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Queda na vacinação contra HPV aumenta riscos de câncer de colo do útero

30 de Março de 2023

O oncologista Ramon Andrade de Mello alerta que esse tumor é o terceiro mais diagnosticado nas mulheres

O Brasil pode não atingir a meta preconizada pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar o HPV no público jovem até 2030, um dos principais responsáveis pelo diagnóstico de câncer do colo do útero. Todas as regiões brasileiras apresentam imunização abaixo dos objetivos. “Terceiro tumor mais diagnosticado entre as mulheres, excetuando-se o câncer de pele, o câncer de colo do útero é a quarta causa de morte de mulheres por doenças oncológicas no país”, explica o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo, e médico pesquisador honorário do Departamento de Oncologia da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

A cobertura vacinal da população feminina entre 9 e 14 anos alcançou apenas 76% para a primeira dose e 57% para a segunda etapa. Já entre os meninos de 11 e 14 anos, a vacinação só alcançou 52% do público-alvo na primeira dose e 36% na segunda, de acordo com levantamento da Fundação do Câncer.

Ramon Andrade de Mello esclarece que infecções persistentes por alguns tipos de HPV lideram a lista das causas do câncer de colo do útero: “Infecção genital pode ocorrer sem a presença do HPV. Por isso, é importante a realização do exame preventivo com frequência”.

A vacinação é a principal estratégia para reduzir os casos desse tumor no país. Ela protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. “Os dois primeiros são reconhecidos por provocar o aparecimento de verrugas genitais e, os dois últimos, respondem por aproximadamente 70% dos casos desse câncer”, afirma o oncologista.

“O câncer de colo do útero é assintomático no início, na maioria dos casos. Por isso, o exame preventivo é fundamental para um diagnóstico precoce. Já para os casos mais avançados, a paciente pode apresentar sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual”, explica Ramon Andrade de Mello. Segundo ele, o tumor também pode provocar secreção vaginal anormal e dor abdominal relacionada a queixas urinárias ou intestinais.

Sobre Ramon Andrade de Mello

Pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), Ramon Andrade de Mello tem doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).

O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é Coordenador Nacional de Oncologia Clínica da Sociedade Brasileira de Cancerologia, membro da Royal Society of Medicine, London, UK, do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology -- ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology -- ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology -- ASCO).

Dr. Ramon de Mello é oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.

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