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Quais doenças um teste genético pode prever e ajudar a prevenir?

17 de Fevereiro de 2023

Dr. Caio Bruzaca explica as recomendações para os testes de DNA.

A medicina já sabe, atualmente, que a genética é um dos principais fatores envolvidos no surgimento de doenças. De acordo com estimativas, cerca de 65% das pessoas enfrentam, em algum momento da vida, algum problema de saúde relacionado a características genéticas. Em alguns casos, as alterações no DNA podem inclusive provocar doenças raras e graves. Felizmente, testes já são capazes de detectar características genéticas causadoras de problemas, o que permite ao paciente monitorar melhor a própria saúde e avaliar os riscos para os descendentes.

Foto: Divulgação/ Freepik

Os testes genéticos, contudo, ainda geram dúvidas em muita gente. De acordo com o geneticista Dr. Caio Bruzaca, todos os testes genéticos realizados em países desenvolvidos também estão disponíveis no Brasil, incluindo-se os exames voltados para diagnóstico de doenças raras, bem como para investigação de câncer hereditário. Há ainda os testes vendidos direto ao consumidor, que têm como objetivo fornecer orientações baseadas na genética sobre temas da vida cotidiana, como nutrição, resposta a medicamentos e aptidões físicas. “A medicina de precisão está cada vez mais presente na vida das pessoas”, lembra o especialista.

Dr. Caio Bruzaca explica que cada teste genético tem sua indicação, para que a pessoa tenha maior benefício da aplicação do exame. “Por exemplo, crianças com autismo, deficiência intelectual ou suspeita de síndromes genéticas são beneficiadas por determinados exames. Já pessoas com câncer pouco se beneficiariam destes testes, e necessitam de painéis genéticos dirigidos para câncer. Já se a pessoa é um atleta de alto desempenho, os painéis de nutrigenômica e aptidão física são mais indicados”, afirma.

O geneticista acrescenta, ainda, que o autismo é a condição em que os testes genéticos mais ajudam no diagnóstico. Já a principal doença que pode ser prevenida a partir de um teste de DNA é o câncer. Partindo-se do histórico familiar e da realização do painel genético voltado para câncer, é possível adotar medidas para monitorar e proteger quem tem risco elevado de desenvolver a doença.

Para que os testes sejam bem interpretados e medidas posteriores possam ser tomadas, Dr. Caio Bruzaca destaca, ainda, a importância do paciente por um médico especialista. “Deve-se ter em mente que hoje, com a evolução da genética, é possível chegar a diagnósticos mais precisos em menos tempo e otimizando recursos. Entretanto, todo teste sem sua indicação e o uso irrestrito pode não trazer o benefício esperado”, diz ele.

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