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Preconceito contra dependentes e ex-dependentes químicos ainda é uma barreira a ser vencida

26 de Abril de 2023

A dependência química é um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar dos avanços na compreensão da doença e das opções de tratamento disponíveis, ainda existe um grande estigma associado à dependência química, o que pode dificultar a recuperação dos dependentes e ex-dependentes.

Guilherme Mascena é ex-dependente químico e hoje é CEO do Instituto Radar Brasil.

O preconceito contra dependentes e ex-dependentes químicos é um tema pouco discutido em nossa sociedade, mas que infelizmente ainda é uma realidade enfrentada por muitas pessoas que lutam contra o vício em substâncias químicas. A discriminação pode ser vivida em diversos âmbitos da vida desses indivíduos, seja no mercado de trabalho, nas relações pessoais ou mesmo na própria família.

De acordo com especialistas, a discriminação contra dependentes e ex-dependentes químicos pode ser explicada, em parte, pelo estigma associado ao vício. Muitas pessoas ainda acreditam que a dependência química é uma escolha ou uma questão de falta de força de vontade, o que não é verdade. A dependência é uma doença que afeta o cérebro e pode levar a alterações no comportamento e na forma como o indivíduo percebe o mundo ao seu redor.

Essa falta de conhecimento sobre a dependência química muitas vezes leva a uma discriminação velada, que pode se manifestar em comentários preconceituosos ou em uma postura de distanciamento em relação ao dependente, ou ex-dependente químico. Isso pode dificultar ainda mais a recuperação dessas pessoas, que muitas vezes precisam lidar com a pressão social e a falta de apoio em um momento em que estão lutando para se recuperar.

No entanto, existem formas de enfrentar esse preconceito e dar a volta por cima. Uma das formas de enfrentar o preconceito é buscar informação e conhecimento sobre a dependência química. A educação pode ajudar a desconstruir os estereótipos e as crenças equivocadas que ainda permeiam a sociedade em relação aos dependentes químicos. É importante lembrar que a dependência é uma doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, independentemente da sua origem social, étnica ou cultural.

Outra forma de enfrentar o preconceito é buscar apoio em grupos de ajuda mútua, como os Alcoólicos Anônimos ou os Narcóticos Anônimos. Esses grupos são formados por pessoas que enfrentam situações semelhantes e podem oferecer suporte emocional e prático para quem está em recuperação. A troca de experiências e a identificação com pessoas que passaram pelas mesmas dificuldades podem ser fundamentais para fortalecer a autoestima e a autoconfiança.

No mercado de trabalho, os dependentes e ex-dependentes químicos podem enfrentar desafios na busca por emprego ou no desenvolvimento de carreira. Muitas empresas ainda têm preconceitos em relação aos dependentes químicos, o que pode dificultar a sua inclusão no mercado de trabalho. Porém, há programas em empresas que ajudam na inclusão.

Além disso, é importante trabalhar a autoestima e a autoconfiança. Muitas vezes, o preconceito pode levar o dependente ou ex-dependente químico a se sentir inferior ou incapaz, o que pode atrapalhar o processo de recuperação. É fundamental trabalhar esses aspectos para fortalecer a autoimagem e acreditar no próprio potencial de superação.

Por fim, é importante lembrar que a recuperação é um processo contínuo, que exige paciência e perseverança. O preconceito pode ser uma barreira a ser vencida, mas não deve impedir que os dependentes e ex-dependentes químicos busquem uma vida saudável e feliz. Com informação, apoio e autoconfiança, é possível enfrentar o preconceito e conquistar a tão sonhada liberdade do vício.

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Guilherme Mascena é ex-dependente químico e hoje é CEO do Instituto Radar Brasil. O instituto é um centro de tratamento que possui método dinâmico e tem por objetivo reproduzir a vida como ela é em sociedade

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