Sandra Mathias Correia de Sá já tem passagem pela polícia por furto de energia elétrica, no Leblon, e outra por injúria e ameaça
A ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá está sendo acusada de injúria racial e agressão após atacar um grupo de entregadores de aplicativo no domingo (9/4), em São Conrado, bairro nobre da Zona Sul do Rio de Janeiro.
Sandra Mathias Correia de Sá já tem passagem pela polícia por furto de energia elétrica, no Leblon, e outra por injúria e ameaça | Foto: Reprodução/Redes Sociais |
A agressora já tem passagem pela polícia por furto de energia elétrica no Leblon, onde mantém uma escola de vôlei de praia, e outra por injúria e ameaça.
Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, Sandra aparece agredindo Max Angelo dos Santos. O trabalhador estava com outros entregadores em uma escada na calçada de uma das ruas de São Conrado quando, segundo ele, a mulher foi na direção deles, cuspiu no chão e continuou caminhando. A jogadora de vôlei então retornou e "começou a arrumar problema com a outra menina", relatou ele ao Jornal Nacional, da TV Globo.
Max contou ainda que enquanto Sandra agredia uma das entregadoras, dizia que eles não estavam na favela: "Você não está na favela. Você está aqui. Quem paga o IPTU aqui sou eu, rapaz."
A entregadora atacada contou que a mulher a chamou de 'lixo' e 'favelada'. “Ela me xingou de lixo, de favela, de um monte de coisa, nome feio. E chamando para briga e eu não queria brigar. Eu falei: eu não quero brigar. Eu vou correr, sim, porque eu não quero brigar", relatou.
Em seguida, Sandra avançou sobre Max, o agredindo com socos e chutes. Depois ela retirou a coleira do cachorro e o chicoteou.
Assista:
RACISMO EM SÃO CONRADO!
— Jonas Di Andrade (@jonasdiandrade) April 11, 2023
O corpo negro é alvo de violência e ódio. Essa mulher branca, Sandra Correia de Sá, que já é investigada por injúria racial, agrediu rapaz, negro, da Rocinha, em plena luz do dia. E pior, ainda pegou uma coleira de cachorro pra agredi-lo. pic.twitter.com/KeyVYXF1EJ
"Ela me tratou como se eu fosse escravo. Só que ela está esquecendo que o tempo da escravidão já acabou há muitos anos. E isso não pode acontecer. É inadmissível, não tem como aceitar uma situação como essas", afirmou o entregador.
Max é morador da Rocinha e trabalha há um ano e meio em ocupações informais, desde que perdeu o emprego de carteira assinada.
Depois das agressões, Max prestou depoimento na polícia e passou por exames no Instituto Médico Legal (IML).
"A primeira [injúria] foi na terça-feira [4] e foi verbal. Inclusive, fiz o boletim de ocorrência na terça-feira, relatei os fatos e, quando foi ontem [domingo, 9], aconteceu de novo. Fui à delegacia de novo e fiz novo boletim de ocorrência", contou Max.
Sandra Mathias Correia de Sá é ex-atleta de vôlei de praia, já foi supervisora de produção do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e administra uma escola de vôlei na praia do Leblon. Sandra ainda não se pronunciou. O espaço segue aberto para manifestações.