Abaixo seguem alguns pontos importantes para que os leigos auxiliem na disseminação da informação correta
O termo transtorno mental e transtorno psiquiátrico estão fortemente enraizados na linguagem popular, e, apesar do último ser o mais comum de se utilizar ultimamente, na opinião dos psiquiatras e doutores da USP, Diego Freitas Tavares e Ricardo Alberto Moreno, os termos devem ser evitados. Para deixar tais doenças completamente livres de algum sentido pejorativo, o certo seria associar a palavra cerebral para melhor lembrar a todos que transtornos cerebrais psiquiátricos seriam doenças médicas, de etiologia cerebral, mas de manifestação psiquiátrica e não neurológica.
Neste sentido, seguem as explicações dos doutores no livro Depressão e Transtorno Bipolar: A complexidade das doenças afetivas’ (Selo Vital – Editora Pandorga) sobre questões importantes para que os leigos saibam e possam ajudar a disseminar as informações corretas. Desta forma, todos podem contribuir para diminuir a ansiedade dos indivíduos portadores, familiares e redes de apoio.
- O termo transtorno mental estigmatiza, porque transmite a ideia de que a depressão e o transtorno bipolar são doenças da mente, e, portanto, psicológicas, ou seja, adoeceu porque pensou de maneira errada ou nociva, o que é profundamente falso.
- O termo transtorno psiquiátrico também deve ser usado com cautela porque remete intuitivamente a quadros graves e que a pessoa perde o controle sobre o próprio comportamento, o que na realidade representa a menor porcentagem dos transtornos psiquiátricos, visto que a maioria deles são leves ou moderados.
- O melhor é utilizar a palavra cerebral, ao invés de metal, para lembrar a todos que transtornos cerebrais psiquiátricos seriam doenças médicas, de etiologia cerebral, mas de manifestação psiquiátrica e não neurológica.
- Todos os estados de humor, pensamento e comportamento recorrentes e estereotipados, que pertencem a uma determinada síndrome psiquiátrica, decorrem de um funcionamento anormal do cérebro.
- O fato de ser um transtorno cerebral não quer dizer que só se trata com remédios. Tanto os medicamentos com efeito no sistema nervoso quanto as psicoterapias embasadas por evidências possuem a capacidade em potencial de alterar a maneira como as funções do cérebro são desempenhadas.
Ficha Técnica:
Depressão e Transtorno Bipolar
Autores: Diego Freitas Tavares e Ricardo Alberto Moreno
ISBN: 978-65-87140-66-7
Formato: 16cm x 23cm
Páginas: 176 páginas
Acabamento: Brochura
Sobre os autores: Dr. Diego Freitas Tavares é médico psiquiatra e doutor em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP). Coordena o Ambulatório Integrado de Bipolares do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas (FMUSP) e o Programa de Transtornos Afetivos (FMABC). É também pesquisador no Serviço Interdisciplinar de Neuromodulação e Estimulação Magnética Transcraniana (FMUSP).
Dr. Ricardo Alberto Moreno é médico psiquiatra e doutor em Medicina pela Universidade de São Paulo (FMUSP), além de professor da Pós-graduação e do Departamento de Psiquiatria e diretor/fundador do Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, todos na mesma instituição.