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Tabagismo é um fator de risco para o câncer de bexiga e está associado em até 70% dos casos

3 de Junho de 2023

Fumantes estão propensos a desenvolver o câncer de maneira mais agressiva do que pessoas que nunca fumaram, diz especialista

O Dia Mundial sem Tabaco, celebrado no último dia 31, acende o alerta sobre doenças e mortes relacionadas ao tabagismo que é responsável por cerca de 90% das mortes por câncer de pulmão. Além disso, o cigarro pode provocar doenças cardiovasculares e acumular placas de gordura, cálcio e outras substâncias nas artérias, ocasionando maior risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Por mais que muitos remetam o consumo de cigarro somente ao câncer de pulmão, o tabagismo pode ser um fator de risco para outras doenças, como o câncer de bexiga e está associado à doença em 50-70% dos casos.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) há estimativas de 11.370 casos de cancer de bexiga diagnosticados no Brasil, sendo 7.870 em homens e 3.500 em mulheresi. Nesse tipo de neoplasia, parte das células do órgão começam a crescer e a se multiplicar de forma desordenada, criando tumores que podem invadir órgãos vizinhos.

“O tabagismo é um fator de risco importante para o desenvolvimento do câncer da bexiga, mas um fator evitável”, explica Diogo Rosa, oncologista do Grupo Oncoclínicas. “Sabemos que há mais de 60 substâncias cancerígenas no cigarro. As pessoas que fumam têm uma tendência maior a desenvolver o câncer e quando o desenvolvem tende a ser mais agressivo”.

Para o oncologista, o ideal é que o paciente pare de fumar assim que possível, e ressalta que uma pessoa que opta por parar de fumar tem uma chance menor de desenvolver câncer de bexiga, mas nunca deixa de ser igual àquela pessoa que nunca fumou.

Além do tabagismo, homens brancos e mais velhos integram o grupo de maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer, além de pessoas expostas a componentes químicos como azocorantes, benzeno e benzidina, poeira de metais e agrotóxicos.i

Entre os principais sintomas, o sangue na urina (hematúria) é o primeiro sinal de alerta do câncer de bexiga. Esse sangue pode ser visto a olho nu ou apenas detectado em exame de urina. “Também pode haver obstrução urinária, muitas vezes causada por um coágulo dentro da bexiga, impossibilitando o paciente de urinar, o que pode ocasionar dor significativa. Outros sintomas como perda de peso, dores ósseas, fraqueza, podem estar associados a uma doença mais avançada já quando tem, eventualmente, acometimento de outros órgãos”, destaca Rosa.

A prevenção da doença consiste em hábitos saudáveis, evitando o tabagismo e se protegendo de riscos ocupacionais. “Se há um histórico familiar ou até mesmo uma síndrome genética é importante procurar um oncologista para que o acompanhamento seja feito”, finaliza o especialista.

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