mulheres do Brasil, liderado por Luiza Helena Trajano em prol da Diversidade, café da manhã dia 8/7.

Carreira e Empreendedorismo é uma das pautas que norteiam as ações do Julho das Pretas do Grupo Mulheres do Brasil – Comitê de Igualdade Racial, núcleo Rio de Janeiro - em 2023, e fará parte do Café da Manhã das Pretas no próximo dia 8/7, sábado, a partir das 9h30, na Faculdade Senac (Rua Santa Luzia, 735, Auditório), no Centro do Rio de Janeiro.  

A especialista em ESG Juliana Kaiser, professora da UFRJ e do curso sobre Diversidade do IAG PUC-Rio, fundadora da Trilhas de Impacto, vai falar sobre o tema junto à Tais Batista, fundadora da marca Preta Porter, e Shaienne Aguiar,  consultora em Narrativa de Marca e Cultura. 

Um dos objetivos de Juliana é combater a perpetuação do racismo estrutural. Para ela, pessoas negras, mesmo em suas pautas identitárias, não ganham dinheiro além de um festival de propagação de conceitos equivocados, como meritocracia e um certo medo de falar abertamente sorte privilégio branco e branquitude.

No painel Carreira e Empreendedorismo - que é o segundo no evento, que também vai trazer Saúde e Bem-Estar à tona-, será debatido a razão pela qual muitas mulheres negras no Brasil não empreendem porque querem. “O que acontece é que, em geral, são negras e têm muita dificuldade de ingressar no mercado corporativo. Entendem então que abrir um MEI ou ser empreendedora informal é a forma de sobreviver”, explica Juliana Kaiser.

Nem todas as empresas lideradas por mulheres negras no Brasil possuem planejamento estratégico ou recebem apoio financeiro para os dois primeiros anos.

Foi o que mostrou, por exemplo, um estudo feito pelo Sebrae a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE, referente ao segundo trimestre de 2022, em que mulheres negras empreendedoras são donas de negócios de menor porte e atuam, em sua maioria, sem apoio de funcionários: apenas 8% dessas empresárias contratam empregados. Mas quando de trata de empreendedores negros, o índice sobe para 11%.  Já entre mulheres brancas donas de negócio, 17% delas fazem contratações de funcionários e, entre empresários brancos, o percentual é de 20%.

“No Rio de Janeiro, dizemos que é um empreendedorismo na marra feito com muito sufoco financeiro”, define Juliana.

O objetivo do evento Café das Pretas – para o qual é cobrado um valor de R$ 15,00 - é integrar quem já faz parte do comitê, para as Aceleradas do Rio e para as mulheres negras em geral, que queiram fazer parte desse encontro e dessa rede para descontração, aprendizados e trocas. 

O Grupo Mulheres do Brasil foi criado em 2013. É presidido pela empresária Luiza Helena Trajano e tem mais de 115 mil participantes no Brasil e no exterior. Querem o maior grupo político suprapartidário do país e atuam em parceria com diferentes esferas de poder para fomentar a adoção de políticas afirmativas e eliminar as desigualdades de gênero, raça e condição social.

As inscrições podem ser feitas pelo https://www.sympla.com.br/cafe-das-pretas__2051555.

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