Espetáculo da autora uruguaia Sandra Massera retrata as condições que mulheres eram submetidas em hospitais psiquiátricos no começo do século passado estreia na cidade de São Paulo
 |
 |
Estreia no dia 22 de setembro no Teatro Eva Herz o espetáculo “Loucas”, da dramaturga uruguaia Sandra Massera, estrelado pela atriz Carolina Stofella, o cantor Gilberto Chaves e o pianista Leandro Roverso, com direção de Dan Rosseto. Essa será a primeira temporada presencial da peça.
A produção foi contemplada no Proac LAB, realizou temporada online em 2021, participou do FESTIN 2021 (Festival dos Teatros Independentes) e do FENATEVI 2021 (Festival Nacional de Teatro da Cidade de Vitória) e foi selecionado pela programação da Biblioteca Mário de Andrade, para iniciar o primeiro “Teatro na Mário” de abril de 2021.
Escrito por Massera em 2009, a história começa a ser contada no ano de 1882 com Maria do Pílar, ainda uma jovem mulher, escrevendo a sua primeira carta, dentro do hospital psiquiátrico, para a sua família. Nela aparecem os relatos de sua rotina, a convivência com as suas companheiras, os tratamentos médicos aplicados, a falta que está sentindo do mundo externo e de tudo que lhe foi tirado à força.
A partir desse momento durante os próximos 30 anos acontecerá uma série de troca de cartas com familiares e amigos. Nesses relatos a interna questiona sobre o tempo, como estará o mundo do lado de fora, o uso contínuo dos remédios e tratamentos oferecidos, além de achar que talvez esteja ficando louca.
Pílar, como tantas outras, acaba os seus dias dentro de um hospital psiquiátrico, esquecida pela família e sociedade. É mais uma mulher, mãe, artista, mas acima de tudo um ser humano, proibida de existir, somente por pensar diferente dos outros.
“Maria do Pilar representa milhares de mulheres que já sofreram ou sofrem algum tipo de violência física ou psicológica, que foram obrigadas a renunciar a suas vidas exclusivamente por raciocinar, questionar e ter opinião. Mulheres que tiveram seus talentos apagados, seus sonhos interrompidos e suas vozes silenciadas. Através deste espetáculo podemos gritar por todas essas mulheres”, afirma a atriz Carolina Stofella.
Outros temas presentes no espetáculo e ainda atuais são o cerceamento aos direitos de escolha, as relações tóxicas e os preconceitos.
Um dos destaques da montagem serão as canções executadas ao vivo pelo tenor Gilberto Chaves, com as músicas de Franz Peter Schubert com seu estilo marcante, inovador e poético. Suas obras pertencem ao período do romantismo alemão e dialoga com a escrita de Massera, ao abordar o sofrimento dos protagonistas onde o descanso é encontrado na “morte”. O seu estilo é considerado por muitos como imaginativo, lírico e melódico.
No início de 1827 Schubert aborda musicalmente, pela primeira vez, DIE WINTERREISE (A Viagem de Inverno) de Wilhelm Müller. A atmosfera sombria das composições percorre a longa jornada invernal de um personagem que foi privado do amor. Assim, os dois universos, são a junção perfeita deste Poema-Teatral-Cantado. Algumas músicas do Winterreise foram selecionadas para a trilha sonora com canto e piano ao vivo.
Ficha Técnica:
Texto: Sandra Massera
Diretor: Dan Rosseto
Direção de produção e tradução: Fabio Camara
Elenco: Carolina Stofella
Cantor: Gilberto Chaves
Pianista: Leandro Roverso
Assistente de produção: Lippe
Figurinista: Kléber Montanheiro
Assistente de figurino: Thaís Boneville
Iluminador: César Pivetti
Cenografia: Dan Rosseto
Visagismo: Louise Hèlene
Operador de luz: Allan Moreira
Fotos e vídeos: Thaís Boneville
Designer gráfico: Leilane Bertunes
Assessoria de imprensa: Fabio Camara
Social Mídia: D2One Social Media
Produtora associada: Bravíssimo Produções
Realização: Applauzo Produções e Lugibi Produções
Serviço:
LOCAL: Teatro Eva Herz, Avenida Paulista, 2073 - (Conjunto Nacional - 2º Piso) - Bela Vista. 168 lugares.
