Autor de clássicos da música brasileira e Portelense de coração, deixou a advocacia pela música e completa de 50 anos de carreira, com muitos amigos, muitos sucessos e muitas histórias.
Carioca do bairro do Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio de Janeiro, Luiz Ayrão nasceu em uma família de artistas. Nesse ambiente, desenvolveu o gosto músical. Participou de várias fases da música brasileira desde a década de sessenta, começando quando surge a Jovem Guarda. Gravado como autor no primeiro disco de Roberto Carlos (CBS), teve outras
composições gravadas por ícones da época. Roberto também gravou Nossa Canção (1967), e Ciúme de Você (1970).
Estreiou como cantor em 68 no festival O Brasil Canta no Rio, da TV Excelcior, quando a música Liberdade! Liberdade!, considerada subversiva e provocadora teve que ser interpretada pelo próprio Ayrão. A música foi censurada mas Ayrão saiu com um contrato de 2 anos com a gravadora a RCA Victor, onde gravou 4 compactos.
Em 74, já contratado pela Emi-Odeon, onde permaneceu por mais de uma década, lança Porta Aberta, uma declaração de amor à sua Escola de Samba Portela, que desponta como um grande hit, hoje um clássico, revelando o samba como sua vocação. No mesmo disco, outro grande êxito: No Silêncio da Madrugada. Nos anos seguintes novos discos são lançados
batendo recordes de vendagens e músicas em destaque nas paradas de sucessos, como: Saudades da República, Bola Dividida, Os Amantes, (primeiro disco para América Latina), O
Lencinho, Conto até Dez, Quero que Volte, Reencontro, O Lobo da Madrugada, Mulher à Brasileira, Amor Dividido, Bonequinha, Meu Canarinho – sucesso na Copa de 82, Águia na
Cabeça, Separados, dentre outros, que o levaram a rodar o país e a se apresentar na Europa, Estados Unidos, Japão e América Latina.
Completando mais de 50 anos de carreira, e mais de 5 mil shows mundo afora, Ayrão atinge a impressionante marca de cerca de 11 milhões de cópias vendidas, 40 álbuns lançados no
Brasil e América Latina, 11 Discos de Ouro, 8 Discos de Platina, 2 Discos de Diamante e centenas de troféus e premiações diversas.
Para celebrar em 2019 Luiz Ayrão voltou aos estúdios e reuniu um time de bambas para as gravações de seu mais recente álbum “Um Samba de Respeito”, lançado pela Universal Music em todas as plataformas digitais. São 7 sambas que exaltam esse ritmo genuinamente brasileiro, 6 composições inéditas. A primeira, “Tentação de Malandro”, bem das raizes do
samba de breque, é cantado por uma trinca de ouro: Zeca Pagodinho, Zeca Baleiro e Ayrão; Em seguida, num dueto com Xande de Pilares, vem com “No Cravo e na Ferradura” um samba bem humorado, cheio de malandragem; Com Alcione e Diogo Nogueira vem com um samba que impõe respeito, “Um Samba Merece Respeito”; Com Péricles, numa levada romantica, o samba “Oxitocina”; Em “Pobre Passarinho” de dois gênios: Monarco e Ratinho, Ayrão canta com o próprio Monarco todo o lirismo de um sambista apaixonado; Em “Pétalas de Rosas” em dupla com Toninho Geraes canta uma ode à musa dos quintais de samba; Por fim, em “Fina Ironia”, Ayrão divide os vocais com o grupo Demônios da Garoa, num samba boêmio, apaixonado, com muita malicia e ironia.