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Outubro Rosa: Dr. Alessandro Schuffner tira dúvidas sobre gestação após um câncer

27 de Outubro de 2022

O médico ginecologista e obstetra, especialista em reprodução assistida, responde às principais questões relacionadas à gravidez após tratamento oncológico.

Foto: Divulgação

A descoberta de um câncer é, sem dúvidas, um momento difícil para qualquer pessoa. Para as mulheres em idade fértil, no entanto, o diagnóstico costuma trazer ainda mais inseguranças, já que a doença pode afetar planos para engravidar. A boa notícia é que, na maioria dos casos, as pacientes que vencem o câncer podem ser mães após o tratamento, como explica o Dr. Alessandro Schuffner, ginecologista especializado em reprodução assistida.

Para analisar a possibilidade de uma gravidez após um câncer é preciso, em primeiro lugar, entender as possíveis consequências da doença no útero e nos ovários. Dr. Alessandro afirma que tratamentos como quimioterapia e radioterapia podem levar à falência ovariana. Ou seja: podem fazer o ovário parar de funcionar. Os riscos de isso acontecer dependem principalmente do tipo de medicamento utilizado, da dosagem e da quantidade de sessões. Já o útero pode ser prejudicado pela radioterapia ou até removido em alguns casos. Entretanto, nas demais situações o órgão continuará funcionando, mesmo que os ovários tenham entrado em falência. Outra limitação é a questão hormonal. “A gravidez é um ambiente hormonalmente muito ativo, que pode prejudicar a evolução do câncer”, explica o médico. Nesse cenário, a mulher não poderá engravidar imediatamente e precisará de um período livre da doença antes planejar ter filhos.

Dr. Alessandro Schuffner explica que há algumas soluções para mulheres que têm dificuldade para engravidar após um câncer. A primeira delas é encontrar uma doadora de óculos, caso os ovários tenham sido afetados. A outra possibilidade é congelar os próprios óvulos. Assim, mesmo que a paciente pare de ovular, ainda poderá ficar grávida de uma criança com a qual tenha vínculo genético. “A orientação é congelar os óvulos antes do tratamento, mesmo que naquele momento isso não seja o mais importante para a mulher”, detalha o especialista. “Isso tem que ser pensado para que ela não tenha mais um sofrimento no futuro”.

O ginecologista destaca, ainda, que uma gestação a partir de um óvulo congelado não traz nenhum risco para o bebê. O mesmo vale para as gravidezes 100% naturais após a cura do câncer, quando os ovários não são afetados. De acordo com o Dr. Alessandro Schuffner, os riscos, nesses casos, são os mesmos de qualquer gestação e estão relacionados, principalmente, à idade da mãe. Esses fatores, no entanto, podem ser controlados com o acompanhamento de um bom obstetra. “Não são fatores para que a mulher deixe de engravidar”, afirma o médico.

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