Dr. Daniel Kamlot explica quando é necessário procurar um oftalmologista.
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Cerca de 35 milhões de brasileiros convivem com algum problema de vista, de acordo com o IBGE. Apesar disso, é comum que a saúde dos olhos, que afeta praticamente todos os aspectos do nosso cotidiano, acabe negligenciada. Pesquisas revelam, por exemplo, que um terço da população brasileira nunca foi ao oftalmologista. Surge, então, o questionamento: será que todas as pessoas precisam se consultar com esse especialista? E quando é que devemos procurá-lo? Para esclarecer essas dúvidas, conversamos com o Dr. Daniel Kamlot, oftalmologista que atende em São Paulo.
O médico explica que alguns sintomas comuns são sinais de alerta, que indicam necessidade de uma visita ao oftalmologista o quanto antes. Entre esses sintomas, estão a perda de acuidade visual, a dor ocular, a dor de cabeça relacionada à visão e até mesmo o olho vermelho. “Em muitos casos, as pessoas acham que o olho vermelho é apenas uma conjuntivite que passaria sozinha, mas ele pode ter outras causas, como uveíte, uma inflamação mais grave ou até mesmo uma conjuntivite que pode deixar sequelas”, afirma.
Dr. Daniel também destaca que uma consulta de rotina com o oftalmologista deve ser feita todo ano, mesmo que não haja nenhum sintoma. “Algumas doenças oculares não apresentam sintomas no primeiro momento. Quando elas estão mais avançadas e os sintomas aparecem, não conseguimos mais reverter e tratar o caso”, explica.
O especialista ressalta, portanto, a importância do diagnóstico precoce de problemas nos olhos. “Um glaucoma, por exemplo, é uma doença silenciosa. Quando o paciente apresenta sintomas, já está muito avançado”, afirma. “Problemas na retina, como roturas, também devem ser pesquisados e diagnosticados precocemente para evitar maiores problemas, como um descolamento de retina, que exige uma cirurgia de urgência”.
As crianças também devem passar consulta com oftalmologista desde a primeira infância, de acordo com o Dr. Daniel Kamlot. Ele pontua que, na maternidade, já é feito um teste de “reflexo vermelho”, que pode diagnosticar problemas congênitos. Depois disso, no período em que a criança desenvolve a visão (até os sete anos de idade), devem ser feitos exames para detectar possíveis diferenças de grau entre os dois olhos ou estrabismo (olho torto). “O tratamento deve ser feito o mais rápido possível para evitar a ambliopia, também conhecida como olho preguiçoso”, explica o especialista. Ele lembra, ainda, que outros possíveis problemas também podem e devem ser avaliados durante a consulta oftalmológica desde os primeiros anos de vida.