O CEO e apresentador do Cartão de Visita News, Zacarias Pagnanelli, entrevistou a Dra. Mônica Tucunduva Spera Manfio, Juíza de Direito da Vara da Família e das Sucessões da Comarca de Assis/SP. O tema da entrevista foi alienação parental.
Mônica Tucunduva Spera Manfio:
-Juíza Coordenadora do Cejusc de Assis
-Especialista em Direito de Família e Sucessões
-Formada em Mediação Judicial e Mediação Familiar (CNJ e EPM)
-Certificada em Curso de Especialización en Mediación Y Solución de Conflictos (Universidad D Salamanca-España)
-Mestranda do Mestrado Profissional do CEDES
-Pós-graduanda em Direito Sistêmico e MASC (Innovare)
-Formada como expositora da Oficina de Parentalidade (CNJ)
-Idealizadora da Oficina de Gestão da Emoção
-Coordenadora do Núcleo Regional de Presidente Prudente da EPM
-Professora do Curso de Direito (Anhanguera-Assis)
-Juíza Diretora do Fórum de Assis.
Durante suas audiências de separação de casais, a Dra. Mônica Tucunduva Spera Manfio sempre faz a leitura do seguinte texto inspirados num estudo feito no Tribunal de Família e Menores da Alemanha. Cartilha do Instrutor. Oficina de Parentalidade. Acesso em: www.cnj.jus.br
"Principais pedidos dos filhos de pais separados
“Mãe e pai:
Nunca se esqueçam: eu sou a criança de vocês dois. Agora, posso até morar com um só dos meus pais, e este me dedica mais tempo; mas eu preciso também do outro.
Não me perguntem se eu gosto mais de um ou de outro. Eu gosto de IGUAL modo dos dois. Então, não critique o outro na minha frente, porque isso dói.
Me ajudem a manter contato com aquele que eu não vejo sempre. Marque o número do telefone para mim, me lembrem do aniversário do outro, me ajudem a preparar um presente. Nem sempre eu consigo fazer isso sozinho.
Não fiquem tristes quando eu vou com o outro. Aquele que eu deixo não precisa pensar que não vou mais amá-lo daqui alguns dias. Eu preferia ficar com os dois, mas não posso me dividir em dois pedaços só porque a nossa família se transformou.
E não me privem do tempo que possuo com o outro. Uma parte do meu tempo é para mim e para minha mãe; a outra parte do tempo é para mim e para o meu pai. Respeite esse tempo e esse espaço que eu tenho com cada um.
Não me passem ao outro como um “pacote”. Quando vierem me buscar ou levar de volta, deixem-me um breve instante com vocês dois.
Conversem como adultos, mas conversem. E não me usem como mensageiro entre vocês, ainda menos para recados que deixarão o outro triste ou furioso.
Não briguem na minha frente. Sejam ao menos educados quanto vocês seriam com outras pessoas ou tanto quanto exigem de mim.
Não me contem coisas que eu ainda não posso entender. Conversem sobre isso com outros adultos, mas não comigo.
Me deixem levar meus amigos na casa de cada um. Que quero que eles possam conhecer minha mãe e meu pai e achá-los legais.
Entrem num acordo sobre dinheiro. Eu não quero que um tenha muito e outro tenha pouco. Quero poder ficar à vontade com os dois. Não tentem me comprar. Aliás, eu nem conseguiria comer todo chocolate que eu gostaria. E me falem francamente sobre o orçamento. Para mim, o tempo com vocês é mais importante do que o dinheiro. Para mim, o melhor é quando somos simplesmente felizes para brincar e que tenhamos um pouco de calma.
Tentem deixar o máximo de coisas idênticas na minha vida, como estava antes da separação, preservando aquelas pequenas coisas que fiz sozinho com meu pai ou com a minha mãe.
Sejam amáveis também com meus outros avós, mesmo que, na separação, eles tenham ficado mais do lado do próprio filho. Vocês também ficariam do meu lado se eu estivesse com algum problema. Não quero perder a companhia dos meus avós.
Sejam ao menos gentis com o novo parceiro ou nova parceira que vocês encontrarem, ou já encontraram. Eu preciso me entender com essas outras pessoas também.
Sejam otimistas e releiam todos os meus pedidos. Talvez vocês até conversem sobre eles. Mas, por favor, não briguem e não usem os meus pedidos para criticar o outro. Se vocês fizerem isso, não terão entendido como eu me sinto e o que preciso para ser feliz.”