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Amigos do peito: conheça os hábitos aliados da saúde do coração

17 de Fevereiro de 2023

Dr. Leandro Franco fala sobre o conjunto de hábitos que previne doenças cardíacas

Foto: Divulgação/ Freepik

As doenças cardiovasculares — aquelas que afetam coração, veias e artérias — estão presentes na vida de cerca de 14 milhões de brasileiros e são a causa número um de mortes no país. De acordo com estimativas de sociedades médicas, ao menos 400 mil pessoas morrem a cada ano, no Brasil, por causa dessas doenças. Isso representa cerca de um terço dos óbitos no país. Mas apesar de potencialmente graves, vários problemas cardiovasculares podem ser controlados, reduzindo os riscos de complicações. Para isso, no entanto, mudanças de hábitos são fundamentais, como aponta o cardiologista Dr. Leandro Franco. 

O especialista explica que o coração é a “bomba de combustível” do nosso corpo, pois impulsiona o sangue que leva oxigênio e nutrientes para todos os tecidos. Para isso, ele se contrai em média 90 mil vezes por dia. “É um esforço contínuo contra a pressão arterial, que é a pressão dentro dos vasos sanguíneos. Por isso, o coração precisa ser resistente e a pressão não pode ser alta. Quanto mais alta, maior o esforço do coração para bombear o sangue”, detalha. 

Dr. Leandro Franco destaca que exercícios físicos e manutenção do peso ideal são muito importantes para melhorar a resistência do coração ao esforço e deixar o organismo mais eficiente, fazendo com que não precise de muito “combustível” para funcionar, diminuindo o esforço que o coração precisa fazer e mantendo os vasos limpos, sem placas de gordura que podem causar obstrução ao fluxo de sangue. “Para conseguir manter bom desempenho físico e mental precisamos dos nutrientes provenientes da dieta balanceada”, diz ele. “Se utilizamos combustível de boa qualidade, boa quantidade de energia é produzida, mas se nos abastecemos com comida ruim, pouca energia é produzida e sujamos o motor”.

Além disso, o médico lembra que precisamos de água para manter tudo refrigerado e funcionando bem, e de sono adequado, pois é quando a “automanutenção” do organismo acontece. Mas não adianta fazer isso por uma semana ou um mês: “o que vale é a constância, a persistência”, afirma. “Esses bons hábitos precisam ser mantidos no longo prazo para que o resultado apareça e permaneça”. Ele pontua que quando temos uma rotina de bons hábitos, temos menor tendência de cometer erros graves no cuidado com o corpo, já que a melhora da saúde nos motiva a manter a constância. 

Um errinho ou outro no treino ou dieta não vai causar grandes problemas. Mas evite grandes erros, como o tabagismo ou o consumo de grandes quantidades de álcool”, afirma o cardiologista Dr. Leandro Franco. “Seu desempenho nas atividades físicas vai ser prejudicado, a tendência a lesões e doenças inflamatórias será muito maior e você perderá alguns dos benefícios dos bons hábitos, como o controle de peso ou o efeito anti-inflamatório”. 

Os maiores vilões para o coração, de acordo com o médico, são justamente os que afetam diretamente o sistema cardiovascular, como o cigarro e a obesidade. Eles inflamam os vasos sanguíneos, aumentam o colesterol ruim e propiciam o surgimento de placas de gordura nos vasos. Além disso, também provocam o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, aumentando o esforço de bombeamento do coração e, consequentemente, o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). 

Nesse contexto, Dr. Leandro ressalta a importância das consultas de rotina com um cardiologista. Ele explica que a maioria das alterações causadas pela obesidade e doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, são imperceptíveis e assintomáticas. Por isso, difíceis de diagnosticar sem consulta médica. “As consultas de rotina são importantes para avaliar se existem fatores de risco cardiovascular e hábitos que podem estar prejudicando a saúde do paciente sem que ele perceba”, diz o especialista. “Conhecer o organismo e o metabolismo através de consultas e exames de rotina é importante para tratar os problemas no início, antes de causarem doenças e alterações irreversíveis”. 

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