Cultura - Música

Péricles lança “Eclipse”, homenagem ao poeta Carlos de Assumpção para o Dia da Consciência Negra

19 de Novembro de 2022

A nova faixa, já disponível nas plataformas digitais via ONErpm, é um poema do escritor, que foi transformado em música por Péricles

Créditos: RODOLFO MAGALHÃES e EDUARDO GALENO

‘Olho no espelho/E não me vejo/Não sou eu/Quem lá está’. Esses são os primeiros versos do poema “Eclipse”, de Carlos de Assumpção, que Péricles transformou em música feita especialmente para o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. A nova faixa, lançada nessa sexta-feira (18), é completa com mensagem de resistência e luta contra o racismo.

Ouça “Eclipse”.

Com arranjo de Rildo Hora, “Eclipse” é uma maneira de passar a mensagem do Dia da Consciência Negra e de honrar Carlos de Assumpção, ícone da representatividade da cultura e da luta da população negra brasileira contra o racismo e todas as suas formas de preconceito e opressão. O poeta, inclusive, já foi comparado por críticos e estudiosos a grandes nomes da poesia, como Castro Alves e Carlos Drummond de Andrade.

Péricles, que deu voz ao poema, viajou até Franca, onde Assumpção mora, para conhecer o poeta e conversar sobre as mensagens presentes em sua obra. O bate-papo entre eles, na Casa de Cultura de Franca, transformou-se em um Mini Doc - que está disponível no YouTube junto com a música e o lyric video.

“A história de um homem extraordinário como a do Carlos de Assumpção era para ser conhecida por todos nós brasileiros. Era para ser ensinada nas escolas, assim como é feito com outros autores igualmente importantes para a história do nosso país”, declara Péricles. 

O cantor continua: “Espero que através dessa homenagem, seus poemas ecoem pelos quatro cantos do Brasil e as pessoas descubram essa joia, essa raridade chamada Carlos de Assumpção. Foi emocionante ter a oportunidade de musicar um dos seus poemas”.

Escolhido por sua relevância literária, Carlos de Assumpção é considerado um dos pioneiros da literatura afro-brasileira. O poeta, um dos últimos elos vivos entre a escravidão e os dias atuais, cresceu ouvindo histórias do tempo da escravidão contadas pelo seu avô, beneficiário da lei do ventre livre. 

Sua obra transcende tempo e espaço e expõe em versos e prosas a dura realidade dos negros no país. Mesmo com a grandeza da sua obra, Carlos é considerado o ‘poeta invisível’, uma vez que seu trabalho não é conhecido e reconhecido como deveria.

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