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Cemitério da Consolação e sua história, um marco em SP

24 de Janeiro de 2023

Embora inaugurado em 15 de agosto de 1858, podemos dizer que o Cemitério da Consolação remonta a 1829, quando o vereador Joaquim Antonio Alves Alvim defendeu pela primeira vez a construção de um cemitério público na cidade. Até então, a prática corrente preconiza o sepultamento do corpo em um santuário dentro da igreja, pois se entende que a proximidade do santo pode ajudar a alma a entrar no céu.

Cemitério da Consolação e sua história, um marco em SP | Foto: Daniel Bernardo

O Cemitério da Consolação foi o único cemitério da cidade até a inauguração do cemitério do Brás ou "Quarta Estação" em 1893. Em 1897, foi inaugurado o Cemitério do Araçá. A partir da construção de mais dois cemitérios, o Cemitério da Consolação - que antes servia a todas as classes sociais - iniciou um processo de consolidação nas décadas seguintes. Hoje, ele recebe dezenas de velórios semanalmente, além, de muitas coroa de flores.

A lateral do cemitério, principalmente a voltada para a Rua da Consolação, tornou-se cada vez mais aristocrática: em 1871, o abastado empresário Antonio José de Mello encomendou à Europa a construção de um mausoléu, que depois foi remontado em São Paulo. Por um lado, a melhoria, por outro, mais especificamente na sua ala traseira, onde os enterros dos mais pobres (incluindo escravos) continuaram em sepulturas gratuitas.

Em 1901, o então deputado José Oswald Nogueira de Andrade (pai do escritor Oswald de Andrade) defendeu a reforma completa dos muros e do pórtico de entrada.

No ano seguinte, tais obras foram aprovadas e o projeto firmado contrato com o arquiteto Ramos de Azevedo. O mesmo aconteceu dois meses depois com a capela, também reconstruída segundo projeto do mesmo arquiteto.

Em 1909, o cemitério da Consolação "tornou-se o primeiro cemitério de São Paulo, admirado por todos, principalmente pelos visitantes estrangeiros", e nas palavras do mesmo vereador, José Oswald, o resultado já era possível ver. Ou seja, há mais de 100 anos, o Cemitério já era um importante ponto turístico da capital.

Abriga um grande número de sepulturas de figuras conhecidas, além de personalidades da história paulistana, como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Ramos de Azevedo, Marquesa de Santos, Líbero Badarò e o monumento mausoléu da Família Matarazzo, considerado o maior da América do Sul, com altura aproximada de um prédio de três andares.

Mantém visitas guiadas, mediante prévio agendamento, por meio do projeto Arte Tumular, que é coordenado pela administração local. Essas visitas têm o intuito de compreender as obras de arte, a história do ambiente e das pessoas e famílias sepultadas no local.

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