Viver - Saúde

Dr. Stefano Monteiro explica a infiltração e o bloqueio dos nervos para tratar dores nos joelhos

28 de Outubro de 2022

O ortopedista esclarece dúvidas comuns sobre os dois procedimentos. Confira!

Foto: Freepik

Dores nos joelhos e em outras articulações são comuns em pessoas de mais idade, que podem acabar tendo o dia a dia prejudicado pelo desconforto. O tratamento para esse tipo de problema, no entanto, tem evoluído nos últimos anos e já pode proporcionar resultados que devolvem qualidade de vida aos pacientes. Isso é o que explica o ortopedista Dr. Stefano Monteiro, especialista em cirurgia do joelho, que também aponta a chamada “infiltração intra-articular” como um dos melhores tratamentos para as dores na articulação.

Dr. Stefano explica que a infiltração é um procedimento realizado por um médico especializado, que aplica medicação dentro do joelho do paciente ou em qualquer outra articulação do corpo com objetivo de aliviar a dor. Já a medicação escolhida pelo especialista pode variar entre anestésicos, corticoides e ácido hialurônico (substância já presente nas articulações, que ajuda a nutrir e lubrificar a cartilagem).

Recorremos à infiltração quando o paciente apresenta dor por algum desgaste articular como artrose ou condromalácia patelar”, explica o médico. Ele ainda destaca que a técnica foi um tema muito abordado no último Congresso Brasileiro de Joelho. “A infiltração com ácido hialurônico, associada à ingestão oral de colágeno tipo UC2 e exercícios de fortalecimento, é o tratamento padrão para as alterações degenerativas do joelho, antes da colocação da famosa prótese”, afirma. “Dessa forma, a infiltração passou a ser considerada uma ótima alternativa para a melhora da qualidade de vida dos pacientes que sofrem com a dor articular”.

A infiltração pode ser realizada em clínicas especializadas ou ambiente cirúrgico.  A medicação escolhida é injetada dentro da articulação, num procedimento que costuma demorar no máximo cinco minutos. Dr. Stefano Monteiro explica que a dor durante a intervenção varia muito entre os pacientes. “Existem pessoas que não sentem absolutamente nada, mas alguns pacientes que se queixam de um incômodo na hora da introdução da medicação”, diz ele.

O número de infiltrações necessárias no tratamento também varia bastante, dependendo da medicação utilizada e da quantidade que está sendo aplicada. Após o procedimento, a recuperação é considerada tranquila. O paciente já pode deixar o consultório ou hospital andando. “Orientamos compressas de gelo em casa e ficar de repouso no primeiro dia. Em caso de algum incômodo, indicamos tomar medicação analgésica simples”, afirma o ortopedista.

Bloqueio genicular também é opção para tratar dores nos joelhos

Dr. Stefano Monteiro explica que, em pacientes com artrose avançada do joelho, o bloqueio dos nervos geniculares também é uma boa opção para aliviar as dores. Ele acrescenta que, nesses casos mais críticos, o mais indicado é a colocação da prótese. No entanto, caso o paciente não queira ou não possa passar pela cirurgia por causa de alguma contraindicação, o bloqueio se torna uma alternativa eficaz.

Em alguns casos raros, pacientes podem permanecer com dor mesmo após a colocação da prótese. Para essas pessoas, o bloqueio também pode ser uma boa opção, de acordo com o ortopedista. Ele ressalta, entretanto, que esse tratamento é contraindicado para pacientes com grandes deformidades e instabilidade dos joelhos.

O bloqueio dos nervos é realizado via ambulatório ou em ambiente cirúrgico, num procedimento guiado por ultrassonografia ou intensificador de imagem. Primeiro, é realizado um teste terapêutico, onde nervos que chegam ao joelho são anestesiados. Após o sucesso desse teste, que costuma trazer grande melhora dos sintomas, é realizada a neurotomia por radiofrequência — uma intervenção que faz os nervos pararem de funcionar por um período de 6 meses a 1 ano, o que alivia consideravelmente a dor.

No momento do bloqueio, o paciente pode sentir um desconforto. Já na neurotomia, ele estará sedado e não sentirá nada. Dr. Stefano detalha que a recuperação é rápida: o paciente pode ter alta no mesmo dia e não precisa tomar medicação no pós-operatório, já sendo liberado para voltar às suas atividades normais.

Não precisamos viver com dor”, conclui o médico. “Com toda a tecnologia atual e avanços da ciência, podemos ter uma melhor qualidade de vida. A expectativa de vida vem aumentando mais e mais nos últimos anos. Viver muito é importante, mas mais importante ainda é viver com qualidade”, destaca.

Comentários
Assista ao vídeo