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Diabetes: Dr. Daniel Kamlot explica como a doença afeta a visão

24 de Outubro de 2022

A diabetes pode levar a complicações visuais e até à cegueira irreversível.

Foto: Divulgação

Mais de 13 milhões de brasileiros — ou quase 7% da população — convivem com algum dos tipos de diabetes. A doença, que provoca o aumento nos níveis de glicose no sangue, é conhecida por causar problemas cardiovasculares se não tratada corretamente, mas muitos não sabem que ela também pode afetar os olhos, prejudicando a visão. O médico oftalmologista Daniel Kamlot explica que, em casos graves, a chamada “retinopatia diabética” pode inclusive causar cegueira irreversível, o que reforça a necessidade de diagnóstico precoce e acompanhamento constante dos pacientes.

Dr. Daniel Kamlot detalha que a má circulação nos vasos sanguíneos dos olhos pode provocar o chamado “edema macular”: um inchaço na área central da visão que causa dificuldades para enxergar. Além disso, pode haver isquemia na retina, que é a falta de oxigenação devido à má circulação do sangue. Para tentar compensar essa insuficiência, começam a surgir novos vasos sanguíneos, que são mais frágeis e podem se romper com facilidade, provocando hemorragias, descolamento de retina e até mesmo a cegueira. “Quando chega uma fase muito grave da retinopatia diabética, é difícil reverter. Tentamos segurar o avanço da doença realizando tratamentos com laser, mas reverter o que já se perdeu é difícil”, explica. O especialista acrescenta que cirurgias também podem ser necessárias em pacientes mais graves, como aqueles em que há descolamento de retina. No entanto, às vezes nem mesmo o procedimento cirúrgico consegue restaurar uma boa visão.

Por essas razões, a prevenção da retinopatia se mostra fundamental para quem é diabético. Dr. Daniel Kamlot enfatiza que é preciso procurar um oftalmologista assim que se descobre a diabetes. "Mesmo sem sintoma nenhum, já pode existir uma retinopatia leve, que pode evoluir", explica. Ele ainda destaca que um eventual tratamento deve ser iniciado de forma precoce, para evitar as complicações como isquemia e hemorragia. O acompanhamento também precisa ser constante: o recomendado para pacientes diabéticos sem sintomas de retinopatia é uma visita anual ao oftalmologista. Se surgirem alterações na visão, essa frequência deve aumentar. O médico também pode iniciar os tratamentos com laser e aplicação de medicamentos na retina nesses casos. "O acompanhamento deve ser feito o mais de perto possível para evitar as complicações", conclui Kamlot.

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