DATA: 22/09 até 27/10 (Quinta 20h)
INGRESSOS: R$ 60,00
INFORMAÇÕES: @espetaculo.loucas e 11 3070 4059
VENDAS PELA INTERNET: https://bileto.sympla.com.br/
DURAÇÃO: 70 minutos
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos
Equipe:
Sandra Massera (autora)
Nasceu em Montevidéu, em 1956, dramaturga, diretora de teatro, atriz e professora. Formada pela escola Municipal de Arte Dramática e pelo Instituto de Professores Artigas. Escreveu diversos textos para teatro e três óperas. Suas obras para teatro têm recebido diversos prêmios, entre eles, Prêmio Florencio da Crítica pelo melhor texto nacional; Prêmio Nacional de Literatura do Ministério da Educação e Cultura; Prêmio Juan Carlos Onetti; Prêmio da Comissão do Fundo Nacional de Teatro, Museo Vivo de Titere/MEC, entre outros. É fundadora e diretora do Grupo de Teatro Umbral em Montevidéu desde 1998, grupo independente que tem levado diversos textos aos teatros e em festivais internacionais, como Argentina, Chile, Brasil Estados Unidos, França e Espanha. Sandra lançou, em Montevidéu, no final de 2018 o livro No digas, nada Nena e outros textos para teatro pela editora Estuario, 1975 está dentre os textos selecionados.
Dan Rosseto (diretor)
Diretor e dramaturgo atuando desde 1996 na área teatral. Já dirigiu mais de 30 espetáculos e tem 05 peças de sua autoria encenadas. Destaque para “Ritual dos 7” (2006), “O Colecionador” (2007), “Quando as Máquinas Param” (2008), “Lisbela e o Prisioneiro – O Musical” (2015), “Tadzio” (2015), “Enquanto as Crianças Dormem” (2017), “Diga que Você já me Esqueceu” (2018), “Eles não usam Black-Tie” (2018), “Nunca Fomos tão Felizes” (2019) e “Duosolo” (2019). Já trabalhou com nomes como: Teca Pereira, Cleto Baccic, Fred Silveira, Caco Ciocler, Sônia Guedes, Kleber Montanheiro, Sergio Ferrara, Gustavo Haddad, Lucas Romano, Nicole Cordery, entre outros. Premiado no teatro recebeu indicações e premiação por trabalhos em dramaturgia e direção. Em 2018 recebeu o troféu Nelson Rodrigues como personalidade do teatro.
Carolina Stofella (atriz)
Atriz e bailarina, formada pela CAL. Atuou nos espetáculos: “Viagem ao Centro da Terra”, vencedor do Prêmio Shell Especial de Montagem em 2001, “En’dependência” de João Brandão, prêmio Coca-Cola de Melhor Dramaturgia, “A Antessala” com direção de Ernesto Picollo”, “Alices” com direção de Leo Gama. Com Dan Rosseto esteve em: “Enquanto as Crianças Dormem” e “Eles não usam Black-Tie” de Gianfrancesco Guarnieri. Os dois espetáculos somam 05 prêmios paulistas. Estudou dez anos de Ballet Clássico e atualmente faz sapateado, dança e canto. No cinema atuou em “Talvez” e “Pelas Minhas Próprias Mãos” de Felipe Sassi e “Histórias íntimas” de Julio Lellis, longa vencedor do Cubo – Festival de Cinema do Rio e Melhor Doc. Drama no Los Angeles Brazilian Filme Festival 2014.
Gilberto Chaves (cantor)
Tenor lírico, premiado nos Concursos de Canto Vozes do Brasil e Bidu Sayão. Participou dos musicais "O Fantasma da Ópera” em suas duas montagens no Brasil (2007 / 2018) e “A Bela e a Fera” (2009). Foi integrante do Coral Paulistano do Theatro Municipal de São Paulo é solista da Companhia Brasileira de Ópera e da Companhia de Ópera Curta. Preparador vocal dos elencos das superproduções brasileiras da Broadway: “O Fantasma da Ópera” e “West Side Story”, além das peças “Manual Para Dias Chuvosos”, “Divino Maravilhoso”, "O Último Concerto para Vivaldi" e "Feliz Dia das Mães". É fonoaudiólogo e professor de canto.
Leandro Roverso (pianista)
Iniciou seus estudos de piano aos 5 anos, com o seu padrinho Guido Roverso. Estudou na Academia Superior de Música Franz Liszt – Budapeste, Hungria – na classe do pianista Gábor Éckhárdt. Durante este período também participou de workshops com Cristina Ortiz, André Görög e Franck Braley. Retornando ao Brasil, ingressou no curso superior em Produção Fonográfica Musical pela Universidade Morumbi Anhembi. Já apresentou recitais na Áustria, Croácia, Alemanha e Hungria. Em 2012, foi convidado para se apresentar em Tokyo, nas dependências da Yamaha – Ginza, onde apresentou um recital com obras brasileiras e argentinas. Em 2022 Roverso participou na correpetição da ópera Café de Felipe Senna no Theatro Municipal de São Paulo e do musical West Side Story no Theatro São Pedro.
