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Fisioterapia X endometriose: sessões voltadas ao assoalho pélvico diminuem dor e inchaço

26 de Outubro de 2022

Técnicas “ensinam” musculatura a relaxar e a coordenar contrações, o que evita espasmos e reduz outros sintomas

Dor pélvica, inclusive durante a relação sexual, é um dos sintomas que podem afetar as mulheres que têm endometriose – condição em que o tecido que reveste o útero cresce para fora do órgão e que atinge cerca de 10% das mulheres em idade fértil, segundo a Organização Mundial da Saúde. Por isso, a fisioterapia do assoalho pélvico pode ser um importante recurso no tratamento, juntamente com o uso de analgésicos, terapias hormonais e, em alguns casos, a cirurgia.

“O aperto dos músculos do assoalho pélvico, que ocorre com a endometriose, pode dificultar a penetração vaginal, trazendo dor durante a relação sexual e até mesmo ao usar absorvente interno. A fisioterapia melhora a função, a flexibilidade e a força dessa musculatura e a ‘ensina’ a ter coordenação e relaxamento, o que pode contribuir para aliviar esse e outros sintomas da endometriose”, explica o médico Patrick Bellelis, colaborador do setor de endometriose do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Segundo o especialista, o inchaço é outro sintoma comum. A ‘barriga endo’ pode ocorrer quando a inflamação causa um acúmulo de tecido e o aperto do assoalho pélvico leva à distensão do abdômen. A fisioterapia também ajuda nesses casos, pois reduz a inflamação, a constipação e os espasmos, o que pode diminuir a distensão na região abdominal.

“Há uma variedade de técnicas, como massagem profunda, exercícios do assoalho pélvico e mobilização conjunta, que promovem um ‘treinamento’ dos músculos pélvicos, para que eles possam relaxar e coordenar contrações. Isso reduz sintomas como dor pélvica, dor nas costas, dor ao urinar e movimentos intestinais dolorosos”, aponta a fisioterapeuta Marília Frare, que faz o tratamento das pacientes na clínica Bellelis. 

Esse tipo de terapia também é usada para aliviar outros distúrbios da dor pélvica, como vulvodínia e neuralgia do pudendo. Segundo Bellelis, as mulheres que vivem com endometriose costumam sentir menos dor após seis sessões. “O mais indicado é que o fisioterapeuta do assoalho pélvico faça uma avaliação para determinar o melhor curso de terapia”, encerra o médico. 

PATRICK BELLELIS –GINECOLOGISTA

Tem ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intra uterinas e infertilidade. É graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC. Possui título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO. Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Faz parte da diretoria da SBE (Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva) desde a sua fundação. Médico Assistente do Setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo desde 2010. Professor do Curso de Especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva – Pós- Graduação Latu Senso, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês desde 2011. Professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica – IRCAD – do Hospital de Câncer de Barretos, desde 2012.

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