A artista explora novas formas de contar história em audiovisual dirigido por Pedro Fiorillo
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Algumas das características das pessoas narcisistas são falta de empatia, necessidade de ser admirado constantemente e impressão falsa excessiva de auto importância. É colocando em pauta as relações com esses tipos de indivíduos que a cantora Thalicia lança nesta terça-feira (21/3) seu novo single, “Narcisista”, faixa que chega acompanhada de videoclipe produzido com tecnologia de inteligência artificial (IA) dirigido por Pedro Fiorillo.
Como já demonstrado em lançamentos anteriores, a cantora sabe misturar com destreza todas as referências pop contemporâneas que a influenciaram no molde de sua identidade musical. Em “Narcisista”, Thalicia soa acessível e provocadora na nova canção, servindo pop na medida certa das tendências atuais, mas sem perder assinatura própria, com o single ganha ainda mais força na companhia do trabalho primoroso do clipe, transportando o rosto da artista para diversas obras de arte clássicas em um passeio pela galeria de arte, estabelecendo diálogo entre o moderno e o antigo, o clássico e o contemporâneo, numa sequência de imagens hipnóticas que vão pescar a atenção do público na tentativa de captar as referências enquanto se identificam com a letra tratando de conflitos tão comuns a tanta gente. “Acabou minha bateria/ Nem te cobro a hora da terapia”, dispara a canção. “A criação do roteiro começou quando vimos a invasão do Planalto, em 8 de janeiro. Discutimos sobre a destruição das obras e como as pessoas acham que destruir arte ia ajudar em alguma coisa, disso pensamos: ‘E se a gente levar o roteiro para dentro de um museu destruindo obras conhecidas?’ Mas mudamos e colocamos o rosto do narcisista em todo lugar que é como ele se vê”, explica o diretor Pedro Fiorillo.
Se relacionamento tóxico é um assunto universal que causa muita dor , Thalicia joga seriedade sem perder de vista a função principal da boa música pop, que é divertir e entreter. O novo trabalho acerta em tratar de um tema complicado focando na recuperação de quem se afasta “Eu escolhi duas abordagens. Uma mais séria para a pessoa sacar que tem alguém narcisista ao lado, mas também algo leve para a pessoa saber que pode se recuperar”, conta.
O trabalho audiovisual chega em um momento em que a tecnologia permite aos fãs interagirem de novas formas com seus ídolos, aumentando a proximidade entre artista e público e no caso do lançamento de Thalicia, o conceito permite criar colagens nas redes sociais em cima das obras de artes escolhidas para compor imageticamente o projeto. Eles poderão exercitar a criatividade com edições em que o rosto da compositora pode ser substituído pelos seus durante a jornada pela história da arte. “Não uso a tecnologia para fazer o trabalho todo, Tudo que você vê no clipe foi gravado. A AI serve como uma maquiagem em cima de um extenso trabalho de edição e gravação Usamos quatro máquinas renderizando frame a frame!”, finaliza Fiorillo
Se a letra dos versos aponta o outro, o clipe não deixa de trazer uma ironia espalhando o rosto da personagem por todo lugar a todo momento, fazendo um mea culpa sobre os próprios traços narcísicos enquanto brinca com a releitura de obras como o Autorretrato de Van Gogh, Moça com Brinco de Pérolas (Johannes Vermeer) e O Grito de Edvard Munch.
Confira: