 |
| Alemanha protesta contra censura da FIFA antes de partida |
| Reprodução/Twitter - 23.11.2022 |
O jogo da Alemanha contra o Japão deu início com a seleção alemã tampando a boca no momento da foto oficial, um ato que fez referência contra a proibição da FIFA das braçadeiras "One Love", símbolo de apoio a causa LGBTQIA+. As seleções de alguns países foram favoráveis a entrar em campo com o uso da braçadeira colorida, porém a decisão foi barrada pela Federação de Futebol. A seleção inglesa também tentou entrar em campo com o símbolo, no braço do capitão Harry Kane, mas também teve o direito negado, tendo que substituir o símbolo do "One Love" com outra braçadeira escrita "No Discrimination" e sem as cores do arco-íris. Entretanto, o time inglês fez o ato de se ajoelhar antes do jogo como forma de protesto.
A seleção iraniana recusou-se a cantar o hino nacional enquanto a torcida levantou placas e bandeiras para manifestar a luta do direito das mulheres que, recentemente, voltou a entrar em pauta internacionalmente após a morte da jovem de 22 anos com um tiro na cabeça por "estar vestindo o véu de forma errada". O uniforme oficial que o time da Dinamarca entrou em campo usava o estilo de cor monocromático, todo vermelho, para esconder o símbolo da federação dinamarquesa com intuito de passar a mensagem que eles "não querem ser visíveis durante um torneio que custou a vida de milhares de pessoas".
Polêmica
Antes mesmo da copa começar já rodeavam polêmicas em torno das políticas do país árabe, conhecido como rico e prospero, principalmente pela imagem que os grandes centros urbanos de Doha (capital do Qatar) passam na mídia, com grandes construções e arquitetura futurista. A legislação é administrada com base na Sharia, a lei islâmica derivada do Alcorão adotada pelos países muçulmanos. O sistema jurídico proposto pela Sharia inflige em algumas políticas de cunho discriminatório em relação a, por exemplo, sexualidade e gênero, assim como comportamentos que no Ocidente são considerados comuns, como consumo de álcool.
A postura do país não mudou com a posição de sede da copa mundial de futebol, assim como a FIFA também adotou uma postura considerada de "censura" e de não-confronto frente a polêmica em torno da lei islâmica, o que fez com que surgissem os protestos velados e as críticas na mídia. A FIFA também, recentemente, declarou punição severa para times que protestarem com a braçadeira de apoio LGBTQIA+, o que explica a desistência de última hora dos capitães das respectivas seleções europeias a entrarem em campo usando o acessório.
 |
| Torcida iraniana protestando a favor do direito das mulheres |
| Reprodução/Twitter - 23.11.2022 |
