Mês de conscientização sobre a espondilite anquilosante tem o objetivo de alertar a população em relação aos sinais da doença que, se não tratada, pode provocar a fusão das vértebras e a diminuição da mobilidade da coluna, bem como afetar outras articulações
Uma doença inflamatória crônica que afeta principalmente a coluna vertebral e as articulações, sendo mais comum em adultos jovens, geralmente, homens entre 20 e 30 anos de idade[1], cujos primeiros sintomas podem passar despercebidos, deve ser amplamente falada e conhecida pela população.
Com o objetivo de unir a comunidade global de pessoas afetadas pela doença e alertar a populaçãosobre esse impactante problema reumatológico, sobretudo em relação aos seus sinais e sintomas, maio foi oficializado como mês da conscientização sobre a espondilite anquilosante.
Estima-se que entre 65% e 80% da população mundial desenvolva dor na coluna em alguma etapa de suas vidas. 1 A queixa tornou-se a segunda causa mais frequente de consultas médicas gerais, só perdendo para o resfriado. 1 A estimativa é que mais de 50% dos pacientes apresenta melhora rápida, entretanto, se a dor nas costas for persistente e contínua pode ser sinal de uma doença reumática, como a espondilite anquilosante (EA).
As manifestações da EA podem variar de um quadro de dores nas costas contínua e persistente (principalmente na região das nádegas, ou mais acima na região lombar), até uma doença mais grave e sistêmica, acometendo várias outras juntas, os olhos, coração, pulmões, medula espinhal e rins. No início, costuma causar dor nas nádegas, se espalhando pela parte de trás das coxas e pela parte inferior da coluna, observa-se que a dor melhora com exercícios físicos e piora com repouso, sendo pior pela manhã. Alguns pacientes se sentem doentes de forma geral, cansados, perdem o apetite e peso. Geralmente essa dor está associada a uma sensação de enrijecimento na coluna (rigidez), gerando dificuldade na mobilização.1
Diante dessa situação, é preciso aumentar a conscientização, a informação e a vigilância para garantir o diagnóstico precoce e o tratamento multidisciplinar.
Medicamento e mudanças no estilo de vida são fundamentais no tratamento da EA
Diferentemente da dor nas costas causada por lesão muscular ou “mau jeito”, na espondilite a dor piora com o repouso e melhora com a movimentação. Se não tratada, pode provocar a fusão das vértebras e a diminuição da mobilidade da coluna, bem como afetar outras articulações. Por isso, em caso de dor nas costas persistente, a recomendação é conversar com um reumatologista, que é o profissional que poderá realizar o diagnóstico, que geralmente é confirmado através de exames de imagem como raios X e ressonância magnética. 1 Embora ainda não exista cura para a EA, existem tratamentos eficientes capazes de bloquear a doença, não só tratando a dor, mas evitando as complicações e sequelas que podem ocorrer sem o tratamento adequado.
Os medicamentos biológicos, por exemplo, que bloqueiam proteínas envolvidas com a inflamação, são eficazes no tratamento da espondilite anquilosante. O ixequizumabe, terapia da farmacêutica Eli Lilly, aprovado em 2018 pela ANVISA para o tratamento da psoríase em placas, moderada a grave, e da artrite psoriásica ativa, recebeu aprovação regulatória também para o tratamento da espondilite anquilosante ativa, em 2020, sendo as três indicações incorporadas no ROL da ANS4.
Com nome comercial TALTZ®2, a eficácia do medicamento foi comprovada através do estudo COAST-X3, com cerca de 670 pacientes diagnosticados há pelo menos seis meses e com, no mínimo, três articulações acometidas pela enfermidade. Obteve-se resposta rápida e sustentada no alívio da dor e diminuição da inflamação nas articulações e na coluna e melhora significativa.
Além de medicação, mudanças no estilo de vida fazem parte do tratamento da EA, como exercícios físicos e alongamentos, que podem ajudar a aliviar as dores nas articulações rígidas. Em alguns casos, pode haver necessidade de cirurgias para reparar danos nas articulações.